Algumas pragas como lagartas e percevejos são frequentemente encontradas em lavouras de soja, podendo causar sérios danos à cultura, em alguns casos comprometendo a produtividade e qualidade da produção. Sendo assim, o manejo e controle dessas pragas é essencial para evitar perdas produtividade e qualitativas na cultura da soja, sendo o monitoramento, uma ferramenta primordial na adoção de práticas de manejo sustentáveis que possibilitem o controle eficiente das pragas.
Nos últimos dias, foi observado pela CCGL o incremento de adultos das lagartas com complexo Spodoptera, sendo esses adultos, monitorados através de armadilhas de feromônio sexual. Sendo assim, deve-se atentar para a presença dessas pragas nos próximos dias.
Veja +: Atenção – Possível ocorrência de Spodoptera spp. para os próximos dias em algumas regiões do RS
Mas você sabe como monitorar algumas das principais pragas da soja?
Adultos (mariposas) de pragas como lagartas, podem ser monitoradas através do uso de armadilhas de feromônios sexuais. Essas armadilhas devem ser instaladas a campo, sendo distribuídas na lavoura de forma a comtemplar parte da área de cultivo e também áreas de bordadura, sendo essas, responsáveis muitas vezes pela entrada da praga na lavoura. Essas armadilhas atraem os adultos (mariposas) das lagartas, os quais ficam presos em um piso colante. Logo, a armadilha pode ser utilizada para acompanhamento da flutuação populacional da praga.
Figura1. A- armadilha de feromônio sexual; B – piso colante de armadilha com mariposas do complexo Spodoptera.

O monitoramento de mariposas pode ser uma importante ferramenta para prever possíveis fluxos de ocorrência de lagartas em soja, possibilitando o planejamento antecipado de práticas de controle.
Já no que diz respeito a lagartas e percevejo, mesmo que os percevejos não ocasionem danos significativos para a soja no período vegetativo da cultura, deve-se realizar o monitoramento dessas pragas, juntamente com lagartas e outras pragas.
Para realizar o monitoramento dessas e outras pragas, uma das principais ferramentas disponíveis é o “pano de batida”, instrumento de fácil utilização, mas com fundamental importância para a determinação de práticas de manejo de pragas em soja.
Figura 2. Uso do pano de batida vertical para uso no monitoramento de pragas na cultura da soja.

Segundo Grigolli & Grigolli (2018), o pano de batida deve apresentar dimensões de 1m de comprimento por 1,5 m de largura, possibilitando o monitoramento de pragas em 1m linear na fileira de soja. Para monitoramento de pragas, deve-se introduzir o pano de batida ainda enrolado entre as fileiras, de forma cuidadosa, ajustando-se um lado na base das plantas e outro estendido sobre as plantas de soja da fileira adjacente.
Figura 3. Procedimento de amostragem no uso do pano de batida em 1 m de fileira de soja.

Fonte: Grigolli & Grigolli (2018).
No momento de contagem e identificação das pragas, deve-se priorizar os percevejos, uma vez que esses podem alcançaram voo, impossibilitando sua contagem e identificação. Esse monitoramento deve ser realizado preferencialmente nas horas mais frescas do dia, uma vez que a maior parte dos percevejos precisa elevar a temperatura corpórea para voar, sendo assim temperaturas mais amenas no monitoramento possibilitem maior tempo para que os percevejos alcancem voo.
Embora uma tecnologia simples, o pano de batida possibilita a acompanhamento da flutuação populacional da maioria das pragas de soja, possibilitando o planejamento e execução de práticas de manejo e controle, com base em critérios técnicos como o nível de ação das pragas. Sendo assim, não se deve desprezar o velho e bom “pano de batida”.
Para consultar os níveis de ação para as principais pragas da soja clique aqui!
Referências:
GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. PRAGAS DA SOJA E SEU CONTROLE. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2017/2018, 2018. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/302/302/5bf01ceb5604523cfade5dc9c1b5d3f79c522dd4360d2_05-pragas-da-soja-e-controle-somente-leitura.pdf >, acesso em: 19/01/2021.