A colheita avançou de forma gradual, atingindo 83% da área cultivada. Porém, a operação tem sido secundarizada em muitas propriedades, uma vez que os produtores priorizam a colheita da soja, do arroz e do feijão, cujos grãos apresentam maior sensibilidade à deterioração pós-maturação. Assim, parte das espigas em maturação permanecerá a campo até a retomada da colheita, conforme a disponibilidade operacional de cada produtor. A produtividade está estimada em 6.866 kg/ha, e é considerada satisfatória em função dos rendimentos de lavouras mais precoces.
Os cultivos de semeadura tardia, que representam 8% da área total (1% em desenvolvimento vegetativo, 2% em floração e 5% em enchimento de grãos), foram beneficiados pelas precipitações mais abrangentes e pelos volumes hídricos mais expressivos, registrados na última semana. Essas chuvas possibilitaram a recuperação da turgidez das plantas, prejudicadas pela insuficiência de chuvas, que predominou ao longo de março. No entanto, alguns cultivos foram reconvertidos para forragem animal devido a danos irreversíveis provocados pela estiagem.
A sanidade das lavouras está, em geral, satisfatória quanto à presença de doenças e de insetos-praga, conforme monitoramento realizado por técnicos e produtores.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as chuvas volumosas e bem distribuídas beneficiaram as lavouras implantadas em dezembro e janeiro, as quais se encontram entre as fases de floração e enchimento de grãos, representando aproximadamente 15% do total cultivado. As demais áreas foram colhidas (75%) ou estão em maturação (10%). No entanto, a falta de chuvas, ao longo de março, comprometeu o potencial produtivo, acelerando a senescência das folhas inferiores. Em Itaqui, a colheita foi concluída, e a produtividade média está em 5.200 kg/ha em uma área de 9.500 hectares; a quebra é de 30,6% em relação à estimativa inicial de 7.500 kg/ha. Há produtores, em diversos municípios, destinando lavouras para a alimentação animal por meio da liberação das áreas para pastejo, ou do corte para fornecimento no cocho, ou ainda para ensilagem, diante da significativa perda de potencial, causada pela estiagem.
Na de Caxias do Sul, a colheita prosseguiu, mas os produtores têm priorizado a colheita de soja e feijão. A qualidade dos grãos está elevada e, apesar de algumas perdas em lavouras mais tardias devido à estiagem, a produtividade média permanece dentro das expectativas iniciais para a safra.
Na de Ijuí, não houve atividades de colheita, que permaneceu em 98%. Os cultivos remanescentes (2%) estão em floração.
Na de Pelotas, 4% estão em desenvolvimento vegetativo; 8% em pendoamento; 34% em enchimento de grãos; 13% na fase de maturação; e 41% colhidos. A produtividade varia amplamente em razão das diferenças significativas na distribuição das chuvas, oscilando entre 3.500 kg/ha e 6.000 kg/ha; a média regional está estimada em 4.277 kg/ha.
Na de Santa Maria, as chuvas recentes foram benéficas para o milho tardio, podendo favorecer a produtividade, caso se tornem mais frequentes. A colheita das lavouras semeadas até dezembro está próxima da conclusão, ultrapassando 70%. As perdas estimadas permanecem em torno de 40%.
Na de Santa Rosa, 92% foram colhidos. Restam as lavouras de milho safrinha, implantadas entre o final de dezembro e o início de fevereiro, que estão em desenvolvimento vegetativo (1%), em floração (4%) e em enchimento de grãos (3%). As chuvas recentes favoreceram essas áreas, possibilitando uma recuperação na expectativa de produtividade. O estado fitossanitário é considerado satisfatório, e há poucos relatos de ataques de pragas.
Na de Soledade, a colheita permanece em 57% da área, abrangendo as lavouras implantadas no início do período recomendado. Os cultivos de semeadura tardia, estabelecidos em resteva de tabaco, milho silagem e feijão, encontram-se predominantemente na fase reprodutiva (florescimento, enchimento de grãos e início da maturação). Em parte dessas lavouras, a colheita foi iniciada e, apesar das adversidades climáticas, as produtividades são consideradas satisfatórias.
Comercialização (saca de 60 quilos) O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 1,39%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 69,67 para R$ 70,64.
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Fonte: Emater RS