A ocorrência de geadas entre 12 e 14/08, seguida pelo aumento das temperaturas nos demais dias, proporcionou condições favoráveis para o desenvolvimento vegetativo das lavouras, especialmente das semeadas no final da janela recomendada de plantio. No entanto, para as lavouras em fase reprodutiva, semeadas no início de junho, esse fenômeno climático pode ter causado danos que afetem o florescimento e a formação de grãos.

A avaliação das consequências só poderá ser realizada quando as plantas atingirem o estágio de maturação. Porém, a tendência é de danos mínimos, uma vez que não houve precipitações subsequentes aos episódios de geada, o que mitigou o impacto das baixas temperaturas. Das lavouras, 83% estão em desenvolvimento vegetativo e 17% estão espigamento/florescimento.

De maneira geral, as condições de desenvolvimento e crescimento do trigo no Estado são consideradas adequadas. As plantas estão emitindo maior número de folhas e ocupando melhor os espaços com perfilhamento dentro da normalidade e folhas novas de coloração verde-escura e vigorosas. A sanidade está satisfatória. A baixa umidade, combinada às baixas temperaturas, no início do período, desacelerou o progresso de doenças, em particular oídio, que afetava algumas regiões. A área cultivada, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista está em 3.100 kgha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, as lavouras iniciaram a fase de floração. Os produtores intensificaram o monitoramento de doenças e começaram os protocolos de pulverização para a proteção contra giberela. Segundo eles, as plantas responderam bem após a aplicação das práticas de adubação nitrogenada e o controle de plantas daninhas, seguidos por uma sequência de dias com condições climáticas favoráveis. O potencial produtivo foi mantido, apesar do estresse hídrico durante o mês de julho. Destaca-se a sanidade das plantas, beneficiada pela baixa umidade durante a fase de desenvolvimento vegetativo. O cenário tem sido mais promissor em razão da realização dos tratos culturais e das condições ambientais favoráveis ao longo do mês de agosto, que resultaram em plantas mais vigorosas e de coloração verde mais intensa.

Na Campanha, as lavouras foram implantadas predominantemente em julho devido ao cronograma de semeadura mais tardio. Estão sendo realizadas as aplicações de adubação nitrogenada e de herbicidas para o controle de azevém e de plantas daninhas de folhas largas em grande parte das áreas cultivadas. Têm sido adequadas as condições climáticas de temperaturas baixas no início do período e geadas de baixa intensidade, que não provocaram danos significativos às plantas.

Na de Caxias do Sul, as baixas temperaturas foram altamente benéficas para as lavouras em fase de perfilhamento. Embora o período tenha sido marcado por tempo seco, sem precipitações, a umidade do solo ainda se mantém em níveis adequados para o bom desenvolvimento das plantas. No entanto, o solo mais seco dificulta o aproveitamento eficiente do nitrogênio, levando os produtores a adiarem a aplicação de ureia em cobertura. As lavouras estão se desenvolvendo dentro da normalidade, e a expectativa é de que a previsão inicial de rendimento para a safra seja mantida.

Na de Erechim, a ocorrência de geadas, seguida por um aumento das temperaturas, favoreceu o desenvolvimento das lavouras. Nessas áreas, os produtores ainda devem realizar o manejo da adubação nitrogenada e o controle de plantas daninhas. De maneira geral, a sanidade está satisfatória; houve apenas algumas ocorrências de doenças que requerem a aplicação de fungicidas para o controle preventivo. O monitoramento de pragas e doenças continua a ser realizado.

Na de Frederico Westphalen, a cultura foi favorecida pelas condições ambientais, especialmente pela alta disponibilidade de radiação solar, que potencializou a emissão e a expansão da área foliar. Apesar das preocupações iniciais com as baixas temperaturas, especialmente nas lavouras em estágios de desenvolvimento mais avançados, não houve danos significativos. Em termos de manejo, ocorreu movimentação intensa de pulverizadores nas lavouras para a aplicação de fungicidas, visando ao controle de doenças, em especial oídio.

Na de Ijuí, a cultura apresenta desenvolvimento adequado, evoluindo rapidamente para o estádio de elongação e iniciando a emissão das espigas. As primeiras lavouras em estádio de espigamento exibem elevado número de espiguetas, indicando alto potencial produtivo. Houve um aumento na incidência de oídio nas folhas basais, especialmente nas cultivares mais suscetíveis. Em resposta, os produtores intensificaram a aplicação de fungicidas, considerando as condições climáticas. No início do período, devido às temperaturas baixas, as operações de pulverização foram realizadas apenas à tarde. A partir de quarta-feira (14/08), em função do predomínio de vento norte, as atividades concentraramse nas primeiras horas do dia. A incidência de pragas permanece baixa, não havendo necessidade de aplicação de inseticidas.

Na de Passo Fundo, a cultura encontra-se nas fases de afilhamento (70%), emborrachamento (20%) e desenvolvimento vegetativo (10%). O manejo da adubação de cobertura com nitrogênio foi concluído. Foram realizados tratamentos fitossanitários para o controle de doenças fúngicas, como oídio e ferrugem.

Na de Pelotas, as lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, e os dias ensolarados, combinados a temperaturas mais amenas durante o dia e mais baixas à noite, favoreceram a manutenção do adequado estado fitossanitário. O desenvolvimento das plantas está dentro da normalidade para o período.

Na de Santa Maria, as lavouras apresentam bom desenvolvimento e condição fitossanitária satisfatória. Entre os manejos realizados, destacam-se a aplicação de fungicidas, de nitrogênio em cobertura e de herbicidas pós-emergentes em algumas áreas.

Na de Santa Rosa, as lavouras semeadas em maio, que correspondem a 13% da área, encontram-se em floração; 87% estão em desenvolvimento vegetativo, variando das fases de perfilhamento a alongamento e emborrachamento. Observa-se um atraso no crescimento em comparação ao ano anterior. O desenvolvimento do trigo foi satisfatório em razão do tempo seco e das temperaturas inicialmente frias e mais elevadas no final da semana.

Contudo, eventuais efeitos das geadas serão avaliados posteriormente. O aumento da temperatura favoreceu a incidência de oídio, de manchas foliares e de pulgão. Os agricultores estão monitorando as lavouras para detectar afídeos e realizando o manejo de doenças fúngicas, aplicando fungicidas específicos para oídio, ferrugem e giberela. Nas lavouras semeadas em julho, foram realizadas operações de controle de azevém e nabo forrageiro.

Na de Soledade, 65% das áreas estão em perfilhamento e 35% em elongação do colmo. No geral, o estado fitossanitário das lavouras é considerado bom; a maioria das plantas apresenta coloração verde característica, indicando estado nutricional adequado. No entanto, algumas lavouras exibem cor verde-pálida, sugestiva de deficiência nutricional, especialmente falta de nitrogênio, e maior incidência de doenças.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,28%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 69,00 para R$ 68,81. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta a R$ 85,00/sc.

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Fonte: EMATER/RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1829

Site: Emater/RS

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