O objetivo do trabalho foi verificar uma possível interação entre melhor desenvolvimento da cultura e maior produtividade de grãos em resposta aos tratamentos de sementes e as aplicações foliares de fertilizantes suplementares.
Autores: Pablo de Castro Arantes¹; Claudio Junior Ianaguivara2; June Faria Scherrer Menezes3
Introdução
O sistema de produção da soja pode ser caracterizado como sendo de elevado nível tecnológico. Nesse caso, o produtor procura todos os recursos disponíveis que possam suprir a exigência nutricional das cultivares modernas, a fim de obter maiores margens de lucro pelo incremento em produtividade de grãos. Na cultura da soja, a obtenção de uma lavoura com população adequada de plantas depende da correta utilização de diversas práticas essenciais, tais como: bom preparo do solo, semeadura em época adequada, boa disponibilidade hídrica para a germinação e emergência das plântulas, controle correto de plantas daninhas e boa regulagem da semeadora (Henning, 2005). Com todos estes cuidados, o sucesso da lavoura ainda está acondicionado a utilização de sementes de boa qualidade. Além da utilização de sementes de boa qualidade, o tratamento de sementes com fungicidas (sistêmico e contato), uso de micronutrientes que auxiliam na fixação biológica do nitrogênio (cobalto e molibdênio) e a correta inoculação são procedimentos técnicos que oferecem garantia adicional ao estabelecimento da lavoura a custos reduzidos.
As quantidades de molibdênio requeridas pelas plantas são pequenas (30 a 60 g ha-1) e sua aplicação via semente constitui-se uma das formas mais práticas e eficazes de adubação (Campo & Lantmann, 1998). O cobalto também influencia a absorção de nitrogênio por via simbiótica porque faz parte da estrutura das vitaminas B12, necessárias à síntese de leghemoglobina, que determina a atividade dos nódulos (Mengel & Kirkby, 2001). Para o cultivo da soja recomenda-se de 2 a 3 g ha-1 de Co (Embrapa Soja, 2004) via semente, com produtos de alta solubilidade. O objetivo do trabalho foi verificar uma possível interação entre melhor desenvolvimento da cultura e maior produtividade de grãos em resposta aos tratamentos de sementes e as aplicações foliares de fertilizantes suplementares.
Material e Métodos
O experimento foi instalado e conduzido a campo no Centro Tecnológico Comigo (CTC), situado entre a latitude 22° 41’ S e longitude 47° 33’ W, com altitude média de 845 m, localizado no município de Rio Verde, no período de outubro de 2016 a março de 2017. Para a adubação de base foi utilizado 250 kg ha-1 de MAP (135 kg ha-1 de P2O5) no sulco de semeadura e 100 kg ha-1 de KCl (60 kg ha-1 de K2O), aplicado em cobertura aos 15 dias após semeadura, segundo as recomendações de Sousa; Lobato (2004) para a cultura da soja. O delineamento utilizado foi de blocos casualisados (DBC), constituído por três tratamentos e quatro repetições. Sendo os tratamentos compostos por: T1-controle (sem nenhuma adição de produtos químicos no tratamento de sementes e nas aplicações foliares), T2- tratamento de sementes padrão da Região e T3-Tratamento de sementes com coinoculação e suplementação da adubação via foliar, conforme descrição nas Tabelas 1 e 2.
Tabela 1. Tratamentos de sementes de soja MS 7110. CTC. Safra 2016/2017. CTC. Rio
Verde/GO
Tabela 2. Protocolo de aplicação foliar da suplementação via foliar na soja MS 7110 em função dos estádios fisiológicos. Safra 2016/2017. CTC. Rio Verde/GO
No dia da semeadura, as sementes de soja foram tratadas conforme os tratamentos sugeridos (Tabela 1), sendo realizada no dia 16 de novembro de 2016, utilizando-se a variedade Monsoy 7110 com densidade de plantio de 20 sementes por metro no espaçamento de 0,5 m. Nas parcelas referentes ao tratamento com coinoculação além do tratamento de sementes diferenciado, seguiu-se um protocolo de aplicações foliares em diferentes estádios fisiológicos da cultura da soja (Tabela 2). A colheita dos grãos de soja foi realizada no dia 08 de março de 2017 e os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando-se o programa estatístico SISVAR.
