O cultivo da soja no RS alcançou tecnicamente a totalidade da área prevista para a safra de 5.956.504 hectares. Das lavouras implantadas, 48% se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo, 39% em floração e 13% na fase de enchimento de grãos.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a implantação da cultura está praticamente concluída, que corresponde a 11,8% da área de soja no Estado. O que falta ser implantado corresponde ao plantio do tarde (safrinha), que irá ocupar áreas de milho-safra em colheita e de soja com plantios precoces. Os estádios fenológicos da cultura
são os seguintes: 57% em desenvolvimento vegetativo, 36% em florescimento e 7% em enchimento de grãos.

O desenvolvimento das lavouras ainda é satisfatório, mesmo com as condições de falta de umidade e de altas temperaturas nas últimas duas semanas. As chuvas ocorridas recuperaram parcialmente as lavouras, apesar de já haver perdas, sobretudo nas Missões. As temperaturas elevadas no início da semana, associadas à menor quantidade de água no solo, favoreceram o murchamento da parte aérea das plantas, principalmente nos plantios em áreas de coxilha, onde a ação do vento é maior.

Após a chuva, houve recuperação da turgidez das plantas e incremento de folhas e ramos em todas as lavouras da região; os produtores intensificaram as atividades de pulverização de fungicidas preventivos e inseticidas para controle de tripes e ácaros.

Na regional de Ijuí, 48% das áreas encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 41% em floração e 11% em enchimento de grãos. A cultura evoluiu rapidamente para o estádio reprodutivo; com o retorno da umidade no solo, houve melhora no desenvolvimento. Nos plantios com variedades de hábito indeterminado, o retorno das chuvas influenciou a emissão de folhas novas, de ramos laterais e o aumento da floração.

Em geral, as plantas apresentam tamanho menor que o ideal, com índice foliar abaixo do esperado e potencial produtivo comprometido devido à estiagem. Os índices de redução do potencial produtivo são diferentes conforme a localização das lavouras na região, o período de semeadura e o ciclo das cultivares. As lavouras implantadas no final de outubro são as mais prejudicadas, e no Corede Alto Jacuí é onde se identificam as maiores reduções de produtividade.

Em relação ao estado fitossanitário das plantas, foi constatada a presença das estruturas reprodutivas de fungo (uredósporos) nas unidades de coleta de esporos da ferrugem da soja de Ibirubá e Cruz Alta. Os produtores intensificam a aplicação de fungicidas nas lavouras. Até o momento, há baixa incidência de pragas.

Na de Soledade, as condições do tempo no período encaminham para a finalização dos plantios; 70% das lavouras se apresentam na fase de desenvolvimento vegetativo, 27% em florescimento e 3% em enchimento de grãos. Na quarta-feira (15), choveu em toda a região com volumes que variaram de 20 a 65 milímetros, e a cultura vem recuperando o crescimento e o desenvolvimento.

A maior parte da área cultivada na região foi semeada em novembro; essas lavouras estão fechando as entrelinhas e iniciando o florescimento. Em geral, a altura de plantas está abaixo do normal para essa época. Em avaliações realizadas nas grandes áreas de produção em Pantano Grande, Rio Pardo e Encruzilhada do Sul, notam-se expressivas áreas com falhas de plantas, decorrentes da semeadura em solo com umidade insuficiente para viabilizar as etapas de germinação, emergência e desenvolvimento vegetativo inicial da cultura.

No entanto, as plantas que superaram esse momento crítico têm desenvolvimento normal após as chuvas; isso poderá compensar em parte as falhas com a emissão potencial de maior número de ramificações. O monitoramento fitossanitário registrou baixa incidência de pragas, com alguns focos de ácaros. Já para as doenças, são realizadas aplicações preventivas para a ferrugem asiática, especialmente após as chuvas ocorridas.

Na de Erechim, as lavouras estão nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. As chuvas ocorridas na semana regularizaram a disponibilidade hídrica para a cultura; as lavouras reagiram, apresentando bom aspecto e poucos sintomas de ataque de insetos ou doenças.

Na de Lajeado, a cultura apresenta-se nas fases de desenvolvimento vegetativo e inicia o estádio reprodutivo, estimulado pelas chuvas que ocorreram na primeira quinzena de janeiro. O excesso de precipitações de setembro a outubro não permitiu que alguns produtores conseguissem implantar milho nas áreas de várzea do rio Taquari, e optaram por implantar soja.

Com a estiagem, a cultura se ressentiu, mas a partir das últimas chuvas, houve melhora do quadro. A manutenção do regime de chuvas poderá minimizar as perdas que já são evidentes. Em Colinas, onde foram semeados 3.600 hectares de soja, maior área de cultivo no Vale do Taquari, as lavouras estão 100% implantadas, e encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo. As implantadas no período em que houve estiagem sofreram com a falta de umidade no solo, mas se beneficiaram com o retorno da chuva, visto que a cultura está na fase inicial de implantação e desenvolvimento vegetativo.

Caso persista a situação, poderá haver agravamento de perdas. Já em Cruzeiro do Sul, segunda maior área de cultivo com 2.700 hectares semeados, houve uma diminuição de 10% da área plantada em virtude das condições adversas no momento de plantio (excesso de chuvas em outubro-novembro), seguidas de estiagem pós-implantação (dezembro-janeiro).

