FECHAMENTOS DO DIA 19/01: O contrato de soja para janeiro23 fechou em queda de 0,64% ou $ 9,75 cents/bushel a $ 1514,75. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em queda de 0,66%, ou $ 10,0 cents/bushel 0 $ 1511,50. A cotação de maio24 fechou em queda de 0,40% ou $ 5,50 cents/bushal a $ 1353,75. O contrato de farelo de soja para março fechou em queda de $1,44% ou $6,9/ton curta $ 471,2 e o contrato de óleo de soja para março fechou, em queda de 1,51% ou $0,97/libra-peso a $ 63,15.
CAUSAS DA NOVA QUEDA: Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em baixa nesta quinta-feira, pressionados pelas chuvas na Argentina, que aliviam a seca local. A queda do dólar, que favorece a concorrência do Basil e a ausência de compras da China também ajudou a pressionou os preços.
NOTÍCIAS IMPORTANTES DO DIA
EUA-EXPECTATIVA EXPORTAÇÕES: Antes do relatório semanal de vendas de exportação, os traders estimam que entre 600k MT e 1,2 MMT de soja foram vendidos durante a semana encerrada em 12/01. Estima-se que as encomendas de novas safras cheguem abaixo de 100k MT. As vendas de refeições são estimadas em 250k MT para entrega em 22/23. Espera-se que as vendas de BO fiquem abaixo de 10k MT tanto para a safra antiga quanto para a 23/24.
CHINA-IMPORTAÇÕES DE DEZEMBRO: A China informou que 10,13 MMT de soja foram importados durante o mês de dezembro.
ARGENTINA-CHUVAS: Segundo a empresa de meteorologia DTN, uma frente fria deve trazer um volume decente de chuvas nos próximos dias. Na semana que vem, a expectativa é de mais duas frentes frias e chuvas volumosas e bem distribuídas, disse a DTN, acrescentando que esta é a melhor chance de estabilização das condições da safra até agora.
GIRO PELOS ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL: Quedas de R$ 1/saca no interior, travaram o mercado
PERDAS DA SAFRA: Como já informado no relatório anterior a falta de chuvas tem causado prejuízos significativos para o mercado de soja no estado. O relatório EMATER-RS trouxe as seguintes informações: A implantação da cultura já foi concluída em 98% da área. Houve chuvas nas regiões produtoras, mas a Oeste e na faixa Central do Estado, as precipitações foram insignificantes ou não ocorreram, causando déficit hídrico e efeitos negativos nas lavouras. A cultura tem grande variação de potencial produtivo devido à época de plantio, distribuição das chuvas e condições topográficas. Algumas lavouras estão em boas condições, enquanto outras estão sofrendo estresse hídrico, com folhas amareladas, morte e desfolhamento. Por fim, o atraso é considerável em relação a safra passada, com a safra atual estando com 12% a menos em estado de floração e 6% a menos no estado de enchimento de grãos.
PERDAS AFETAM MERCADO: Segundo fontes do setor, as perdas já começam a ser contabilizadas e podem ultrapassar 17% do potencial de 22 milhões de toneladas de soja o que fez com que os preços se valorizassem para contratos mais distantes mesmo diante de um dia de baixas. No entanto as baixas de hoje se aprofundaram consideravelmente no mercado internacional, isso se deve a um claro movimento de proteção no mercado, algo que ocorre sem muita lógica visto que a muita base de fundamento para esperar soja muito cara no futuro. A cada dia sem chuvas, a situação se agrava.
Ademais, o mercado tem sido lento, com produtores relutantes em vender os saldos antigos de soja e sem se sentir seguros para firmar contratos futuros para a nova safra. As fábricas têm o domínio absoluto do mercado, incluindo no porto. No porto, as indicações de preços para as fábricas são de R$ 183,00 mantendo-se no ponto de elevação já visto ontem. Já no interior, as indicações de preços passaram por dia de quedas amenas na base de R$ 1,00/saca e se consolidaram entre R$ 179,00 e R$ 178,00. Para Cruz Alta e Passo fundo o preço foi a R$ 178,00. Para Santa Rosa e Ijuí o preço foi a R$ 179,00. Em Panambi, os preços continuam em R$ 167,00 por saca.
SANTA CATARINA: Preço sobe um pouco mais, poucos negócios efetuados
Já em rompimento com as expectativas, soja de SC volta a se valorizar, contrariando o mercado internacional em base da demanda interna. As altas do dia foram expressivas, com subida de R$ 3,00/saca no porto. Hoje houve um pequeno volume de negócios efetuado, mas isso se deve a necessidade de liberar espaço nos armazéns, de forma geral o produtor se mostra até R$ 5,00/saca acima das ofertas. A demanda segue alta por todo o Brasil e a preocupação com o clima e qualidade da safra também, no entanto, a esses preços apenas os vendedores que precisam muito efetuam algum negócio. São francisco do Sul a R$ 181,00.
