Além da boa qualidade fisiológica, genética, física e sanitária de sementes, a semeadura e plantabilidade da cultura são parâmetros fundamentais no estabelecimento do estande de plantas e produtividade final da soja. Uma semeadura adequada, visa proporcionar bom contato semente/solo, o posicionamento de sementes em profundidade adequada, o bom fechamento do sulco de semeadura, entre outros fatores.

Já a plantabilidade, esta intimamente relacionada com a distribuição de sementes no terreno, sendo que a boa plantabilidade tem como resultado a elevada porcentagem de sementes distribuídas de forma equidistante.

Conforme destacado pela Dra. Mariele Müller, como resultado da má distribuição de sementes na linha de semeadura, temos “duplas” e “falhas”. Ou seja, a má distribuição de sementes pode resultar em plantas muito próximas ou muito distantes entre si na linha de semeadura.

Figura 1. Esquema representativo de duplas e falhas, onde, Dra. Mariele Müller aborda o tema.

Segundo Dr. Geraldo Chavarria, quando o espaçamento entre plantas é a metade do espaçamento recomendado (ideal/aceitável), tem-se uma “dupla”, já quando o espaçamento entre plantas é superior a uma vez e meia o espaçamento recomendado, tem-se uma “falha”.

Exemplo:

Para uma densidade de semeadura de 12 sementes por metro linear (12 sem.m-1), tem-se que o espaçamento recomendado entre plantas deve ser de 8,3 cm aproximadamente.

Logo:

1,5 x 8,3 = falha

0,5 x 8,3 = dupla

Mariele destaca que apesar da habilidade compensativa ser uma característica da planta de soja, em circunstâncias de “falhas”, a planta não conseguirá compensar 100% da produtividade em comparação a distribuição adequada de plantas. Já com relação a “duplas”, a elevada proximidade entre plantas pode resultar em competição entre ambas por água, nutrientes e radiação solar, fazendo com que na busque por radiação, crescendo em altura e ramifique menos, podendo isso refletir em menor produtividade.



Conforme enfatizado por Chavarria, o ideal é que o somatório entre falhas e duplas não ultrapasse 30% da distribuição de plantas. Ou seja, a medida que tem-se o aumento de plantas equidistante, tem-se o melhor desenvolvimento de plantas, e como principal resultando a boa produtividade da cultura.

Além da tecnologia empregada na semeadura, um dos fatores que pode interferir na distribuição de sementes é a velocidade de semeadura. Segundo Gazel et al. (2017), o aumento na velocidade de semeadura pode reduzir o número de espaçamentos aceitáveis, aumentando a irregularidade de semeadura e resultando numa plantabilidade inadequada, a qual é essencial para a distribuição de plantas e produtividade da soja.


Veja também: Influência da velocidade de semeadura na soja


Confira o vídeo abaixo com as dicas da Dra. Mariele Müller e do Dr. Geraldo Chavarria.


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Referências:

GAZEL, K, L. et al. REGULARIDADE DE DISTRIBUIÇÃO EM DIFERENTES VELOCIDADES DE SEMEADURA DE SOJA EM SISTEMA PLANTIO DIRETO. Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia, ago. 2017. Disponível em: < https://www.confea.org.br/sites/default/files/antigos/contecc2017/agronomia/110_rddedvdsdsespd.pdf >, acesso em: 24/11/2020.

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