A colheita evoluiu lentamente em razão da priorização de culturas mais sensíveis à deterioração pós-maturação, como arroz, soja e feijão, alcançando 85% da área cultivada. Estima-se que cerca de 9% das lavouras encontram-se em fase de maturação, permanecendo parte no campo até a retomada da colheita, conforme a disponibilidade operacional dos produtores. Essa estratégia é viável em função da maior resistência do milho, desde que as espigas permaneçam protegidas por palhas íntegras e em condições climáticas favoráveis, que garantam menor risco de fermentação e crescimento de patógenos.
A produtividade média permanece estimada em 6.866 kg/ha, considerada satisfatória. Esse índice se deve especialmente ao desempenho de lavouras precoces, que não foram afetadas pelo estresse hídrico nos períodos mais críticos. Entre as fases fenológicas remanescentes 1% dos cultivos está em floração, e 5% em enchimento de grãos. Essas áreas foram beneficiadas pelas chuvas generalizadas e de volumes mais expressivos, registrados nas últimas duas semanas, que possibilitaram a recuperação da turgidez vegetal e a retomada do desenvolvimento das espigas, após os efeitos negativos da estiagem em março.
A sanidade das lavouras está satisfatória, e há baixos níveis de ocorrência de doenças e presença de insetos-praga. O monitoramento contínuo, especialmente quanto à lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), tem permitido intervenções pontuais no manejo fitossanitário.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na região da Campanha, as lavouras implantadas em novembro encontram-se em fase de maturação, mas a colheita tem sido postergada em função da priorização da soja e do arroz, considerando o baixo risco de perdas para o milho em final de ciclo.
Na Fronteira Oeste, em São Gabriel, pequenos produtores têm adotado a prática de dobramento das plantas para acelerar a secagem dos grãos e reduzir a exposição das espigas a patógenos. Dos 4 mil hectares cultivados no município, 60% foram colhidos, e o restante encontra-se entre as fases de enchimento de grãos (R5) e maturação fisiológica (R6-R7). Em Quaraí, os produtores relatam aumento de perdas nas lavouras de milho devido à incidência de javalis e caturritas, que agravam os prejuízos, já estimados em 30% em decorrência da estiagem de janeiro e fevereiro.
Na de Caxias do Sul, apenas as lavouras implantadas tardiamente, especialmente aquelas semeadas após a colheita de alho e cebola, permanecem em fase de enchimento de grãos (6%). As demais encontram-se em maturação (36%) ou colhidas (58%). Apesar de perdas pontuais causadas pela estiagem, o rendimento médio da safra mantém-se em níveis satisfatórios, com destaque para a excelente qualidade dos grãos colhidos.
Nas regiões de Erechim, Frederico Westphalen e Passo Fundo, a colheita foi concluída. Na de Ijuí, a colheita foi retomada, atingindo 99%, restando apenas pequenas parcelas ainda em campo. Os produtores iniciaram a semeadura de plantas de cobertura nas áreas destinadas ao cultivo de milho da Safra 2025/2026. Observa-se tendência de ampliação de área a ser cultivada na próxima temporada.
Na de Pelotas, os solos mantêm umidade adequada, favorecendo o enchimento de grãos, especialmente nas lavouras semeadas em janeiro e fevereiro, que podem superar 6 mil kg/ha. Porém, o desenvolvimento está irregular devido à variabilidade das chuvas. Estão 3% dos cultivos em estágio vegetativo, 7% em florescimento, 32% em enchimento de grãos, 12% em maturação e 46% colhidas. A produtividade varia entre 3.500 e 6.000 kg/ha, com média regional de 4.200 kg/ha.
Na de Santa Maria, as lavouras semeadas em período tardio foram beneficiadas pelas chuvas da última quinzena, favorecendo o enchimento de grãos. A colheita avança para 75%.
Na de Santa Rosa, permanecem a campo apenas lavouras tardias, cultivadas em safrinha, as quais estão em floração (3%), em enchimento de grãos (5%) e colhidos (92%). As chuvas recentes e o declínio das temperaturas interromperam a perda de produtividade observada anteriormente. As lavouras apresentam bom aspecto visual, com plantas vigorosas e espigas bem formadas.
Na de Soledade, a colheita alcança 63%. As lavouras de semeadura tardia encontram-se majoritariamente em fases reprodutivas. As chuvas beneficiaram o desenvolvimento das plantas, embora a redução das temperaturas e da radiação solar tenha prolongado as fases fenológicas, comportamento esperado para o período. A presença de lagarta-do-cartucho segue sendo monitorada e controlada, conforme necessário.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 2,94%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 70,64 para R$ 68,56.
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Fonte: Emater/RS