FATORES DE ALTA
- Atraso na colheita do Brasil, que mantém a demanda chinesa focada nos EUA e começa a focar também na Argentina em detrimento dos embarques brasileiros. Eleva as cotações em Chicago, mas reduz os prêmios de março no Brasil;
- Condições climáticas piorando na Argentina. Relatório privado recebido pela TF Consultoria diretamente daquele país nos dá conta de que as condições climáticas estão piorando rapidamente na área central da Argentina, que está enfrentando uma “seca relâmpago”. Alguns analistas acreditam que isso provavelmente significará 3-4 milhões de toneladas a menos de produção nesta safra. Há muito pouco tampão na umidade do subsolo para compensar este evento seco e quente. Rosário está completamente seco há mais de três semanas (o calendário de soja agora é semelhante a 15 de agosto nos EUA). Desde 01 de fevereiro o registro é de apenas 32 mm, contra a média de 100-120 mm para o mês. Isso é extremamente abaixo do normal. A soja está sofrendo, particularmente de Rosário para o sul. As temperaturas estão bem acima dos 32 oC e as previsões mantêm essa anomalia pelo menos até 12 de março. Isso deve apoiar a entrada do mercado na próxima semana;
- Alta do dólar no Brasil: Contrariamente ao que alguns analistas pensavam, o dólar não só não caiu para R$ 4,85, como subiu para R$ 5,60 nesta sexta-feira. O dólar subiu 1,25% no dia, 4,09% na semana, 2,4% no mês e 8% no ano, até o momento, dando sustentação aos bons preços da soja.
FATORES DE BAIXA
- Início da colheita e aumento da oferta, que poderão manter os preços sem subir mais, ou até cair levemente, porque em alguns estados, como o Rio Grande do Sul, por exemplo, a produção deverá ser maior do que as expectativas iniciais.
- Provável aumento de área nos EUA, que será um poderoso fator de baixa a médio e longo prazo para os preços.
CONCLUSÃO
Com uma perspectiva de lucratividade de mais de 100% entre o custo de produção total e o atual preço da soja para maio de 2021 (R$ 171,00 no mercado de lote no porto menos 6 de frete e menos 5 de diferença para o mercado de balcão), além de uma boa chance de as
cotações em Chicago e no mercado internacional caírem diante da possibilidade de aumento de área nos Estados Unidos, nossa recomendação aos sojicultores brasileiros é que aproveite o lucro atual sem medo de ser feliz.
Mesmo que, eventualmente (será muito difícil) o preço suba um pouquinho, garantir um lucro maior do que 100% terá valido a pena em meio a um cenário impreciso sobre o futuro, que tem mais chance de cair do que de subir a médio e longo prazo.
RIO GRANDE DO SUL: Safra 2,14 MT maior do que o esperado pressiona preços no estado
A safra de soja no Rio Grande do Sul está surpreendendo: um relatório da RTC-Rede Técnica das Cooperativas do estado registra que as condições das lavouras são de 19% excelentes e 81% boas, com zero ruins ou muito ruins, ao contrário do milho, cuja safra quebrou mais de 40% em algumas regiões.
A expectativa de produtividade até o momento é de 3.509 kg/hectare, segundo a mesma fonte, o que pode proporcionar uma produção ao redor de 21,24 milhões de toneladas, cerca de 2,14 milhões a mais do que as 19,10 milhões previstas no último relatório de fevereiro da Conab, para o Estado.
Esta é a principal razão da queda em torno de R$ 3,00/saca nos preços num dia em que Chicago e o dólar estão em alta.
PARANÁ: Negócios rodando, mas sem alteração nos preços
No Paraná os preços permanecem congelados, mas contratos tem rodado em “spot” ou seja, para entrega mais imediata. O foco continua sendo a entrega dos contratos antecipados e a colheita está evoluindo bem, diferente do vizinho mais ao sul não há dificuldade de armazenagem e o volume permanece dentro do esperado.
Negócios maiores não ocorreram visto que existe um embate entre vendedores e compradores onde um tenta empurrar o frete para o outro. Para futuro FERROVIA, em Maringá, para 2021, abril R$ 163,00, maio R$ 163,70, Jun R$ 164,70. CIF Paranaguá 2021, abril R$ 168,50, maio R$ 168,60, Junho R$ 169,60. CIF Paranaguá 2022 fevereiro R$ 148,90, março 148,20, abril 147,30 e maio 148,30.
MINAS GERAIS: Quedas em todo o Estado por variações na Bolsa
Foco continua sendo a colheita para garantir os contratos antecipados. Hoje valores recuam mais R$1,00 por saca, lentamente se aproximando dos valores de antes do grande aumento que ocorreu no começo da semana.
Embora os valores não estejam diferentes das outras regiões, os preços não fecham para as cerealista e grandes empresas de olho no mercado nesse momento. Os fretes também sofrem aumentos devido a saída das colheitas de milho e soja e, portanto, nenhum negócio foi feito.
MATO GROSSO DO SUL: Soja bem vendida, negócios difíceis para compradores
Com a queda da bolsa de Chicago, o mercado avariado acaba por segurar a mercadoria, muitos vendedores já venderam bons lotes em contratos antecipados e por isso, permanecem imóveis quanto aos altos valores da soja, cobrando muito, com pagamentos prazos extremamente curtos.
Além disso a colheita anda lentamente, estando em 12%, muito atrasada em relação aos valores do ano passado que nesse mesmo período já contava com 22% de toda a colheita, não houve negócios no dia de hoje.
Fonte: T&F Agroeconômica