O agronegócio brasileiro está preocupado com o avanço dos produtos pirata. Atividades ilícitas com insumos agrícolas trazem consequências para os criminosos, agricultores e consumidores.
Mesmo sem ser afetada, a indústria do calcário defende práticas corretas. “Insumos irregulares prejudicam a todos. Daí estarmos fazendo um alerta aos sindicatos estaduais associados, para que o tema seja tratado junto aos nossos clientes”, conta João Bellato Júnior, presidente da Abracal.
Defensivos agrícolas, fertilizantes e sementes piratas ganharam espaço com a alta do dólar. Eles já representam 25% das operações no Brasil, e perda anual de US$ 3 bilhões – com dados de 2019.
O uso foca na redução de custos na fazenda. Porém, os danos podem ser maiores, se houver alguma anormalidade nos produtos que serão exportados.
Na prática, o insumo pirata já provocou a perda de toda a plantação. Constatada a irregularidade, o agricultor paga multa e é alvo de ação judicial, inclusive por crime ambiental. Ainda há registro de contaminação de trabalhadores.
Os casos incluem defensivos contrabandeados sem avaliação do Ministério da Agricultura, Anvisa e Ibama. Há produtos registrados, mas com composição adulterada, vendidos mais baratos. Parte deles é roubado das propriedades rurais por quadrilhas especializadas e, depois, “batizados”.
Rotas do tráfico de drogas são usadas, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Parte do material vem de países que fazem fronteira com o Brasil, como o Paraguai.
10 orientações para o produtor
No ano passado, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) relacionou 10 práticas para o uso correto e seguro de defensivos.
– Faça bom planejamento para a compra. Use sempre o receituário emitido por um engenheiro agrônomo.
– Certifique-se de que o produto está registrado e recomendado para a cultura de uso. A informação está na bula e pode ser checada no site da Anvisa.
– Compre sempre de cooperativas, revendas ou fabricante, para garantir que são originais.
– Transporte e armazene os defensivos de forma segura. Use a caçamba de caminhonete ou caminhão, e nunca junto com pessoas, animais ou alimentos. Guarde em depósito feito de alvenaria com identificação, separado de moradias ou instalações para animais.
– Proteja-se corretamente, utilizando sempre todos os EPIs.
– Use apenas a quantidade recomendada e do jeito certo. Uso incorreto causa prejuízos financeiros, intoxicação da planta, riscos aos aplicadores e ao meio ambiente, além de tornar o alimento impróprio para consumo.
– Cuidado no preparo da calda! Consulte um agrônomo sobre os produtos misturados. Só prepare a calda vestido com os EPIs.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Abracal