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Uso de bioestimulantes na germinação de sementes e crescimento inicial de plântulas de milho

O presente trabalho tem como intuito, a avaliação da eficiência de agentes bioestimulantes sobre a germinação de sementes de milho.

Autores: Bruna Francielly Gama¹; Luiz Fernando Gibbert¹; Débora Cristina Leal¹; Rafael Stieven¹; Giseudo Aparecido de Paiva²; Sheila Caioni3; Tiago de Lisboa Parente3

Introdução

Os bioestimulantes atuam estimulando o desenvolvimento e crescimento das plantas afim de permitir maior absorção de nutrientes, resistência a estreses bióticos e abióticos e aumentar a produtividade (Calvo et al., 2014). Alguns microrganismos estão se destacando devido a eficiência como promotores de crescimento, dentre eles pode-se citar o Azospirillum brasiliense e o Trichoderma sp. O A. brasiliense atua na fixação biológica de nitrogênio (FBN) em gramíneas e no crescimento de plantas (Bashan & Bashan, 2010) devido ao aumento na produção de fitormônios. Em alguns experimentos com milho, por exemplo, foi observado aumento de aproximadamente 25% na produção de grãos (Kennedy et al., 2004). Machado et al. (2012), destacam que o Trichoderma pode atuar no controle de patógenos do solo, geração de hormônios, além de auxiliar a assimilação de nutrientes. A aplicação desse bioagente permite aumento na germinação e aceleração nesse processo, e benefícios em outras variáveis (CONTRERAS-CORNEJO et al., 2009). Com base no exposto o presente trabalho tem como intuito, a avaliação da eficiência de agentes bioestimulantes sobre a germinação de sementes de milho.

Material e Métodos

O experimento foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), campus de Alta Floresta/MT, com o uso de sementes da cultivar LG 3055. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 5 tratamentos e 5 repetições, sendo os tratamentos constituídos de diferentes inoculações nas sementes, sendo: T1 (testemunha); T2 (Azospirillum brasiliensis); T3 (Trichoderma sp. isolado de raízes de couve e multiplicados em milheto); T4 (Trichoplus, produto comercial composto de Trichoderma asperellum); e T5 ( Azospirillum brasiliensis + Trichoderma sp. + Trichoplus). Foi conduzido o teste padrão de germinação em germinador tipo B.O.D. (Demanda Bioquímica de Oxigênio). Passado 7 dias foram iniciadas as avaliações. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo programa Sisvar (FERREIRA, 2011), e as medias foram comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

O Trichoderma apresentou interferência negativa sobre a germinação, comprimento da raiz e comprimento da parte aérea (Tabela 1).

Tabela 1. Análise estatística para germinação, comprimento de raiz e comprimento de parte aérea, em função dos tratamentos com bioestimulantes na cultura do milho. Alta Floresta – MT, 2019.

Os tratamentos T5 e T4 apresentaram resultados semelhantes entre si, ambos com medias superiores para o comprimento da parte aérea. Chagas et al. (2017) analisando a eficiência do agente T. asperellum UFT 201 (componente do Trichoplus) sobre as culturas da soja, feijão, arroz e milho avaliadas 25 DAE, observaram que ambas apresentaram maior acúmulo de biomassa. Em relação a M.V e M.S da raiz (Tabela 2), os tratamentos foram inferiores ou iguais à testemunha, já M.V. aérea apresentou resultados promissores onde o
tratamento T4 e o T5 demonstraram maior massa. Na M.S. aérea o T5 foi superior aos demais. Cadore et al. (2016) observaram em seu experimento que, separadamente ou
em conjunto, Trichodel® (0,1 mL) e Masterfix® (0,05 mL) podem atuar positivamente sobre a germinação de sementes de arroz.

Tabela 2. Análise estatística para Massa Verde de raiz (M.V. raiz), Massa Verde de parte aérea (M.V. aérea), Massa Seca de raiz (M.S. raiz) e Massa Seca de parte aérea (M.S. aérea), em função dos tratamentos com bioestimulantes na cultura do milho. Alta Floresta – MT, 2019.

Conclusão

A inoculação de Trichoderma sp. não é indicada para sementes de milho, pois ocorreu redução na germinação, comprimento e na massa de raízes e parte aérea. A combinação do três biostimulantes (T5 – Azospirillum brasiliensis + Trichoderma sp. + Trichoplus) não comprometeu a germinação e o comprimento de raiz, e aumentou o comprimento, massa verde e massa seca de parte aérea, sendo mais indicado para inoculação nas sementes de milho.


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Referências

BASHAN, Y.; BASHAN, L. E. (2010). How the plant growth-promoting bacterium Azospirillum promotes plant growth – a critical as0sessment. Advances in agronomy, 108:77-136.

CALVO, P.; NELSON, L.; KLOEPPER, J. W. Agricultural uses of plant biostimulants. Plant and
Soil, The Hague, 383: 3-41, 2014.

CHAGAS, L. F. B.; CHAGAS JUNIOR, A. F.; SOARES, L. P.; FIDELIS, R. R. Trichoderma na promoção do crescimento vegetal. Revista de Agricultura Neotropical, 4:97-102, 2017.

CONTRERAS-CORNEJO, H. A.; MACIAS-RODRIGUES, L. M.; CORTEZ-PENAGOS,C.; LOPES BUCIO, J. 2009. Trichoderma virens, a Plant Beneficial Fungus. Enhances Biomass Production na Promotes Lateral Root Growth through na Auxin-Depedent Mecchanism in
Arabidopsis. Plant Phusiology. 149:1579-1592.

FERREIRA, D. F. Sisvar: um sistema computacional de análise estatística. Universidade Federal de Lavras, 2011. Ciência Agrícola, 13: 19- 25, 2011.

KENNEDY, I. R.; CHOUDHURY, A. T. M. A.; KECSKÉS, M. L. (2004) Nonsymbiotic bacterial diazotrophs in crop-farming systems: can their potential for plant growth promotion be better explored. Soil Biology and Biochemistry, 36:1229-1244.

MACHADO, D. F. M.; PARZIANELLO, F. R.; SILVA, A. C. F.; ANTONIELLI, Z. Trichoderna no Braisl: o fungo e o bioagente. Revista de Ciencias Agrarias 35: 274-288, 2012.

CADORE, L. S.; SILVA, N. G.; VEY, R. T. SILVA, A. C. F. Inoculação de sementes com Trichoderma harzianum e Azospirillum brasiliense no desenvolvimento inicial de arroz. Enciclopédia Biosfera, 24:1726, 2016.

Informações dos autores

¹Acadêmicos do Curso de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Alta Floresta/MT. E-mail: bruna_franciely.96@hotmail.com;

²Acadêmico do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Alta Floresta/MT;

3Professores da Faculdade de Ciências Biológicas e Agrárias (UNEMAT), Alta Floresta/MT.

Disponível em: Anais do II Congresso Online para Aumento de Produtividade do Milho e Soja (COMSOJA), Santa Maria, 2019.

Equipe Mais Soja
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