Em outubro de 2024, foram observados acumulados de chuva entre 40 mm e 120 mm em grande parte do país, porém em algumas áreas, desde o oeste da Região Norte, passando pelas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, além da parte centro-sul da Região Sul, as chuvas foram acima de 150 mm.
Após um longo período de seca no Brasil Central, os níveis de água no solo estão se recuperando, exceto no norte de Minas Gerais, onde as recentes chuvas ainda não foram suficientes para elevar os níveis de umidade no solo. No nordeste da Região Norte e centro-norte da Região Nordeste, os acumulados de chuvas foram inferiores a 30 mm, e os níveis de água no solo se encontram baixos.
Na Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 40 mm, com localidades na parte sul da região amazônica, com volumes que superaram os 150 mm. De modo geral, o armazenamento hídrico do solo permanece satisfatório, favorecendo o plantio da soja. Entretanto, em Roraima, Amapá e nordeste do Pará, os volumes foram menores que 30 mm, e os níveis de umidade do solo ainda se encontram baixos.
Na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados no sul do Maranhão e do Piauí, além de parte da Bahia, com valores entre 70 mm e 150 mm. Dessa forma, as condições se tornaram menos restritivas para o avanço do plantio das culturas de primeira safra nestas áreas. Na faixa que vai deste o norte do Maranhão até o nordeste da Bahia, os volumes de chuvas foram abaixo de 40 mm, havendo redução dos níveis de umidade no solo.
Em grande parte da Região Centro-Oeste, houve o retorno das chuvas, com volumes acima de 70 mm, principalmente em Goiás e no Distrito Federal, bem como em áreas de Mato Grosso, onde os valores ultrapassaram 150 mm. De modo geral, os níveis de umidade do solo se encontram mais elevados em relação ao mês passado, e isto tem contribuído para a evolução da semeadura dos cultivos de primeira safra, além do desenvolvimento das culturas em campo. Na Região Sudeste, foi observado a regularização das chuvas, com volumes entre 100 mm e 200 mm, contribuindo para o aumento dos níveis de umidade do solo em algumas áreas. Este cenário é favorável para a semeadura e desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.
Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 100 mm e têm colaborado para a manutenção dos níveis de umidade no solo. No norte do Paraná, os volumes de chuva foram inferiores a 70 mm. No geral, as condições seguem satisfatórias para os cultivos de inverno, que se encontram em enchimento de grãos, maturação e colheita, assim como o desenvolvimento da safra 2024/25.
Em outubro, as temperaturas máximas foram superiores a 34 °C nas Regiões Centro-Oeste, Norte e parte oeste das Regiões Nordeste e Sudeste. Destacase as áreas localizadas no Maranhão e Piauí, onde foram registradas máximas acima de 38 °C. No leste das Regiões Sudeste e Nordeste, as temperaturas máximas variaram entre 28 °C e 32 °C. Do sudeste do Paraná até o Rio Grande do Sul, as máximas foram inferiores a 30 °C.
Quanto às temperaturas mínimas, foram inferiores a 18 °C na Região Sul e parte da Região Sudeste. Nas demais áreas, as temperaturas foram mais elevadas, principalmente na Região Norte, norte do Maranhão e do Piauí, oeste do Ceará, sudoeste de Mato Grosso e noroeste de Mato Grosso do Sul, onde as temperaturas mínimas foram acima de 24 °C.
CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA
Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de outubro de 2024. Foram observados valores de anomalias entre -0,5 °C e -2 °C em toda a faixa do Pacífico Equatorial. Considerando somente a região do Niño 3.4, área entre 170°W e 120°W, as anomalias médias positivas de TSM tem apresentado um decréscimo acentuado desde o início de abril, indicando o fim do fenômeno El Niño. Desde setembro estes valores vêm se mantendo abaixo de -0,5 °C, condição para o início da La Niña. Entretanto, para que o fenômeno seja declarado, estes valores devem persistir por pelo menos três meses consecutivos. Dessa forma, permanece ainda com condições de neutralidade.
A análise do modelo de previsão do Enos (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para uma transição das condições de neutralidade para o fenômeno La Niña, o resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial, com 53% de probabilidade, durante o trimestre novembro, dezembro e janeiro de 2024.
PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2024 E JANEIRO DE 2025
A previsão climática do modelo do Inmet para os próximos três meses é mostrada na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média para o centro-norte do Brasil, mas principalmente na Região Nordeste. Chuvas acima da média são previstas para grande parte da Região Sul, parte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de áreas do Acre, Amazonas e Pará.
Analisando, separadamente, cada região do país, verifica-se que para a Região Norte, a previsão é de totais de chuva acima da média no Acre, oeste e sudeste do Amazonas, leste de Roraima e sudoeste do Pará. Nas demais áreas, são previstas chuvas próximas ou abaixo da média histórica, o que pode reduzir os níveis de umidade do solo nos próximos meses, principalmente, no nordeste da região amazônica.
Na Região Nordeste há previsão de chuvas abaixo da média em grande parte da região. Este cenário contribui para a redução do armazenamento hídrico do solo, porém algumas chuvas podem chegar à região do Matopiba e contribuir para a elevação gradativa dos níveis de umidade no solo nesta área, principalmente entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025.
Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas próximas ou acima da média no centro-leste de Mato Grosso, centro-oeste de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, contribuindo para a elevação dos níveis de água no solo. Nas demais áreas, são previstas chuvas abaixo da média, com níveis de umidade mais baixos sobre o norte de Minas Gerais, sudoeste de Mato Grosso e noroeste de Mato Grosso do Sul.
Em grande parte da Região Sul são previstas chuvas próximas ou acima da média, e os níveis de água no solo se manterão elevados. Entretanto, no sul do Rio Grande do Sul pode ocorrer uma ligeira redução das chuvas nos próximos meses, principalmente entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, diminuindo os níveis de umidade no solo.
Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando temperaturas acima da média climatológica, em praticamente, todo o país, especialmente em áreas mais ao norte, onde os valores médios podem ultrapassar os 28 °C. Em áreas pontuais do sul da Bahia e de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e leste da Região Sul, as temperaturas devem ser inferiores a 24 °C. Em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 20 °C.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).
Confira o Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos / Safra 2024/2025 2° Levantamento de Novembro de 2024 completo, clicando aqui!
Fonte: CONAB