As chuvas ocorridas no período atenuaram parcialmente a situação de déficit hídrico que a cultura enfrenta no Estado. As fases da lavoura são as seguintes: 15% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 12% em floração, 25% em enchimento de grãos, 26% maduro e 22% do total já foram colhidos.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, que corresponde a 10% da área cultivada no Estado, a cultura tem evoluindo rapidamente para as fases de maturação e colheita. Ainda que a umidade no solo tenha retornado, não foi possível a recuperação das lavouras que já estão em estágio fisiológico avançado de final de ciclo. À medida que a colheita avança, a produtividade das lavouras tem sido menor, em consequência da falta de água nos estágios críticos. A produtividade é variável; a região que teve maior perda é a do Corede Alto Jacuí. Em geral, o produto colhido tem apresentado boa qualidade.
Na de Santa Rosa, da área implantada, 60% está colhida, demais áreas estão principalmente em fase de maturação. A produtividade teve pequena queda em função da baixa umidade do solo, que atingiu lavouras em plena floração e formação inicial do grão.
Com a melhora das condições de umidade do solo, foi iniciada a semeadura para o cultivo da segunda safra (milho safrinha) nas áreas colhidas. As chuvas da semana frearam as atividades da colheita do produto, e os produtores buscam a retirada do produto da forma mais célere possível, para liberar as áreas também para a semeadura da soja safrinha.
As unidades das cooperativas e cerealistas mantêm as atividades de limpeza e secagem de forma permanente, objetivando manter a qualidade do produto para posterior comercialização. São poucas as comunicações de Proagro até o momento, a maioria delas como recurso preliminar e de forma pontual. A boa produtividade obtida e os preços com tendência de elevação devem possibilitar boa rentabilidade da cultura nesta safra.
Na de Frederico Westphalen, com 11,9% da área destinada à cultura no Rio Grande do Sul, as lavouras com híbridos mais precoces e que foram semeadas até a primeira quinzena de setembro apresentam bom potencial produtivo, variando entre 130 a 160 sacos por hectare, potencial 10% abaixo da expectativa inicial. Já as perdas provocadas pela estiagem são maiores nas lavouras semeadas a partir de meados de setembro.
Apesar dessa situação, o produto colhido tem apresentado boa qualidade de grãos. Os produtores atingidos pela estiagem continuam solicitando cobertura de Proagro. Na regional de Caxias do Sul, as chuvas do meio da semana trouxeram mais umidade e temperaturas menos elevadas, favorecendo a cultura, principalmente as lavouras do tarde.
Nas lavouras do cedo, houve poucas mudanças no aspecto geral e nenhuma alteração no potencial produtivo, pois a cultura já ultrapassou o estádio fenológico crítico do florescimento. As lavouras afetadas apresentam-se com porte reduzido, folhas queimadas, pendão preso no cartucho e ausência de formação de espigas ou com espigas diminutas e sem formação de grãos.
A regional de Soledade representa 9% da área de milho do Estado. Com a melhoria das condições do tempo e o aumento da umidade do solo, a área de implantação da cultura chegou a 93% dos 69.396 hectares previstos na intenção de plantio; 36% dos cultivos estão na fase de germinação/desenvolvimento vegetativo, 5% em floração, 29% em enchimento de grãos e 30% em maturação. A ocorrência de bom volume de chuvas generalizadas na região favoreceu a semeadura, germinação e a emergência de lavouras tardias, na maior parte em áreas de pós-tabaco. O quadro geral da cultura na região é de perdas, principalmente nas lavouras do cedo. Essas lavouras tinham potencial de rendimento inicial superior a 150 sacos por hectare, mas em função da estiagem, as produtividades ficarão aquém.
Na região, a metade da área com milho é cultivada em restevas de lavouras de tabaco. A maior parte dessa área está sendo semeada e já se encontra em início de desenvolvimento. As consequências da estiagem na produção total de milho serão relativizadas com a volta da chuva, diminuindo o impacto de perdas. Porém, para que isso se consolide, é necessário que haja continuidade das chuvas.