Resultados e Discussão
Pela análise de variância, verificou-se que a produtividade e massa de 100 grãos de soja não apresentaram diferença significativa (p<0,05) em função dos tratamentos. A produtividade de grãos e a massa de 100 sementes foram semelhantes entre os tratamentos, porém a produtividade do tratamento controle foi 6,92% inferior ao tratamento padrão e 8,27% ao tratamento T3 (Tabela 3).
Tabela 3. Produtividade e massa de 100 grãos de soja em função dos tratamentos. Soja 7101, Safra 2016/2017. CTC. Rio Verde/GO
Como consideração final houve benefícios da inoculação com Bradyrhizobium, da coinoculação com Azospirillum e das aplicações foliares de multinutrientes. Sfredo & Oliveira (2010) detectaram algum problema na aplicação de Mo e Co nas sementes, a aplicação de formulações salinas ou com pH baixo pode afetar drasticamente a sobrevivência da bactéria Bradyrhizobium, a nodulação e a fixação do N2. Esses problemas podem ser evitados com a aplicação desses micronutrientes, via foliar. Além do Bradyrhizobium, outro grupo de microrganismos benéficos é representado por bactérias associativas, destacam-se as pertencentes ao gênero Azospirillum, utilizadas mundialmente como inoculantes (Hungria et al., 2010). Esta prática é denominada de coinoculação. Além do correto tratamento de sementes, a aplicação de nutrientes às folhas das plantas, com o objetivo de suplementar as necessidades nutricionais das mesmas, podem ser favoráveis aos aumentos de produtividade da cultura.
A aplicação da coinoculação e suplementação da adubação via foliar foi superior em 6,7% no rendimento de grãos.
Referências
CAMPO, R.J.; LANTMANN, A.F. Efeitos de micronutrientes na fixação biológica do nitrogênio e produtividade da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.33, n.8, p.1245- 1253, 1998.
EMBRAPA SOJA. Tecnologias de produção de soja: Paraná 2005. Londrina: Embrapa Soja, 2004. 224p.
HENNING, A.A. Patologia e tratamento de sementes: Noções Gerais. Documentos 264.
Embrapa soja, 2005
HUNGRIA, M.; CAMPO. R.J.; SOUZA, E.M.; PEDROSA, F.O. Inoculation with selected strains of Azospirillum brasilense and A. lipoferum improves yields of maize and wheat in Brazil. Plant and Soil, v. 331, p. 413-425, 2010.
MENGEL, K.; KIRKBY, E.A. Principles of plant nutrition. 5 ed. Academic Publishers, 2001. 849p
SFREDO, G. J,; OLIVEIRA, M. C. N. de. Soja: Molibdênio e Cobalto. Documentos 322.
Embrapa soja. Junho. 2010.
SOUSA, D.M.G.; LOBATO, E. Cerrado: correções e adubações. Embrapa Planaltina. 2004.
Informações dos autores
¹Engenheiro agrônomo, Universidade de Rio Verde (UniRV), Rio Verde/GO. E-mail: pablodecastroarantes@hotmail.com;
²Engenheiro Agrônomo, coordenador técnico Regional Centro Oeste. Microquímica/Tradecorp E-mail: claudio@microquimica.com
³Universidade de Rio Verde (UniRV), Rio Verde/GO. E-mail: june@unirv.edu.br
Disponível em: Anais do II COMSOJA
Infelizmente trabalho incompleto e tendencioso.
Deveria existir pelo menos mais dois tratamentos:
T4:Tratamento somente com a coinoculação
T5: Tratamento somente com suplementação nutricional foliar.
Assim separaria qual tratamento teve mais efeito no ganho de produtividade, coinoculaçao ou suplementação foliar .?