A seca que atingiu os rios da região norte do Brasil ocasionou a paralisação dos transportes de grãos pelos rios Madeira e Tapajós, que formam um importante corredor hidroviário para o escoamento de grãos do Oeste do Mato Grosso e Rondônia até os terminais de exportação do Amazonas, segundo informações da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport).

O transporte de grãos embarcados pelo rio Tapajós havia registrado uma redução dos volumes de cerca de 40% e com a queda do nível da água, os transportes foram suspensos. A Amport espera que o Tapajós suba pelo menos 20 centímetros para que possa retomar a navegação. A estimativa é que isso possa acontecer em novembro, caso as previsões de chuva se confirmem para a região.

Alternativas

O vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco, explicou que produtores, tradings e exportadoras estão tendo que desviar suas cargas para o Sul e o Sudeste. “As opções são mesmo os portos, principalmente, de Santos (SP) e Paranaguá (PR)”.

Dos males, o menor

A Associação Nacional de Exportadores de Grãos (ANEC) afirmou que as questões logísticas não irão impactar o volume de exportação, uma vez que os embarques dos grãos estão, praticamente, concluídos.

“O problema só não é maior, porque o Brasil já exportou a maior parte de grãos estimada para 2024; um ano que também contou com um volume menor de soja e milho, devido à quebra de safra”, reforçou Hélio Sirimarco.

Os portos do chamado Arco Norte, que inclui Barcarena e Santarém (PA), Itaqui (MA), Itacoatiara (AM), entre outros, responderam por 33,8% das exportações de soja e por 42,5% dos embarques de milho em 2023, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Rio abaixo, rio acima

Outros dados da Conab apontam que o transporte de grãos por rios no Brasil registrou um aumento de 782%, ao longo de 13 anos. “Apesar desse problema de logística, o impacto não vai ser muito grande. O único problema será para os exportadores que terão um aumento de custos, porque vão ter que pegar seus produtos – soja, milho – e transportá-los para os portos do Sul e do Sudeste”, finalizou o vice-presidente da SNA.

Fonte: SNA  –  por Larissa Machado 

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