Argentina: A Bolsa de Cereales divulgou na quinta-feira (21/11) o acompanhamento da safra argentina referente ao ano agrícola 19/20. O Departamento revisou a área, que passa a ser estimada em 6,30 milhões de hectares, 1,56% inferior em relação à perspectiva do dado anterior. Esse recuo é reflexo dos baixos índices de umidade no solo presenciados no início da semeadura, em conjunto com as incertezas quanto ao novo governo em relação à política de exportação do milho.
Quanto ao progresso das lavouras, a semeadura avançou 1,40 p.p., em comparação coma semana anterior, alcançando assim, 45,70% da área total semeada. Entretanto, os trabalhos a campo ainda se encontram aquém do que foi visto em 2018, além do mais, há relatos de replantio em algumas regiões produtoras do país. Dado a isso, a perspectiva para o cultivo do milho de segunda ocupação poderá ser ainda pior se o cenário de taxações nas exportações do novo governo for confirmado.
Confira os principais destaques do boletim:
• As cotações na CME-Group na última semana apresentaram decréscimo de 1,80% e 1,05%, respectivamente, para os contratos de dez/19 e jul/20. O mercado foi pautado no cenário internacional quanto as incertezas entre o acordo comercial entre a China e os EUA.
• Apesar do dólar ter exibido valorização, a queda nos prêmios e na Bolsa de Chicago na semana passada fez a paridade de exportação para jul/20 recuar 6,01%, fechando a um preço médio de R$ 21,36/sc.
• O prêmio em Paranaguá (jul/20) exibiu baixa semanal de 3,00%, ficando cotado a uma média de US$ 0,24/bu, em vista do ritmo mais lento nos embarques de milho.
• Embora o preço do frete com base em Sorriso tenha subido na semana passada, a relação frete/milho encerrou com variação negativa de 0,15 p.p.
PREÇO DO MILHO: De acordo com o Imea, o Indicador disponível para o milho em MT alcançou na última sexta-feira a máxima de R$ 29,51/sc, uma valorização de 52,98% ante o mesmo período de 2018. Tal aumento está atrelado à menor disponibilidade do cereal no momento e à forte demanda interna, principalmente pelas indústrias de etanol e o setor de
produção de proteína animal.
Com os produtores segurando o restante do milho para novos negócios, o preço no mês já está 8,21% maior que no mesmo período em outubro. Acompanhando essa tendência altista, as cotações na Bolsa brasileira (B3) também seguem firmes, com acréscimo anual de 26,60% e preço médio de R$ 48,16/sc.
Nesse contexto, com a intensa procura doméstica pelo cereal e as grandes quantidades exportadas em 2019, a pergunta que fica é: como vão se comportar os preços do milho até o ano que vem? Diante de tal cenário, os produtores que ainda detêm os estoques finais do milho no estado poderão obter as melhores oportunidades.
Fonte: IMEA