MERCADO INTERNACIONAL

Os valores em Chicago registraram ligeira recuperação em relação ao início da semana, em um mercado que estava acoplado parcialmente à recuperação das cotações de soja e milho. Mas, foram se debilitando ao passar das sessões, pressionados pela folgada oferta mundial que continua latente. Deste modo, o mercado exportador continuou condicionado às oportunidades para o trigo americano e os preços não encontraram respaldo na demanda externa.

As expectativas por compras em uma licitação do Egito foram desfeitas com a vitória do trigo europeu e do Mar Negro. Por outro lado vendas realizadas para a China pelos EUA não conseguiram estimular as cotações.

Com relação aos números do trigo nos EUA o relatório trimestral de estoques não gerou maiores surpresas. Assim, as existências físicas em 01 de setembro foram situadas em 64,9 MT, em linha com o registro do ano anterior na mesma época. O mercado também esteve atento à evolução das condições climáticas em diversos países produtores.

Na Argentina e na Austrália há faltas de chuvas. Por outro lado, excessos de umidade podem atrasar os plantios de trigo de inverno no Canadá e nos EUA. Do lado russo, os preços de exportação para o trigo russo subiram outros $2-3/MT FOB sobre as tendências do mercado global e devido ao fortalecimento da demanda estrangeira para o trigo russo, segundo UkrAgroConsult. O trigo russo restaurou a sua competitividade na licitação do Egito e liderou as compras do GASC novamente, com 300 KMT de trigo vendido em 25 de setembro, incluindo 240 mil tons de origem russa. O preço médio de compra do trigo russo pelo Egito na base FOB foi quase US $3/MT maior do que a licitação anterior (18 de setembro).

O efeito dos fatores de baixa disponíveis no mercado de trigo parecem já ter-se esgotado e novos fatores de alta – relativos a preocupações do plantio e fortalecimento da demanda externa – devem prevalecer a curto prazo.



MERCADO NO BRASIL E NO MERCOSUL

a) o trigo gaúcho ainda não começou fortemente a ser colhido, mas tem 5% das lavouras em maturação, que devem ser colhidas esta semana. Os preços estão cedendo à medida que a oferta se aproxima: para entregas nesta primeira semana de outubro havia preços de R$ 700,00 FOB, mas a maioria dos moinhos estava fora de mercado e não oferecem mais do que R$ 650,00 FOB a partir de agora. Há boa demanda de outros estados sobre o trigo gaúcho. A preocupação desta semana será sobre o efeito das chuvas sobre o trigo pronto para ser colhido.

b) o trigo paranaense já colheu 70% do 1,00 milhão de hectares plantados, mas o potencial produtivo foi reduzido em um milhão de toneladas, para 2,34MT, contra 3,34 MT previstos inicialmente, diante dos problemas climáticos de seca e de geadas no início de julho. Um fator importante é que, com a quebra ocorrida em GO e MG, os moinhos destes estados devem se abastecer no PR, aumentando a competitividade pelo que resta do cereal. Por isto, embora os moinhos locais estejam fora de mercado, pressionando por preços mais baixos, os vendedores estão pedindo preços ao redor de R$ 880,00/FOB ou mais. A qualidade do que está chegando aos moinhos está muito boa.

c) o trigo uruguaio está em bom estado, de um modo geral, segundo o relatório Semillas. As últimas chuvas – ainda que em algumas regiões foram excessivas – foram bem vindas, principalmente no sudoeste do país, onde estavam sendo mais necessárias. Praticamente 50% da área foi plantada de firma tardia e, justamente por isto, se poderia pensar em cultivos no teto potencial, porque vem se desenvolvendo bem. As aplicações de ureia estão sendo feitas adequadamente e a tempo.

Nutricionalmente, as lavouras estão muito bem, mas há que monitorar o estado sanitário. Com relação ao desenvolvimento dos cultivos, os plantados mais cedo estão começando a espigar. O potencial produtivo desta safra está ao redor de 750 mil toneladas e os preços se situam ao redor de US$ 205 /210 FCA vs US$ 220/225 do mês anterior. Safra nova referência da exportação USS 175 Nueva Palmira. Há um navio de trigo saindo deste porto para o Brasil, neste fim de semana, carregado com 9.000 tons.

d) o trigo argentino está sofrendo com falta de chuvas e a colheita já começou no norte do país, com produtividades que são a metade da média nacional. O potencial produtivo já caiu de 21 MT para 20,50 MT. Os preços médios FOB estivado nos portos do país se situam em US$ US$ 226 para outubro, US$ 183 para novembro, US$ 180 para dezembro, US$ 181 para janeiro, US$ 184 para fevereiro e US$ 187 para março, que chegariam CIF aos moinhos brasileiros do RS e PR ao redor de R$ 950,00 em novembro, R$ 935,00 em dezembro, R$ 950,00 em janeiro e R$ 970,00 em fevereiro, contribuindo para pressionar os preços locais no Brasil.

e) o trigo paraguaio está 92% colhido, com rendimentos médios ao redor de 2.520 kg/hectare, com excelente qualidade, que não eram vistas desde a safra 2014/15. O potencial produtivo está em 1,263 MT, segundo Agridatos. Por enquanto, os preços oferecidos pelos moinhos locais de Campo 9 são superiores aos oferecidos no Oeste do PR, seu principal comprador no Brasil, embora os preços oferecidos no MS sejam bem competitivos. Os preços atuais estão a US$ 205 em Campo 9, US$ 200 no Oeste do PR e US$ 232 no MS.

Fonte: T&F Agroconômica


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