Em seu relatório semanal, o USDA divulgou as informações da safra de soja 19/20 norte-americana. Os dados mostram que o ciclo da oleaginosa segue atrasado em relação ao ano anterior.
Este cenário é decorrente, dentre outros motivos, de uma semeadura demorada, ocasionada pelo excesso hídrico no solo na época da semeadura em grande parte das regiões produtoras.
Os estados com a senescência foliar mais tardia são Illinois e Indiana, com números 44,00 p.p. e 39,00 p.p. menores quando comparados ao mesmo período do ano passado, respectivamente.
Além disso, a colheita alcançou 7,00% da área semeada, 15,00 p.p. menor que no mesmo momento da safra passada, quando já havia alcançado 22,00% da área total. O atraso da colheita resulta em um maior período do grão exposto ao risco de geadas, o que pode ocasionar a perda de qualidade do grão e em produtividade.
Confira os principais destaques do boletim:
• O preço da soja em MT finalizou a última semana com avanço de 1,21%, cotado a R$ 72,82/sc. A recuperação da moeda norteamericana impulsionou as cotações.
• O prêmio portuário para Santos-SP apresentou queda de 5,41%, reflexo da redução das tensões comerciais entre EUA e China.
• Com as expectativas positivas do mercado quanto aos desdobramentos da disputa comercial entre China e EUA o fechamento semanal do dólar foi de R$ 4,16/US$, representando alta de 1,11% ante a semana anterior.
• A semeadura de soja avançou 1,41 p.p. em MT, totalizando 1,69% da área total estimada. Neste mesmo período do ano passado, este número já era de 4,32%.
Importações Chinesas:
O país asiático lidera o ranking de consumo de soja no mundo e é, também, o maior importador de soja em grão do Brasil e do estado de Mato Grosso, sendo assim, um importante balizador na construção do preço mundial da commoditie.
Entretanto, em decorrência dos casos de peste suína no país, a demanda chinesa tem diminuído desde o primeiro surto que ocorreu em agosto de 2018. Atualmente, segundo dados do USDA, a produção de suínos neste ano soma 550 milhões de cabeças, valor 19,57% menor que em 2018.
Essa queda no número da produção de suínos deixa um desfalque na demanda pela oleaginosa. No acumulado dos primeiros oito meses do ano, as importações de soja pela China somaram 56,31 milhões de toneladas (GACC), 9,17% menor que no mesmo período do ano passado.
Desta forma, até a recuperação dos rebanhos chineses, a tendência é que os níveis de importações do grão utilizado na alimentação desses animais continue retraído.
Fonte: IMEA