No primeiro semestre de 2020, a oferta e demanda do etanol no país sofreu modificações com a menor atividade econômica do setor, provocada pela quarentena. De acordo com os dados da ANP, a produção em junho foi de 24 milhões de barris, valor que apresenta recuo de 15,71% se comparado à produção registrada no mesmo mês de 2019.
Ainda, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), o volume produzido de etanol no centro-sul recuou 2,31% no ano. Além disso, o cenário enfrentado pela pandemia refletiu na maior disposição das usinas por optar pela produção do açúcar, que aumentou 11,95 p.p. ao igual período do ano passado.
No entanto, o relatório da entidade destaca que, tratando da produção de etanol com base no milho, foram fabricados 99,44 milhões de litros desde abril, valor que teve crescimento de 79,04% ante o volume apontado em 2019, indicando a maior utilização do cereal nas usinas.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• Na B3, o contrato corrente do milho fechou em queda de 2,23% em relação à semana passada, encerrando a sexta-feira cotado a R$ 47,64/sc.
• Seguindo a tendência do mercado do cereal, a paridade jul/21, apresentou recuo de 6,67% no comparativo semanal, sendo cotado à média de R$ 22,59/sc.
• O dólar fechou cotado à média de R$ 5,20/US$, valor que apresentou queda de 2,93% na comparação com a semana passada, diante do otimismo do mercado com o avanço de reformas tributárias e o acordo da União europeia para auxiliar os demais países do bloco.
• A colheita avançou 11,08 p.p. no comparativo semanal e entra na fase final do trabalho a campo, com 86,68% da área colhida, valor 7,59 p.p. maior que a média de cinco anos para o estado.
Preço segue tendência:
Muitos fatores vêm ditando a elevação no preço do cereal em Mato Grosso, contribuindo para os valores históricos apresentados no estado nos últimos meses, dentre eles: o maior processamento de milho por parte das usinas de etanol, a maior demanda pela pecuária, os altos patamares da moeda norte-americana e a alta exportação registrada no ano de 2019.
Com isso, o agricultor conseguiu garantir a venda da sua produção no mês passado, com média de R$ 31,58/sc para a safra 19/20 e R$ 30,06/sc para a safra futura 20/21. Estes valores vêm a representar crescimento de 27,22% e 29,79% em relação ao mesmo período da safra 18/19, respectivamente.
Por fim, apesar da desaceleração econômica mundial, o preço do cereal mato-grossense pode ser sustentado nos próximos meses pelas expectativas de aumento na demanda pelo grão, principalmente para a produção de biocombustível dentro do estado.
Fonte: Imea