Para alcançar altas produtividades é necessário que se tenha um bom manejo da fertilidade do solo a fim que de as necessidades nutricionais da cultura sejam supridas e não haja nenhum déficit nutricional. Segundo DUETE et al (2008), para o milho, o Nitrogênio (N) é o macronutrientes mais requerido, e em maior quantidade, sendo um dos principais a influenciar na produtividade da cultura.
Basicamente o Nitrogênio é fornecido para o milho na forma de adubação de base (junto a semeadura) e adubação em cobertura, normalmente a lanço. Geralmente, atribuísse á quantidade de Fósforo necessária para suprir a necessidade de correção da fertilidade do solo como o primeiro parâmetro a ser ajustado na formulação da adubação. Isso por que esse nutriente em particular é considerado praticamente imóvel no solo, sendo fundamental sua alocação próximo as raízes das plantas. Os demais nutrientes da formula N-P-K apresentam mobilidade no solo, o que torna sua complementação a laço viável tecnicamente.
Veja também: Fósforo – importância, manejo e sintomas de deficiência.
Várias são as fontes de Nitrogênio disponíveis no mercado, como por exemplo a Uréia, e o Nitrato de Amônio (GOTT et al., 2014), ou também o Sulfato de Amônio e a Cama de Aviário, contudo a Uréia e ao fonte mais utilidade devido à alta concentração de N, facilidade de manejo e custo benefício.
Estimadas a quantidade de Nitrogênio a ser disponibilizada na adubação de base, é preciso fornecer o restante da adubação nitrogenada via cobertura para o milho. A planta é extremamente exigente de nitrogênio (tabela 1) e segundo DE ARAUJO; FERREIRA, DA CRUZ (2004), além do rendimento de grãos, a adubação nitrogenada tem relação direta com a produção de massa seca, fato interessante quando se trabalha com resíduos culturais para o plantio direto ou se busca volume de massa como na produção de silagens.
Tabela 1. Exportação de nutrientes em Kg.ha-1 para a cultura do milho grão e silagem. Destacado em vermelho a exportação de Nitrogênio pela cultura.

A resposta da produtividade a adubação nitrogenada para a cultura do milho pode ser observada na figura 1, onde DE ARAUJO; FERREIRA; DA CRUZ (2004) obtiveram resultados que demonstram que tanto para sucessões de cultivo (milho-milho) quanto para rotações (soja-milho), as respostas de produtividade ao incremento da adubação nitrogenada são positivas.
Figura 1. Produtividade de grãos de milho de acordo com doses de nitrogênio aplicadas.

Porém, uma das principais dúvidas da adubação nitrogenada é:
Quando aplicar o N?
Vários estudos abrangem o assunto, contudo uma série de fatores interferem na determinação do parcelamento da adubação nitrogenada, tais como a finalidade da produção, classe textura do solo e quantidade de N aplicada. Na tabela 2, são sugeridas algumas formas de parcelamento com base nestas características.
Tabela 2. Sugestão para aplicação parcelada de nitrogênio para a cultura do milho.

Contudo, cabe ressaltar que usualmente é mais pertinente realizar a adubação em duas ou três parcelas. Avaliando o Parcelamento e doses de N para a cultura do milho, DUETE et al. (2008) encontrou resultados que demonstram que o maior incremento na produtividade da cultura foi quando utilizados 135 kg.ha-1 de N, parcelados em 3 momentos, onde desses, 15 kg. ha-1 foram fornecidos na semeadura e o restante a lanço quando a cultura atingiu 4, 6 e 12 folhas expandidas. As doses de N testadas pelos autores foram (0, 55, 95, 135 e 175 kg.ha-1).
Quer saber mais sobre produtividade do milho? Confira o vídeo abaixo com as dicas do Dr. Elmar Floss.
Referências:
COELHO, A. M; DE FRANÇA, G. E. NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DO MILHO. Embrapa. Disponível em: http://ccpran.com.br/upload/downloads/dow_5.pdf, acesso em 18/04/2020.
DE ARAUJO, L. A. N; FERREIRA, M. E; DA CRUZ, M. C. ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.39, n.8, p.771-777, ago. 2004.
DUETE, R. R. C. et al. MANEJO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E UTILIZAÇÃO DO NITROGÊNIO (¹5N) PELO MILHO EM LATOSSOLO VERMELHO. R. Bras. Ci. Solo, 32:161-171, 2008.
GOTT, R. M. et al. FONTES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO NO MILHO SAFRINA. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.13, n.1, p. 24-34, 2014.
Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Eng. Agrônomo, equipe Mais Soja.