O Nitrogênio (N) é o nutriente mais requerido pela cultura da soja, sendo necessários em média, cerca de 80 kg de N, para cada tonelada de grãos produzidos (Hungria; Campo; Mendes 2001). Felizmente, por meio da fixação biológica de nitrogênio (FBN), todo o nitrogênio necessário para boas produtividades de soja é fornecido à cultura, sem a necessidade de complementação via fertilizantes nitrogenados.
A FBN consiste na associação simbiótica entre bactérias que pertencem ao gênero Bradyrhizobium e às plantas, formando estruturas especializadas nas raízes da soja, chamadas nódulos, nos quais ocorre o processo de fixação biológica. Entretanto, para uma adequada FBN, além da simbiose entre planta e bactérias, é necessário que a nutrição das plantas esteja adequada, não havendo deficiências nutricionais, especialmente se tratando de nutrientes como Molibdênio (Mo) e Cobalto (Co), os quais apresentam relação direta com a FBN.
Embora considerados micronutrientes, tanto Mo quanto Co são essências para o processo de fixação biológica de nitrogênio, sendo que o Co participa na síntese de cobamida e da leghemoglobina nos nódulos, enquanto o Mo participa como cofator nas enzimas nitrogenase, redutase do nitrato e oxidase do sulfeto, além de estar intimamente relacionada com o transporte de elétrons durante as reações bioquímicas (Sfredo & Oliveira, 2010).
Tendo em vista a relação desses micronutrientes com a FBN, a baixa disponibilidade deles, ou até mesmo a deficiência de algum, pode comprometer a eficiência da FBN, reduzindo a capacidade em fixar nitrogênio atmosférico. O Mo tem média mobilidade no floema e mais de 58% do Mo requerido pela soja é absorvido nos primeiros 45 dias, já o Co é considerado móvel no floema, entretanto quando aplicado via foliar apresenta mobilidade parcial (Sfredo & Oliveira, 2010).
Embora a quantidade requerida de ambos os nutrientes pela soja seja considerada pequena, para evitar interferência negativa pela baixa concentração de Co e Mo, recomenda-se que a adição de pelo menos a quantidade exportada dos nutrientes pela cultura da soja, podendo ambos os micronutrientes, serem aplicados via tratamento de sementes ou aplicação foliar.
Conforme orientações técnicas, recomenda-se a aplicação de 2 g ha-1 a 3 g ha-1 de Co e 12 g ha-1 a 25 g ha-1 de Mo. Estas doses podem ser aplicadas, com a mesma eficiência, tanto via tratamento de semente ou em pulverização foliar, nos estádios de desenvolvimento V3-V5 (Oliveira Junior et al., 2020).
Veja mais: Tratamento de sementes industrial ou on Farm?
Referências:
HUNGRIA, M.; CAMPO, R. J.; MENDES, I. C. FIXAÇÃO BIOLÓGICA DO NITROGÊNIO NA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Circular Técnica, n. 35, 2001. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPSO/18515/1/circTec35.pdf >, acesso em: 28/04/2022.
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. FERTILIDADE DO SOLO E AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA. Tecnologias de Produção de Soja, Embrapa, Cap 7, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 28/04/2022.
SFREDO, G. J.; OLIVEIRA, M. C. N. SOJA: MOLIBDÊNIO E COBALTO. Embrapa, Documentos, n. 322, 2010. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/18872/1/Doc_322_online1.pdf >, acesso em: 28/04/2022.
Acompanhe nosso site, siga nossas mídias sociais (Site, Facebook, Instagram, Linkedin, Canal no YouTube)