Com danos que podem chegar a 90%, a ferrugem-asiática causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi é uma das doenças mais severas que acometem a soja. Plantas severamente infectadas apresentam desfolha precoce, que compromete a formação, o enchimento de vagens e o peso final do grão (Godoy et al, 2024). Vale destacar que a ferrugem-asiática pode ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da soja.
Nesse sentido, atuar de forma proativa no manejo da doença e acompanhar os casos de ocorrência da ferrugem é determinante para embasar estratégias de manejo para reduzir os efeitos da ferrugem-asiática em soja, principalmente quando as condições climáticas e ambientais são favoráveis ao desenvolvimento da doença.
De acordo com Soares et al. (2023), o processo de infecção da ferrugem depende da disponibilidade de água livre na superfície da folha, sendo necessárias no mínimo 6 horas, com um máximo de infecção ocorrendo entre 10 e 12 horas de molhamento foliar. Além disso, temperaturas entre 18°C e 26,5°C são favoráveis para a infecção.
Com isso, intensificar o monitoramento da ferrugem e acompanhar a dispersão dos casos é essencial para embasar o manejo fitossanitário da soja, especialmente em áreas próximas a ocorrência da doença. Para tanto, uma das principais alternativas para isso é acompanhar as atualizações do Consórcio Antiferrugem, uma parceria público-privada no combate à ferrugem-asiática.
Conforme atualizações, para a safra 2024/2025, até então, 75 casos de ferrugem-asiática já foram relatados no Brasil. O Estado do Paraná lidera com a maioria dos casos, seguido pelo Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais.
Além dos casos de ocorrência em soja, há relatos da presença de esporos do fungo causador da ferrugem em diversas regiões, especialmente no Paraná. Vale enfatizar que, com a melhora das condições hídricas e temperaturas amenas, há grande probabilidade do aumento da incidência da ferrugem nas regiões próximas aos casos relatados.
Figura 1. Mapa de dispersão da ferrugem-asiática, safra 2024/2025. Atualizações de 27 de Janeiro de 2025.
Conforme dados do Consórcio Antiferrugem, a maioria dos casos relatados de ferrugem-asiática foram registrados em soja no período reprodutivo, em especial, no enchimento de grãos (R5). Esse período é determinante para a formação de componentes de produtividade como peso de grãos, impactando diretamente a produtividade da soja.
Figura 2. Casos de ocorrência de ferrugem-asiática por estádio do desenvolvimento da soja. Atualizações da safra 2024/2025, 27 de Janeiro de 2025.
Conforme recomendações do Comitê da Ação a Resistência a Fungicidas, para um controle mais eficiente da doença e manejo da resistência a fungicidas, todo programa de controle de ferrugem deve ser iniciado de forma preventiva à ocorrência da doença.
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Veja mais: Eficiência de fungicidas no controle da ferrugem-asiática na safra 2023/24
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Referências:
CORSÓRCIO ANTIFERRUGEM. MAPA DE DISPERSÃO. Consórcio Antiferrugem: Parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja, 2025. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 27/01/2025.
FRAC-BR. NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, 2025. Disponível em: < https://www.frac-br.org/recomendacoes-ferrugem-asiatica-da- >, acesso em: 27/01/2025.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEMASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2023/2024: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 206, 2024. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1165843/1/CT-206-Claudia-Godoy.pdf >, acesso em: 27/01/2025.
SOARES, R. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, ed. 6, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1158639 >, acesso em: 27/01/2025.