Em um sistema de cultivo, a rotação de culturas desempenha papel fundamental no manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, além de contribuir para a diversificação e sustentabilidade dos cultivos. Segundo Veiga et al. (2019), nos últimos anos o cultivo da soja em terras baixas até então destinadas somente ao cultivo do arroz irrigado, vem aumentando. Além de contribuir para a diversificação de culturas, a soja proporciona o controle de plantas daninhas persistentes no cultivo do arroz.

A crescente procura pelo grão e a possibilidade de rotacionar mecanismos de ação de herbicidas fazem da soja uma interessante alternativa para o cultivo em terras baixas (várzeas). Entretanto, conforme destacado por Rosso et al. (2018), fatores como impedimentos físicos do solo e má drenagem podem ser comumente encontrados nesses ambientes de cultivo, sendo necessário adequar práticas de manejo que possibilitem o bom crescimento e desenvolvimento das plantas, resultando em boas produtividades da soja.



Um dos principais agravantes do cultivo, é a má drenagem, para tanto, alternativas como a instalação de drenos, e a semeadura da soja em camalhões podem ser interessantes ferramentas para minimizar os efeitos do excesso hídrico. A soja ao contrário do arroz, não possui aerênquimas em seu sistema radicular, sendo assim não consegue tolerar períodos prolongados de alagamento do solo.

Figura 1. Área de terras baixas com sistema de drenagem.

Foto: Giovani Theisen.

Conforme observado por Rosso et al. (2018), a utilização de camalhões de base larga também traz bons resultados no cultivo da soja, possibilitando o rebaixamento do nível do lençol freático e melhores condições para crescimento e desenvolvimento da soja.

Pensando no aumento da produtividade da soja em terras baixas, a Equipe do Mais soja, em conjunto com O professor Thomas Martin da Universidade Federal de Santa Maria, coordenador do Grupo Coxilha e com Mara Grohs Técnica Superior Orizícola do Instituto Rio-grandense do Arroz (IRGA) preparou um Live abordando as estratégias para o aumento da produtividade da soja em terras baixas.

Mara destaca que atualmente cerca de 36% das áreas destinadas ao cultivo do arroz irrigado estão em rotação com a roja, isso representou na última safra uma área total de 341 mil hectares de soja cultivada em terras baixas. A técnica ainda comenta que o cultivo da soja nesses ambientes que anteriormente era visto apenas como uma alternativa no controle de arroz-vermelho, vem se tornando uma opção de diversificação de cultivos e aumento da rentabilidade da lavoura.

Além disso, Mara aborda os benefícios da introdução da soja em terras baixas, bem como a drenagem das áreas, a correção do pH e controle de planta daninhas, especialmente com a utilização de herbicidas pré-emergentes. Conforme destacado pela técnica, dados de lavoura demonstram um aumento de produtividade de arroz em torno de 20% pela introdução do rotação de culturas com a soja e os benefícios trazidos pela rotação.

Thomas destaca que a utilização de cultivares apropriadas a terras baixas, assim como o posicionamento dessas cultivares é fundamental para o sucesso produtivo da lavoura. Mara complementa dizendo que os materiais genéticos vem sendo melhorados visando a melhor adaptabilidade e estabilidade aos ambientes de terras baixas.



Outra preocupação é com relação a presença de impedimentos físicos no solo, entretanto, a escarificação e o uso de hastes sulcadoras podem ser interessantes alternativas. Esses e outros questionamentos, bem como a uso de irrigação e inoculação da soja são abordados no Live.

Confira abaixo o vídeo completo com as contribuições do professor Thomas e da Técnica Mara.


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Referências:

ROSSO, R. B. et al. USO DE CAMALHÕES DE BASE LARGA PARA A VIABILIZAÇÃO DO CULTIVO DE SOJA EM TERRAS BAIXAS. Irriga, Botucatu, v. 23, n. 4, p. 679-696, out-dez, 2018.

VEIGA, A. B. et al. EFEITO DO SISTEMA DE CULTIVO E MANEJO DO SOLO NO ESTABELECIMENTO DE SOJA EM TERRAS BAIXAS. XI Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, ago. 2019.

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