As chuvas no período foram em menor abrangência e volume, mas onde incidiram proporcionaram condições para o surgimento de novos trifólios, o aumento de porte, o fechamento de entrelinhas e intensificação da coloração verde escura nas lavouras.

O quadro geral continua com potencial produtivo afetado, estande de plantas abaixo do ideal, baixa área foliar e antecipação da finalização do ciclo das plantas, principalmente em cultivares de ciclo curto ou estabelecidas no início do período recomendado para plantio. A colheita de cultivares mais precoces apresentam resultados muito aquém dos esperados, mas ainda representam áreas muito pequenas, sem relevância estatística.

Priorizando as melhores lavouras, produtores realizaram manejo de plantas invasoras e controle de pragas e doenças. O manejo fitossanitário recomendado foi baseado em monitoramento periódico das lavouras, para fazer uso de produtos de controle, apenas quando necessário, para não elevar os custos de produção. Seguiu alta a incidência de tripes e ácaros. De maneira geral, com o reduzido período de molhamento foliar, foi possível aumentar o intervalo entre aplicações de fungicidas, exceto em lavouras com alta incidência de manchas e oídio e das com alto risco de ocorrência de ferrugem asiática, apontada pelos boletins do Programa Monitora Ferrugem RS.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste permaneceu o cenário de perda elevada no potencial produtivo, condicionado pela insuficiência de chuvas. As primeiras lavouras colhidas em Maçambará obtiveram produtividade de apenassete sacos por hectare e alta proporção de grãos chochos e imaturos. Em Quaraí, as estimativas de perdas são de 40% e em Alegrete, alcançam 60%. A cultura na Campanha apresenta grande variação no potencial produtivo, devido as diferenças nos volumes de chuvas ocorridas desde dezembro. Há lavouras com ótimo desenvolvimento, que se beneficiaram também de noites mais frias e dias com temperaturas dentro da faixa tolerada pela cultura, mesmo onde ocorreram chuvas pouco abaixo do ideal. Em Candiota, foram realizadas aplicações de fertilizantes foliares visando estimular o aumento do porte da planta.

Na de Caxias do Sul, as chuvas recorrentes desde meados de janeiro recuperaram parte das lavouras, mas as perdas estão consolidadas. As áreas semeadas no final do período recomendado, nos Campos de Cima da Serra, são as que apresentam menores decréscimos no potencial produtivo até o momento.

Na de Erechim, os cultivares mais precoces têm perdas consolidadas, pois estão na fase de formação de legumes, as plantas são de tamanho reduzido e com linhas ralas. Há recuperação de lavouras semeadas mais tarde, depois de meados de novembro e em restevas de trigo. Produtores buscam alternativas para próxima safra, como adubação com cama aviária, para minimizar o aumento dos custos de produção.

Na de Frederico Westphalen, mesmo com as precipitações significativas ocorridas recentemente, as lavoras em estádios finais de desenvolvimento tem perdas impactantes e
irreversíveis. No entanto, as chuvas foram fundamentais para lavouras em resteva da cultura do milho, que vinham tendo dificuldades no estabelecimento inicial.

Na regional de Ijuí, persiste o cenário de baixo desenvolvimento da cultura, acentuando-se as perdas de produtividade. Nas lavouras em maturação são avaliadas a viabilidade técnica e econômica para realizar, ou não, a colheita. Algumas são abandonadas para não aumentar o prejuízo. Em Santo Augusto, as primeiras lavouras colhidas apresentaram produtividade entre 10 e 15 sacos por hectare e em Jóia, apenas dois sacos.

Na de Pelotas, parte das lavouras retomou o desenvolvimento, graças ao retorno da umidade no solo e das condições ambientais, com os dias mais amenos e evapotranspiração diária inferior a 5,5 mm/dia. A condição proporcionou melhor pegamento das vagens e enchimento dos grãos.

Na de Porto Alegre, com incidência regular de chuvas desde janeiro, as plantas melhoraram o vigor e crescimento. Os cultivos estão em estádios do ciclo menos avançados que em outras regiões do Estado, com 72% das lavouras em floração e enchimento de grãos e 27% em desenvolvimento vegetativo. As perdas no potencial produtivo também são significativamente menores, alcançando apenas 5% da estimativa inicial.

Na de Santa Maria, 3% das lavouras foram colhidas e 7% está em final de maturação. A perda estimada é superior 45 % em relação à estimativa inicial de rendimento.

Na de Santa Rosa, 5% da cultura está em maturação. Poucas lavouras foram colhidas, com a maturação forçada pelas altas temperaturas e tempo seco. A produtividade é muito baixa e os grãos são de péssima qualidade, apresentando-se pequenos, chochos, malformados e esverdeados. Os descontos de umidade e impureza nas unidades de beneficiamento são elevados e não compensam a comercialização, com produtores destinando a produção à alimentação animal. A quebra de produtividade alcança 90%, em algumas lavouras, com grande número de solicitação de perícias de Proagro. As lavouras de ciclo mais longo ou implantadas em janeiro apresentam falhas de germinação e no estabelecimento inicial. Nas
Missões, lavouras irrigadas de soja em sucessão ao milho, podem não ter água suficiente até o final do ciclo pelo baixo volume acumulado nos reservatórios. No aspecto fitossanitário, persiste a estratégia de realizar tratamentos apenas em lavouras com potencial de produção mínimo de 12 sacas por hectare. Foi constatado a ocorrência de podridão negra da raiz, causada por Macrophomina phaseolina, fungo de solo que ataca em condições de solo seco e altas temperaturas.

No Vale do Rio Pardo, na de Soledade, as chuvas periódicas desde janeiro favorecem as lavouras, que no período apresentam intensa brotação, sobretudo em cultivares de hábito de crescimento indeterminado. No Alto da Serra do Botucaraí, a maior parte da oleaginosa está em desenvolvimento vegetativo inicial, por replante de áreas ou plantio tardio e o estande é adequado.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, identificou cotação média da saca com variação de +1,99% em relação à da semana anterior, passando de R$ 190,81 para R$ 194,60. O produto disponível em Cruz Alta apresentou elevação de +0,20%, cotado a R$ 202,00.

Fonte: Emater/RS – ASCAR – Informativo Conjuntural – nº 1698

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