O controle químico, é um dos pilares de maior importância do manejo do caruru. Por apresentar elevada produção de sementes, rápido crescimento e desenvolvimento, elevada habilidade competitiva e resistência conhecida a herbicidas, as plantas do gênero Amaranthus podem ser consideradas preocupantes plantas daninhas nos sistemas de produção agrícola.
Segundo Penckowsk et al. (2020), dependendo das espécies e grau de infestação, o caruru pode causar redução de produtividade de 80% ou mais nas culturas da soja e milho, podendo inclusive inviabilizar a colheita. Dessa forma, fica explicita a necessidade de controle do caruru.
Dentre as estratégias de controle, o controle químico com o emprego de herbicidas é o mais usual. Conforme destacado pelo professor da Universidade Federal de Santa Maria, André Ulguim, o controle químico do caruru deve ser focado na dessecação, pré-emergência e pós-emergência, dando a devida atenção a cada período de controle.
- Dessecação
O controle do caruru via dessecação possibilita o uso de uma maior gama de herbicidas e mecanismos de ação. Segundo Ulguim, durante a dessecação é possível optar pelo emprego de herbicidas Inibidores da GS; Inibidores do Fotossistema I (FSI); Inibidores da PROTOX; herbicidas mimetizadores de auxinas; entre outros, possibilitando um controle mais amplo não só do caruru, mas de outras espécies de plantas daninhas presentes na área de cultivo.
- Pré-emergência
Embora com opões mais restritas, o uso dos pré-emergentes é indispensável para o manejo e controle do caruru. Os herbicidas pré-emergentes atuam diretamente no banco de sementes do solo, reduzindo significativamente os fluxos de emergência do caruru. Dentre as principais opções disponíveis podemos destacar os herbicidas inibidores da PROTOX; inibidores de ácidos graxos de cadeia longa e herbicidas inibidores do crescimento da parte aérea.
- Pós-emergência
Com poucas opções, mas não menos importante, o controle em pós-emergência do caruru é fundamental para evitar a matocompetição e com ela perdas produtivas. Segundo André Ulguim, até então os herbicidas inibidores da PROTOX são a única opção disponível para controle do caruru em pós-emergência, sendo necessário ainda, atentar para o estádio de aplicação.
Com relação ao estádio de aplicação de herbicidas, o controle eficiente do caruru vem sendo observado quando a aplicação ocorre até o estádio de quatro folhas. Em virtude de o caruru apresentar rápido crescimento e desenvolvimento vegetal, podendo crescer até 4 cm por dia dependendo da espécie (Gazziero & Silva, 2017), o monitoramento da lavoura é essencial para maior assertividade do momento de controle.
Figura 1. Estádio limite para controle eficiente do caruru em pós-emergência.
Embora não seja uma tarefa fácil, identificar a espécie de caruru também pode auxiliar no posicionamento de herbicidas. Algumas espécies apresentam resistência conhecia a herbicidas. Caso haja histórico de populações resistentes na área de produção ou até mesmo em áreas vizinhas, a resistência da espécie de caruru a herbicidas deve ser levada em consideração na escolha e posicionamento de herbicidas, para melhor eficiência de controle e manejo da resistência.
Veja mais: MISSÃO CARURU – Episódio 13 – Casos de Resistência no Brasil
Confira abaixo mais um MISSÃO CARURU com as dicas do Professor André Ulguim.
Acompanhe nosso site, siga nossas mídias sociais (Site, Facebook, Instagram, Linkedin, Canal no YouTube)
Referências:
GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 23/08/2021.
PENCKOWSKI, L. H. et al. ALERTA! CRESCE O NÚMERO DE LAVOURAS COM Amaranthus hybridus RESISTENTE AO HERBICIDA GLIFOSATO NO SUL DO BRASIL: O PRIMEIRO PASSO É SABER IDENTIFICAR ESSA ESPÉCIE! Revista FABC – Abril/Maio 2020. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/ebook/REVISTA-Fabc.pdf >, acesso em: 23/08/2021.
Referências:
GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 23/08/2021.
PENCKOWSKI, L. H. et al. ALERTA! CRESCE O NÚMERO DE LAVOURAS COM Amaranthus hybridus RESISTENTE AO HERBICIDA GLIFOSATO NO SUL DO BRASIL: O PRIMEIRO PASSO É SABER IDENTIFICAR ESSA ESPÉCIE! Revista FABC – Abril/Maio 2020. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/ebook/REVISTA-Fabc.pdf >, acesso em: 23/08/2021.