As populações de cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) estão em tendência de elevação em Santa Catarina. A maior parte das lavouras monitoradas na safra estão no período reprodutivo, o que explica esse aumento.

Ressalta-se que, em Major Vieira e Concórdia, em torno de 15 insetos por armadilha estão sendo encontrados, enquanto nos outros locais, mais de 40 insetos por armadilha. A infectividade com fitoplasma, espiroplasma e o vírus tem ocorrido com variação, mas um elevado número de amostras estão infectadas com pelo menos um dos patógenos. Por isso, recomenda-se atenção especial às lavouras sendo implantadas na safrinha, em janeiro e fevereiro.

Saiba mais sobre o monitoramento

Santa Catarina conta com mais uma ferramenta para subsidiar o manejo da cigarrinha-do-milho. Trata-se do monitoramento do inseto-praga e seus patógenos associados. A cigarrinha-do-milho é o inseto-vetor dos microrganismos causadores das doenças do complexo de enfezamentos, capazes de comprometer substancialmente as safras do grão. O programa Monitora Milho SC é uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, que é composto por membros da Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural.

Leandro do Prado Ribeiro, pesquisador da Epagri/Cepaf e um dos coordenadores do monitoramento, conta que estão sendo disponibilizados boletins semanais com informações sobre a incidência do inseto-vetor em 22 pontos monitorados em Santa Catarina, assim com a infectividade de tais populações acessadas por meio de testes moleculares.  Isso porque a presença da cigarrinha-do-milho não é, por si só, um risco, a não ser em altas populações. Para transmitir as doenças do complexo de enfezamentos (fitoplasma, espiroplasma e virose-da-risca) para as lavouras de milho, o inseto precisa estar infectado pelos microrganismos (molicutes e vírus) causadores de tais doenças.

O boletim de monitoramento da cigarrinha-do-milho é destinado aos produtores de milho e técnicos que atuam com esta cultura. Ao perceber que sua região está com a presença de insetos infectivos ou mesmo altas infestações, o agricultor deve procurar, imediatamente, o escritório da Epagri em seu município para obter as recomendações mais apropriadas de manejo, levando em consideração as boas práticas recomendadas.

Leandro lembra que, além de diminuir o risco de quebra nas lavouras de milho pela incidência da cigarrinha-do-milho e das doenças do complexo de enfezamentos, o monitoramento também tem por objetivo dar mais sustentabilidade ao combate do problema. Informações regionalizados sobre a incidência das populações de cigarrinhas e sua infectividade podem culminar na adoção de estratégias de manejo mais assertivas, reduzindo os riscos econômicos e ambientais e aumentando a rentabilidade do agricultor.  Além disso, a malha de amostragem estabelecida também serve para compreender a dinâmica espaço-temporal da praga no Estado, aspecto importante para o planejamento de futuras ações de pesquisa e extensão.

Os boletins são disponibilizados no site e redes sociais da Epagri e de outras instituições que compõem o Programa Monitora Milho SC. Além disso, um aplicativo para  celulares está sendo construído, buscando facilitar a difusão de tais informações.

Fonte: Epagri SC

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.