O preço da soja disponível no estado de Mato Grosso encerrou o mês de abril a R$ 61,44/sc, apresentando uma redução de 4,10% ante o fechamento do mês de março. Dentre os principais fatores que pautaram a desvalorização estão as baixas cotações atingidas pela soja na bolsa de Chicago — que recuou 4,86% no período — e também a queda nos valores dos prêmios portuários, que recuaram 34,29% em abril.
De forma geral, os fundamentos de uma maior oferta do grão, em conjunto com uma demanda enfraquecida, pressionaram as cotações na bolsa americana, impactando nos preços praticados em Mato Grosso.
Embora o dólar tenha fechado o mês de abril com valorização de 1,25% se comparado ao fechamento de março, pautado pelas instabilidades políticas na tramitação da reforma da previdência, ele sozinho não foi suficiente para segurar os preços da soja.
Confira os principais destaques do boletim:
• O indicador Imea – MT encerrou a última semana com uma média de R$ 61,36/sc, recuo de 2,48%. Apesar da breve valorização do dólar, a bolsa de Chicago segue desvalorizando.
• O contrato corrente CME – Group apresentou desvalorização de 2,76% ante a semana anterior. O alto estoque de soja norte-americana continua impactando a bolsa.
• De olho nas taxas de juros do país americano e também no cenário político interno, o dólar teve breve elevação de 0,09%, encerrando a semana em R$ 3,95/US$.
• A relação soja/farelo e óleo fechou valorizada, apresentando alta de 7,41% em relação à última semana. A alta na demanda, atrelada à elevação nos preços dos subprodutos, foi um dos fatores assim como a menor cotação da oleaginosa.
EM QUEDA:
Desde o início da guerra comercial entre os EUA e a China em abr/18, quando os chineses aumentaram as tarifas de importação da soja norte-americana, as cotações da oleaginosa na bolsa de Chicago-CME caíram significativamente. Durante um bom tempo os agentes do mercado acreditavam que um fim nesse impasse poderia fazer as cotações se recuperarem, porém o cenário agora é diferente.
O enfraquecimento da demanda chinesa por soja devido aos efeitos da febre suína, aliado a uma grande oferta de soja — os EUA com estoques recordes e boa safra sul-americana — é um fator que está pressionando as cotações da oleaginosa.
Na última semana o recuo se intensificou e fechou com queda de 2,84%, enquanto que em 2019 o grão acumula desvalorização de 7,29%. Sem saber ao certo o real impacto na demanda chinesa pela febre suína, é incerto se apenas o fim do impasse comercial entre as duas potências será o suficiente para a recuperação dos preços da soja na CME.
Fonte: IMEA