Mesmo com as precipitações ocorridas dia 10 em toda a região, a semeadura pouco avançou, pois os produtores foram cautelosos na semeadura do milho em baixas altitudes em função de as temperaturas continuarem altas e pelo fato de permanecer baixa a umidade relativa do ar.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, onde há 8,2% da área do Estado com a cultura, as lavouras estão principalmente em floração e enchimento de grãos, havendo lavouras em início da fase de maturação. A redução no volume de precipitações nos meses anteriores associada à má distribuição de chuvas tem repercutido negativamente na expectativa de rendimento da cultura, tanto para colheita do milho destinado à produção de grãos quanto nas áreas destinadas à produção de silagem.
Na de Erechim, com 5,7% da área do Estado, o principal estágio é o de enchimento de grãos; 15% da área já foi colhida, com redução na produtividade. Alguns produtores que tiveram perdas significativas estão acionando o Proagro.
Na de Bagé, a umidade do solo voltou com a ocorrência das chuvas no período, e as plantas reagiram ao quadro de déficit hídrico provocado pela estiagem. Os produtores aproveitaram o momento para realizar os tratos culturais de aplicação de herbicida, adubação de cobertura e controles fitossanitários. Nos municípios em que a umidade dos solos foi re-estabelecida, o plantio de milho safrinha será realizado até o final do mês.
Na regional de Pelotas, a semeadura da cultura é realizada em um período extenso, de outubro até janeiro, na maioria dos municípios da região. A partir de dezembro, quando diminuíram as chuvas, o plantio foi reduzido, e uma parcela ainda será semeada. A região contabiliza perdas na cultura, considerando as lavouras para grãos e silagem, sem considerar as perdas pelas áreas plantadas fora do período recomendado. A fase é de desenvolvimento vegetativo em 50% da área com a cultura, 35% em floração e 15% em granação.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, 10% das lavouras da primeira safra estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 15% em floração, 55% em enchimento de grão, 10% em maturação e 10% colhido. Com a volta das chuvas, foi retomado o plantio do milho da segunda safra, sendo que na maioria dos municípios da região o período recomendado estende-se até 31 de janeiro. As lavouras da primeira safra apresentam perdas elevadas, chegando em alguns casos à totalidade da produção; essas áreas estão sendo destinadas à alimentação animal e possivelmente será realizado o replantio.
As perdas na região deverão ser expressivas. Na de Porto Alegre, as chuvas atenuaram os efeitos da estiagem para o milho que estava na fase de desenvolvimento vegetativo. Porém, as lavouras em floração e enchimento de grãos tiveram perdas maiores, e em alguns casos pontuais há perda total.
Na microrregião Centro-Sul, as chuvas das duas últimas semanas animaram os agricultores para o plantio do milho safrinha (pós-fumo), ocorrendo uma maior procura por sementes junto ao comércio local. Algumas áreas inicialmente previstas para o plantio destinado a grãos foram direcionadas à produção de silagem, como forma de diminuir as perdas. As lavouras com produtividade comprometida estão sendo utilizadas para pastejo animal, para um melhor aproveitamento e devido à carência de pastagens para os animais.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio ficou em R$ 40,94/sc., com aumento de 2,35% em relação à semana anterior. Na regional de Santa Rosa, o preço médio teve aumento, sendo cotado a R$ 42,00/sc.; em Frederico Westphalen e Bagé, o cereal ficou cotado a R$ 40,00/sc.; em Pelotas, ficou em R$ 40,00/sc.; em Ijuí, em R$ 40,55/sc.; em Caxias do Sul, o preço chegou a R$ 42,00/sc.; em Erechim, a R$ 43,00/sc.; em Santa Maria aumentou para R$ 40,41/sc. e em Porto Alegre, o preço teve ligeira alta, sendo comercializado ao preço médio de R$ 43,00/sc.
Fonte: Emater/RS