As temperaturas foram altas no período, em todo o território gaúcho. Em diversas regiões, houve variabilidade no volume de chuvas, que foram insuficientes na maioria das áreas, provocando sintomas de déficit hídrico nas plantas. As etapas de florescimento e de enchimento de grãos exigem chuvas para o bom desenvolvimento, para o aumento do índice de fecundação das flores e para a perfeita formação dos grãos.

Nas áreas irrigadas e onde ocorreram maiores volumes pluviométricos, as lavouras se desenvolvem muito bem, apresentando adequado potencial produtivo. Os produtores estão preocupados em relação ao clima e ao preço, que está em queda, podendo comprometer tanto a produtividade das lavouras quanto a rentabilidade da atividade.

Quanto ao manejo fitossanitário, segue intensa a atividade de aplicação de fungicidas, principalmente para a prevenção e controle da ferrugem-asiática. Os produtores estão preferindo aplicações de defensivos agrícolas no período da noite devido às condições meteorológicas de dias extremamente quentes e abafados nas manhãs e tardes.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, a diminuição da área plantada está consolidada em relação à expectativa inicial devido aos atrasos ocasionados pelas chuvas. Há também perspectiva de diminuição da produtividade em função da irregularidade das lavouras implantadas, associada à falta de chuvas desde início de janeiro.

Em Dom Pedrito, continua o monitoramento da ferrugem-asiática. Da previsão de plantio de 160 mil hectares, estão plantados 120 mil hectares, o equivalente a 75%. Em Bagé, as lavouras implantadas em novembro estão em florescimento pleno e já recebem aplicação de fungicidas. Em Hulha Negra, as primeiras lavouras implantadas entraram em fase de floração, e a perda estimada na cultura, até o momento, é de 5%.

Na Fronteira Oeste, em Manoel Viana, os produtores estão preocupados em razão do clima seco e da alta incidência de doenças, principalmente ferrugem. Seguem as aplicações de fungicidas e de inseticidas em intervalos menores para combater as doenças e insetos. Em São Gabriel, as lavouras apresentam bom estande de plantas e entrelinhas fechadas; os produtoresestão aplicando adubação foliar com os fungicidas. Em Maçambará, o período seco prolongado completa 25 dias e preocupa os produtores. São observados sintomas de estresse hídrico, como murchamento de folhas, nas horas mais quentes do dia, e abortamento de flores, o que já ocasiona perda no potencial produtivo nas lavouras, exceto as irrigadas.

Na de Caxias do Sul, as lavouras apresentaram sintomas de déficit hídrico, principalmente em áreas de solo mais raso e nos locais com solo compactado. Porém, não há redução significativa em relação à expectativa inicial de safra.

Na de Erechim, os agricultores realizam tratos culturais. As lavouras mais tardias apresentam problemas mais significativos do que em anos anteriores, relacionados à ocorrência de ferrugem.

Na de Frederico Westphalen, 20% da área está em fase de desenvolvimento vegetativo, 40% em floração, e 40% em formação de grãos. No início da janela de semeadura, ocorreram chuvas excessivas, que provocaram o atraso da implantação e/ou problemas de estabelecimento. Contudo, há duas semanas, em função da não ocorrência ou das poucas precipitações, as lavouras estão sendo afetadas pelo estresse hídrico, comprometendo seu potencial produtivo. Em algumas áreas, houve volumes de chuvas mais consideráveis, que amenizaram os sintomas desse déficit.

Em relação ao manejo fitossanitário, embora a baixa umidade retarde o progresso da ferrugem-asiática, a doença encontrou condições favoráveis ao seu desenvolvimento, em função das altas precipitações no início do ciclo. Os produtores devem ficar atentos à alta ocorrência da doença.

Na de Ijuí, o clima seco e quente, além da baixa reserva de água no solo, provocaram o aumento dos sintomas de déficit hídrico, como murchamento de folhas, coloração amarelada, morte de folhas inferiores e queda de flores e vagens. As lavouras em estádio de enchimento de grão apresentam elevado número de vagens e grãos, nos quais houve redução do acúmulo de substâncias de reserva. O retorno das precipitações, apesar de irregulares, auxiliou na retomada da turgidez das plantas e interrompeu a queda de flores e vagens.

Em virtude do clima seco, também se observou aumento de tripes e ácaro nas lavouras. Os produtores decidiram aplicar produtos indicados para o controle dessas pragas junto com fungicidas. Há maior presença de ferrugem-asiática nas folhas baixeiras das cultivares de porte mais elevado e com maior quantidade de folhas.

Na de Passo Fundo, a cultura encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo (2%), em floração (50%) e em formação de vagem (48%). A ocorrência de doenças, associada a falta de chuvas, poderá acarretar perdas significativas na produtividade. Na de Pelotas, de 04 a 09/02, o clima seco, quente, abafado e com radiação solar a pleno tem afetado as lavouras. Muitos sojicultores relatam que, devido à falta de umidade ideal nos solos e às temperaturas e sensação térmica altas nesses últimos dias, já ocorre abortamento de flores e das pequenas vagens recém-formadas (canivetes), ocasionando a diminuição da produtividade. Em áreas implantadas em outubro e novembro, as plantas estão em pleno enchimento de grãos, mas, se a falta de umidade ideal nos solos persistir, haverá diminuição do tamanho e do peso dos grãos, reduzindo as expectativas de produtividade final das lavouras.

Na de Santa Maria, as lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos. As chuvas observadas trouxeram boas expectativas e reforçaram apossibilidade de uma excelente safra. Contudo, ainda há necessidade de disponibilidade de novas precipitações ao longo dos próximos dias, dadas as altas temperaturas.

Na de Santa Rosa, grande parte das áreas destinadas à safrinha do milho foi direcionada para a cultura da soja, a qual deverá aumentar em relação à área projetada, consequentemente reduzindo a extensão dos cultivos de milho. A maioria dos produtores já iniciou a terceira etapa do tratamento contra ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), além do controle de pragas, principalmente lagarta, ácaro e percevejo.

Na de Soledade, o momento é de restrição hídrica generalizada na cultura, diminuindo o desempenho das lavouras. As lavouras que apresentam sintomas de estresse hídrico severo são pontuais na região.

Na maioria das áreas, as condições das plantas estão normais, apesar das condições climáticas adversas. Entre as fases das lavouras, 52% estão em florescimento e formação de vagens, e 18% em enchimento de grãos. A incidência de pragas continua baixa, mas ocorrem aplicações de inseticidas para o controle de percevejo, cujo critério é o registro de sua presença na lavoura. Em relação a doenças, os produtores estão preocupados com a presença de ferrugem-asiática, que, apesar do clima seco, ainda apresenta incidência alta em razão do tempo úmido em períodos anteriores. As aplicações de fungicidas estão sendo intensificadas.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu novamente em 1,94%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 113,91 para R$ 111,70.

 

Fonte: Emater/RS

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