O uso de agrotóxicos divide opiniões que levantam diferentes pontos de vista dependo da visão de cada entendedor. Contudo, é fato que a utilização de agrotóxicos na agricultura, empregados como defensivos agrícolas é essencial e indispensável para a obtenção de boas produtividades, garantindo a produção de alimentos para a humanidade.

Pragas como insetos, doenças e plantas daninhas podem causar drásticas reduções da produtividade e/ou qualidade dos alimentos produzidos, podendo inclusive inviabilizar o cultivo de algumas áreas de produção. Tendo em vista que há um crescente aumento populacional e com ele, aumento da demanda de alimentos, o uso de defensivos agrícolas é extremamente necessário para viabilizar a produção agrícola em larga escala.

Em virtude da falta de conhecimento ou equívoco de informações, alguns mitos com relação ao uso de agrotóxicos se convencionaram, causando certa desconfiança popular. Um dele, é que o Brasil é o maior consumidor mundial de defensivos agrícolas. Isso não é verídico, uma vez que o país ocupa a 6° posição no ranking do uso de defensivos, quando se avalia o consumo relativo (ou seja, consumo em kg de ingrediente ativos por hectare), ficando bem abaixo de países popularmente conhecido e com grande desenvolvimento.

Por que este item é mais relevante que apenas o uso? Por que países com maior extensão territorial, com maior área destinada a agricultura normalmente irão utilizar mais produto, não sendo correto comparar o Brasil com países onde a agricultura ocupa uma área muito menor. Assim, o índice adequado é quanto se utiliza por unidade de área utilizada e, neste quesito o Brasil mostra sua eficiência.

Mesmo a comparação entre países com áreas similares deveria ser analisada com mais critério, pois a agricultura em climas tropicais tende a ter uma ocorrência maior de pragas e doenças que em climas mais frios. Então, ao utilizar uma estatística isolada (uso por país) podemos estar cometendo um grande equívoco, gerando a interpretação que os agricultores utilizam indiscriminadamente e que em outros países se produz com menores quantidades ou sem o uso de produtos para a proteção de plantas, o que se prova não ser verdadeiro, de acordo com os dados abaixo.



Figura 1. Consumo relativo de defensivos agrícolas (Kg i.a/ha).

Fonte: Wagningen University; US – EPA

Países considerados referencia em tecnologia, como o Japão chegam a utilizar mais de 4 x a quantidade de ingredientes ativos por hectare plantado e também chama atenção, na tabela acima, países em muitos casos tão críticos com o Brasil, como é o caso da França utilizando 50% mais produto por hectare que os agricultores Brasileiros. Em comparação a outros países, o Brasil é um dos que apresenta maior eficiência no uso de defensivos agrícolas quando observada a produção em função do investimento em defensivos. Além disso, o rígido processo de regulamentação de defensivos agrícolas em território nacional contribui significativamente para o aumento da segurança do uso desses produtos.


Veja mais: Quanto tempo demora para registrar um defensivo agrícola no Brasil


Figura 2. Eficiência do uso de defensivos agrícolas do Brasil em comparação a outros países.

Fonte: FAO & Kleffmann

No que diz respeito ao emprego de defensivos em função da produção de alimentos (toneladas) e área produzida (hectares), é possível observar que o Brasil é muito mais eficiente que países como o Japão, chegando ao passo de empregar menos de 10 U$ por tonelada de produtos agrícolas produzidos.

Figura 3. Emprego de defensivos agrícolas em diferentes países.

Fonte: SINDIVEG

Dessa forma, fica evidente que o Brasil não é o maior consumidor mundial de defensivos agrícolas. Ainda que possa ser observada uma grande quantidade de defensivos utilizado no país, cabe destacar que o Brasil apresenta uma grande área agrícola, sendo necessário, avaliar então, o consumo de defensivos por área, lembrando que nem todos os produtos agrícolas são destinados ao consumo humano. Atrelado a isso, o uso adequado de defensivos e a crescente adesão ao uso de produtos biológicos tem contribuído significativamente para o aumento da sustentabilidade das lavouras brasileiras.



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