PARANÁ: Quedas de até R$ 4/saca no interior
De acordo com fontes do setor, o mercado de soja está apresentando preços relativamente baixos e pouco atrativos para os produtores no estado, os volumes que são negociados saem por pura necessidade, do contrário seriam segurados. Em Ponta Grossa, os preços para entrega em janeiro variam entre R$ 170,00 no balcão e R$ 176,00 para entrega CIF (custo, seguro e frete) e pagamento em diferentes períodos, sendo R$ 176,00 para pagamento em 25 de janeiro, R$ 177,00 para pagamento em 3 de fevereiro e R$ 178,00 para pagamento em 28 de fevereiro. As demais posições no interior se movimentam em sentido oposto e se desvalorizam em R$ 4,00/saca, isso levou Cascavel, Maringá e Pato Branco a R$ 163,00. Já no porto de Paranaguá, não há indicações de preços para CIF, o que significa que os produtores não estão entrando no mercado, amostra de insegurança com a safra e descontentamento com os preços.
A demanda geral pelo grão está alta, mas há muita preocupação climática devido às expectativas de perda de safra. Isso tem sido refletido nas indicações de preços para a safra 2023, com uma indicação de preço nominal de R$ 180,00 para entrega em março/abril e pagamento em maio de 2023, valorização de R$ 2,00/saca desde ontem. Quanto as cotações internacionais do complexo de soja de hoje: SOJA GRÃO A -0,64%, FARELO -1,44%, ÓLEO -1,51%. Dólar por sua vez ficou a +0,16%, indo a R$ 5,1707.
MATO GROSSO DO SUL: Dia ausente de movimentos, nada de negócios
Mato Grosso do Sul registrou um dia de quedas gerais de R$ 1,00/saca nos preços. A situação foi causada especialmente pelas quedas vistas em Chicago. Apesar disso os fundamentos apontam para a soja bastante cara mais para frente e o medo de abrir mão dos
estoque atuais perciste. Muitos agricultores e traders estão esperando para ver como a situação se desenrola antes de fazer negociações. O dia foi marcado por poucas fixações de preços e poucas negociações efetivadas, deixando o mercado em um estado de incerteza. Esses são os preços da soja: Dourados a R$164,00. Campo Grande a R$164,00. Maracaju a
R$163,00. Sidrolândia a R$162,00. Chapadão do Sul a R$160,00.
MATO GROSSO: Dia parado e sem variações de preços diante das desvalorizações de Chicago
O mercado de soja no estado de Mato Grosso enfrentou um dia parado e sem variações de preços devido às desvalorizações de Chicago. Com isso, não houve negociações significativas no mercado local. A desvalorização da soja na Bolsa de Chicago tem reflexos diretos no mercado de grãos no Brasil, especialmente em Mato Grosso, que é o maior produtor de soja do país. Isso tem um impacto direto na cotação dos preços locais e tem um efeito negativo
na atividade comercial. A variedade de condições climáticas e a diferença de produção entre as regiões podem ser algumas das principais razões para essa insegurança. Neste cenário o produtor segue mais defensivo, sem efetuar grandes volumes em negócios e isso serve como termômetro dos próprios preços também. Os preços atuais são os seguintes: Campo Verde a R$ 154,00. Lucas do Rio Verde a R$ 154,20, Nova Mutum a R$ 149,50. Primavera do Leste a R$ 154,00, Rondonópolis a R$ 156,00 e Sorriso a R$ 150,70.
MATOPIBA: Mercado parado, preços se fixam diante da incerteza
Região de Balsas no Maranhão traz cotações com mercado marcando manutenção e com isso se mantendo a R$ 155,50. O Porto Franco-MA marcou também manutenção e segue a R$ 157,50. Pedro Afonso que agora substitui Porto Nacional nas cotações trouxe valor de R$ 152,40, sem novos movimentos. Uruçuí-PI fechou o dia a R$ 161,00, marcando manutenção. E por fim, em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, preço ficou a R$ 158,00, também sem se mover. Nos estados de MATOPIBA a situação é bastante complexa em relação a produtividade, claro que assim como nas demais posições do Brasil ela cresce ano a ano, mas as dificuldades de estrutura, inovação e transporte tem sido um importante obstáculo nesses momentos de perda de valor de soja.
Fonte: T&F Agroeconômica