A colheita do cereal permaneceu com avanço muito lento, prejudicado pelo excesso de chuvas e pela prioridade dada à operação na cultura da soja. Nesse período, o índice de colheita elevou-se apenas 1%, alcançando 85% dos cultivos. A recorrência de chuvas beneficiou as lavouras semeadas tardiamente ou em safrinha, as quais se encontram majoritariamente em florescimento e em enchimento de grãos. Parte das lavouras, madura ou em maturação, apresentou aumento da incidência de doenças da espiga, provocadas por fungos causadores de grãos ardidos.
A expectativa de produtividade para a safra permanece em 3.500 kg/ha, com decréscimo de 55% da inicialmente projetada.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os cultivos em safrinha, na Fronteira Oeste, apresentam bom potencial produtivo, com reduzida incidência de insetos, pragas e doenças. No entanto, as chuvas excessivas causaram danos pontuais em locais com relevo plano, onde o solo permanece encharcado por maior período. Na região da Campanha, produtores de Dom Pedrito retomaram os trabalhos de colheita a partir de 1/05.
Em Santana do Livramento, muitas lavouras já estão aptas para a colheita, porém, devido ao baixo nível de investimento, são principalmente colhidas de forma manual. Os produtores têm hábito de aguardar por um longo período para a redução da umidade no campo; contudo, os elevados volumes de chuvas registrados podem comprometer a qualidade do produto estocado dessa forma.
Na de Caxias do Sul, a colheita prosseguiu de forma muito lenta por causa da chuva e da persistência de alta umidade no ambiente, que não permitiram condições para o acesso de máquinas nos cultivos. As lavouras maduras e prontas para a colheita são as que apresentam maior potencial produtivo por terem sofrido menos com as consequências da estiagem.
Na de Erechim, a colheita está em finalização. A produtividade alcançada é de 3.641 kg/ha, representando perda pouco superior a 60% da projeção inicial. Na de Frederico Westphalen, já foram colhidos 96% dos cultivos. O potencial das lavouras restantes é muito bom, e há apenas alguns casos de ocorrência de cigarrinha do milho.
Na de Ijuí, 98% dos cultivos foram colhidos; 1% está em fase reprodutiva; e 1% em maturação. As fortes chuvas provocaram o acamamento de plantas em algumas lavouras. Em decorrência da elevada umidade, observou-se que, nas lavouras em maturação ou maduras, a incidência de podridão branca da espiga, de podridão rosada da espiga e de podridão vermelha da ponta da espiga.
Na regional de Pelotas, com a sequência de chuvas, o índice de colheita permaneceu inalterado, ou seja, em 38%. As lavouras maduras e prontas para colher representam 28%, e em enchimento de grãos 27%; esta última beneficiada pelas condições climáticas. Em florescimento, estão 7% de lavouras.
Na de Santa Rosa, 89% dos cultivos foram colhidos ainda no final do verão. Restam 11% das lavouras cultivadas em safrinha. Em floração, são 2%, e em enchimento de grãos 9%. O potencial produtivo permanece elevado, mas, nos últimos dias, houve diminuição no desenvolvimento das plantas em decorrência da menor radiação solar e temperaturas mais
amenas.
Na de Soledade, devido ao tempo chuvoso, não houve colheita das lavouras maduras durante o período. As lavouras com semeadura em janeiro estão em processo inicial de maturação fisiológica. Com os prognósticos climáticos do mês de maio, que apontam menor precipitação, há perspectivas de obtenção de boas produtividades e de boa qualidade dos grãos nesses cultivos.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço da saca de milho teve elevação +3,10%, variando de R$ 84,84 para R$ 87,47.
Fonte: Emater/RS – ASCAR