O mercado brasileiro de algodão voltou a mostrar fraqueza na terceira semana de março. “Com mais um dia de queda combinada no câmbio e em Nova York nesta quinta-feira, os compradores se retraíram e potencializaram o movimento de baixa que se verifica no mercado doméstico de algodão”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento.

Na média do polo industrial paulista, a fibra fechou o dia 18 cotada a R$ 4,95 por libra-peso, com queda de 1,0% em relação à véspera. No dia 11, valia R$ 5,10 por libra-peso. Na comparação com o mesmo período do mês e do ano passado, os ganhos acumulados eram de 3,8% e de 73,4%, respectivamente.

No FOB exportação do porto de Santos/SP, o produto brasileiro fechou a quinta-feira (18) a 87,78 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 1,14% em relação ao fechamento anterior. Ante ao contrato spot da Ice Futures a pluma brasileira, fechou cotada por um valor 2,7% superior, contra 2,1% do dia anterior. Há uma semana, era 2,8% superior e, há um mês, 2,8% inferior. “Com os preços internacionais e o dólar recuando, a indústria tem reduzido suas ofertas”, pondera Bento. “E o vendedor segue na defensiva”, completa.

O preço atual do algodão no mercado internacional e, consequentemente, no brasileiro, surpreendeu positivamente a SLC Agrícola, que esperava cotações mais achatadas da commodity devido a pandemia do novo coronavírus. “O algodão foi uma surpresa para nós”, destacou o diretor presidente Aurélio Pavinato, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta (18).

Conforme o dirigente, uma conjunção de fatores garantiu uma recuperação nas cotações, após o impacto inicial da covid-19, que deteriorou os preços da pluma na Bolsa de Nova York. “Na hora da tomada de decisão de plantar no Hemisfério Norte, que corresponde por 85% da safra mundial, os preços menores pela pandemia fizeram os produtores reduzirem a área na temporada 2020/21”, explica. Segundo ele, o clima desfavorável também prejudicou os rendimentos das lavouras em importantes países produtores.

“A produção mundial na safra 2019/20 ficou em 122 milhões de fardos, enquanto o consumo foi estimado em apenas 103 milhões de fardos devido à pandemia”, lembra o diretor. “Já na temporada 2020/21, a produção recuou para 114 milhões de fardos e o consumo foi projetado em 117 milhões de fardos”, relata. “Associados a recuperação do petróleo, que deixa a pluma mais competitiva em relação às fibras sintéticas, trouxeram suporte às cotações”, pondera.

Outro ponto positivo abordado por Pavinato foi o controle da pandemia na China. “Ela voltou a importar muito”, ressalta. “Tudo isto permite termos o algodão cotado acima de US$ 0,80 por libra-peso na Bolsa de Nova York”, explica. “E acima de US$ 0,70 para negócios futuros”, acrescenta.

“Não podemos esquecer que a recuperação dos grãos na Bolsa de Mercadorias de Chicago também dá suporte à pluma, pois pode significar menos área de algodão na hora da tomada de decisão para plantar”, finaliza.

Fonte: Agência SAFRAS

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