No último dia 31/03, o USDA divulgou a nova perspectiva de área para a safra 21/22 de algodão nos EUA. A projeção teve aumento de 10 mil hectares ante o relatório anterior, puxado pelos avanços nos estados de Missouri e Geórgia. Assim, espera-se que 4,87 milhões de hectares sejam semeados com a fibra no país, porém a área ainda é 0,50% inferior em relação à safra passada.
Os principais motivos do ajuste na estimativa estão atrelados à pequena melhora nas condições climáticas e à maior demanda pela fibra – estimulando os produtores a manterem a área projetada.
Já no maior produtor do país, o Texas, a intenção de plantio é 0,50% menor quando comparado com a safra passada. Estima-se que será semeada a fibra em 2,76 milhões de hectares.
Por fim, o plantio no país inicia-se historicamente em abril e as chuvas ainda estão abaixo do necessário para o desenvolvimento da cultura no país, principalmente no Texas.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• Mesmo com o avanço do dólar na semana passada, o preço da pluma no mercado spot desvalorizou 1,49% no comparativo semanal, fechando a uma média de R$ 153,56/@.
• A divulgação da intenção de plantio do algodão nos EUA veio de acordo com a expectativa do mercado. Assim, as cotações da pluma na bolsa de NY recuaram 2,09% e 1,18% na última semana, para os contratos de jul-21 e dez-21, nesta ordem.
• Devido à maior propagação da Covid19 e o cenário político no Brasil, o dólar valorizou 2,11% em relação à semana passada, ficando cotado a uma média de R$ 5,72/US$.
• O preço do caroço na semana passada teve uma leve queda de 0,54%. No entanto, a torta e o óleo avançaram 0,41% e 2,93%, respectivamente.
Cotações:
Os preços da pluma nas últimas semanas vêm caindo nos mercados interno e externo, e a diferença entre a ICE e o valor Esalq está aumentando. Assim, o preço da pluma na bolsa de NY chegou a ¢ US$ 77,95/lp na última quinta-feira (01/04), pautado pelo menor ritmo de vendas da fibra nos EUA. Já no Brasil, o preço tem se mantido pressionado no mercado spot e na quinta-feira fechou a ¢ US$ 83,78/lp.
O recuo no preço é reflexo dos lotes finais da produção, que tendem a serem inferiores ao que geralmente são para exportação e, com o produtor firme na pedida pela pluma, a demanda interna tem ficado retraída do mercado.
Além disso, as indústrias nacionais estão trabalhando com estoques reduzidos, devido ao receio de novas medidas para conter o avanço da Covid-19. Ademais, a fibra nacional não está tão competitiva no mercado externo como o seu principal concorrente (EUA), no entanto, com as preocupações em relação à próxima safra americana, o cenário poderá se inverter com a consolidação das áreas no país.
Fonte: IMEA