As últimas chuvas ocorridas (dias 10 e 15) revigoraram as lavouras e permitiram que alguns produtores realizassem o plantio da safrinha. Em Vespasiano Corrêa, terceiro maior produtor do Vale do Taquari, com 2.150 hectares, foi concluída a semeadura na área inicialmente prevista; as fases atuais da lavoura são as seguintes: 45% em desenvolvimento vegetativo, 40% em florescimento/formação de vagens e 15% em enchimento de grãos. Evidencia-se redução do rendimento esperado devido à estiagem.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 40% das lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo, 30% em floração, 25% em enchimento de grãos e 5% já entraram na fase de maturação. As últimas chuvas favoreceram as plantas, que já apresentam redução no potencial produtivo, principalmente em áreas com dificuldade de reter a umidade no solo. O retorno da umidade também favoreceu a realização de tratos culturais pelos produtores.

Na de Passo Fundo, 69% da cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 25% em florescimento e 6% em enchimento de grãos. Os produtores monitoram pragas e doenças e, nos casos identificados, são realizados tratamentos. Após as chuvas, as plantas responderam positivamente, retomando o ciclo de desenvolvimento.

Na região de Bagé, em Dom Pedrito, o plantio alternou excesso e falta de umidade no solo. Os produtores conseguiram plantar 120 mil hectares. A partir de 10 de janeiro, as precipitações abrangentes e com volumes significativos beneficiaram as lavouras, principalmente as que se encontram na fase de florescimento (20%). O estado fitossanitário é bom.

Os produtores realizam tratos culturais de controle de invasoras nas lavouras mais novas e controle de pragas. Em Manoel Viana, as lavouras em florescimento e enchimento de grãos foram as mais prejudicadas pela falta de chuva e por temperaturas muito altas; em particular, nas áreas com solos arenosos onde houve inclusive mortalidade de plantas. As lavouras estão em recuperação após as chuvas. Os produtores realizam a aplicação de fungicidas e inseticidas. Já em São Borja, deverá haver redução na produtividade nas cultivares precoces em floração, enquanto que nas tardias, há possibilidades de recuperação.

As precipitações no final de semana foram importantes para a retomada do desenvolvimento vegetativo da cultura. Os produtores de soja monitoram a incidência de ácaros e tripes.

Na região de Pelotas, a cultura da soja encontra-se predominantemente na fase de emergência e desenvolvimento vegetativo (60%); as outras fases são florescimento (30%) e enchimento de grãos (10%). As chuvas ocorridas com regularidade, embora não sejam suficientes, têm possibilitado baixo índice de perdas até o momento.

Na regional de Porto Alegre, as últimas chuvas ocorridas em 10, 11 e 15 de janeiro atenuaram os efeitos da estiagem, e as lavouras dão sinais de recuperação. A umidade possibilitou que os produtores retomassem os tratamentos fitossanitários. As perdas no potencial produtivo relacionam-se com o início da implantação, quando a estiagem causou problemas na germinação, originando lavouras desuniformes, com falhas e baixo estande, o que permitiu concorrência com plantas daninhas. Na sequência, o plantio foi paralisado em função da estiagem.

Esses fatores foram responsáveis pela diminuição da área de cultivo. Alguns produtores que estavam com solo preparado para o plantio optaram pelo cultivo de milho safrinha ou de pastagens.

Na de Caxias do Sul, a soja é a cultura menos afetada dela deficiência hídrica. As chuvas periódicas, associadas à redução da temperatura e da alta intensidade da insolação, têm permitido recuperar as lavouras, principalmente as que estão no estádio de florescimento e início de enchimento de grãos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, o plantio está finalizado, de acordo com o final do período recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático. As lavouras estão nas seguintes fases: 75% em desenvolvimento vegetativo, 15% em floração e 10% em enchimento de grãos. Foi realizado replantio em muitas lavouras com problemas de germinação e/ou morte de plântulas. Há áreas com desuniformidade e baixo estande de plantas, o que acarreta em perdas na produtividade.

O déficit hídrico afetou principalmente as lavouras que se encontravam nas fases de floração e enchimento de grãos no período da segunda quinzena de novembro e durante dezembro. A magnitude das perdas no potencial produtivo da cultura dependerá do comportamento do tempo até o encerramento do ciclo.



Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 78,19/sc., com aumento de 0,24% em relação à semana anterior.

Nas regiões de Passo Fundo e Santa Maria, a oleaginosa é comercializada a R$ 77,00; de Erechim, a R$ 80,00; de Santa Rosa, a R$ 74,50; de Caxias do Sul, R$ 79,00. Na região de
Bagé, oscilou entre R$ 71,00 e R$ 80,00. Na de Ijuí, os preços praticados estão entre R$ 74,50 e R$ 77,50/sc. O produto disponível em Cruz Alta é comercializado a R$ 85,50.

Em Soledade, os preços variaram entre R$ 77,00 e R$ 80,50; em Porto Alegre, entre R$ 78,00 e R$ 87,00; na região de Frederico Westphalen, a cotação oscilou entre R$ 77,00 e R$ 78,00; e na de Pelotas, entre R$ 79,50 e R$ 88,50/sc.

Fonte: Emater/RS

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