Em meio a uma conjuntura macroeconômica desafiadora e incertezas no mercado de arroz, os agentes adotam uma postura cautelosa, mantendo a calmaria e o compasso de espera. “As negociações seguem em ritmo lento, com preços relativamente estáveis, influenciados tanto pela retenção de oferta por parte dos produtores, quanto pela pressão exercida pelo varejo sobre as indústrias”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

“A decisão dos produtores de segurar a comercialização reflete a expectativa de melhores condições de mercado no médio prazo”, pontua Oliveira. A colheita já ultrapassa 60% da área estimada no Brasil, conforme dados da Conab, com os principais estados em ritmo de finalização.

A dificuldade na comercialização impacta diretamente a indústria, que opera sob margens cada vez mais apertadas. “A necessidade de manter competitividade no varejo tem levado marcas tradicionais a iniciarem movimentos de redução de preços, um indicativo claro de que a disputa por espaço nas gôndolas segue intensa”, explica o consultor.

O mercado cambial continua exercendo forte influência, com alta volatilidade do dólar diante de fatores externos como a recente guerra tarifária e turbulências geopolíticas. “Este comportamento instável da moeda americana gera incertezas tanto para importadores quanto para exportadores, mas reforça a necessidade de monitoramento atento das exportações, que se tornam cruciais para garantir maior liquidez ao mercado doméstico”, frisa o analista.

O relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe revisões para cima nas estimativas de produção, consumo e estoques globais para 2024/25, evidenciando um cenário de maior oferta no mercado internacional. “A elevação dos estoques finais sugere um ambiente mais confortável de abastecimento, o que, mesmo diante do aumento da demanda, mantém pressão baixista sobre os preços globais”, justifica Oliveira.

Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechou a quinta-feira (10) em R$ 77,28, registrando queda de 0,17% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, o recuo era de 10,11%. Em relação a 2024, a desvalorização atingia 24,71%.

Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News



 

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Autor:Rodrigo Ramos/ Agência Safras News

Site: Safras & Mercado

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