Com o avanço da safra do milho, o desenvolvimento das safras e a colheita dos primeiros lotes de milho no início do Brasil, as altas expectativas para o cereal sul-americano são fortalecidas. Em 2019/20, pelo segundo ciclo consecutivo, o Brasil (101 Mt) e a Argentina (50 Mt) superarão a barreira produtiva de 150 Mt.
Além disso, suas exportações combinadas atingirão 69,5 Mt, caindo mais de 8,5 Mt em comparação com as da campanha anterior, mas se tornando o segundo melhor registro da história. O USDA estima os embarques de milho argentino em 33,5 Mt que podem até ser aumentados, considerando que as declarações de vendas externas já totalizam mais de 19,3 Mt.
Em 2019/20, o milho sul-americano é chamado para capturar a maior fatia do mercado internacional, mantendo 42% das vendas externas. Os Estados Unidos, habitualmente dominadores do mercado internacional de milho, capturam 26% do comércio da campanha, dando o primeiro lugar do pódio ao Brasil e à Argentina pelo segundo ciclo consecutivo.
Anteriormente, o Brasil e a Argentina só conseguiam deslocar o milho americano quando os agricultores sofriam perdas produtivas significativas, como na seca da campanha 2012/13.
O cenário atual, no entanto, é muito diferente, pois os Estados Unidos mantêm um grande saldo exportável, acumulando estoques nos ciclos recentes, mas perdendo terreno devido à falta de competitividade. Por outro lado, os produtores no Brasil e na Argentina mantêm seu compromisso com o milho alto, principalmente o milho tardio, podendo se estabelecer no mercado global.
De acordo com as estimativas mais recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o ciclo de negócios de 2019/20 deixará os estoques mais baixos de milho do mundo nas últimas cinco safras. Pela primeira vez desde o ciclo de 2014/15, os estoques mundiais de cereais cairão abaixo de 300 milhões de toneladas, atingindo 296,8 Mt. Em seu último relatório Global Supply and Demand (WASDE), o USDA cortou sua previsão de estoques nas mãos dos principais exportadores no final da campanha.
Parte da queda é baseada em exportações estimadas mais altas para a Ucrânia, embora a principal origem da queda nos estoques mundiais seja o Brasil. A gigante sul-americana, com uma produção prevista de 101 Mt, aumentará sua demanda doméstica por milho como forragem.
Fonte: eFarmNewsAr