Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.
As cotações do trigo em Chicago subiram novamente nesta semana, fechando a quinta-feira (15) em US$ 6,53/bushel, contra US$ 6,28 uma semana antes.
O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 09/04, trouxe algumas modificações no cenário do trigo, com o principal ponto sendo a redução em quase seis milhões de toneladas nos estoques finais mundiais do cereal para 2020/21. A safra Argentina está calculada em 17,6 milhões de toneladas, enquanto as importações brasileiras de trigo se mantiveram em 6,7 milhões de toneladas no ano.
Nos EUA, a semeadura do trigo de primavera alcançou 11% da área esperada, contra6% na média histórica para esta época.
Todavia, a redução dos estoques finais mundiais e o clima seco nas planícies do norte dos EUA, e também na Europa, acabaram puxando para cima as cotações do cereal.
Já os embarques de trigo por parte dos EUA, na semana encerrada em 08/04, atingiram a 458.432 toneladas, ficando dentro do esperado pelo mercado. O total acumulado no ano comercial soma 21,4 milhões de toneladas, sendo muito semelhante ao volume do ano passado nesta época.
E no Brasil os preços se mantêm em alta. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 79,52/saco, enquanto no Paraná o produto já bate entre R$ 88,00 e R$ 90,00/saco.
E isso ocorre mesmo com os moinhos abastecidos e vendendo em ritmo lento os derivados do trigo, como a farinha. Os vendedores do cereal procuram resistir nos atuais preços, embora a demanda já esteja olhando com atenção a possibilidade concreta de uma oferta bem melhor do cereal a partir da nova colheita em setembro. Em clima normal não se descarta a possibilidade de uma produção total nacional, neste ano, ao redor de 6,5 milhões de toneladas (a Conab projeta 6,37 milhões de toneladas).
Por enquanto, os preços internos do trigo não apresentam tendência de recuo no médio prazo, ou seja, até junho pelo menos. Com a pouca oferta interna de qualidade e os altos preços de importação, o preço dos lotes do produto nacional está cada vez mais elevado, enquanto os moinhos só compram “da mão para a boca”, ou seja, o estritamente necessário, esperando que os preços recuem com a chegada da nova safra.
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