Em março de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm em grande parte do país, principalmente no norte das Regiões Norte e Nordeste, contribuindo para a manutenção da umidade do solo nessas áreas.
Já do interior da Região Nordeste, sul das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como em áreas da Região Sul, menores acumulados de chuvas foram observados, mantendo os níveis intermediários da umidade do solo.
Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 200 mm, principalmente no nordeste do Pará e Amapá, onde as chuvas ultrapassaram os 400 mm. De modo geral, os níveis de armazenamento hídrico do solo se encontram elevados, exceto no norte de Roraima, onde os níveis de umidade no solo ainda continuam baixos devido à falta de chuva nos últimos meses.
Já na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados em áreas do Maranhão, centro-norte do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, com valores superiores a 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade no solo e o desenvolvimento das lavouras. Na parte centro-sul da região, os acumulados de chuva foram inferiores a 100 mm e em algumas localidades os níveis de umidade no solo ainda continuam baixos, como por exemplo, na divisa de Alagoas, Sergipe e nordeste da Bahia.
Na Região Centro-Oeste, os maiores volumes de chuva foram observados em Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e norte de Mato Grosso do Sul, contribuindo para a elevação de umidade no solo, favorecendo o manejo e o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra. Já no centro-sul do Mato Grosso do Sul, os acumulados de chuva foram menores e, consequentemente, a umidade no solo foi mais baixa.
Em grande parte da Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm, principalmente no Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde em algumas localidades os volumes de chuva ultrapassaram os 300 mm. No norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, bem como centro-sul de São Paulo, os valores foram menores. No geral, as condições seguem favoráveis para o manejo e desenvolvimento dos cultivos de primeira e segunda safras região.
Na Região Sul, os volumes de chuva sobre o oeste do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e extremo- sul do Paraná foram acima de 150 mm, enquanto nas demais áreas variaram entre 50 mm e 100 mm. Em geral, os níveis de água no solo permaneceram elevados em boa parte da região, e as condições meteorológicas foram favoráveis para o manejo e desenvolvimento das lavouras, exceto no Paraná, onde o menor volume de chuvas contribuiu para a redução da umidade no solo.
Em março, as temperaturas médias foram superiores a 24 °C em grande parte do Brasil, exceto no centro-leste da Região Sul, onde permaneceram entre 20 °C e 24 °C.
Condições oceânicas recentes e tendências
Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de março de 2024. Foram observados valores de anomalias superiores a 0,5 °C em toda a faixa do Pacífico Equatorial, exceto na região próxima à costa oeste da América do Sul, onde as temperaturas foram mais frias, com valores de até -1° C.
Considerando a região do Niño 3.4 (área entre 170 °W e 120 °W), as anomalias médias positivas de TSM tem apresentado pequenas oscilações entre +1 °C e +1,5 ºC, indicando a continuidade do fenômeno El Niño de intensidade moderada.
A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para uma transição das condições de El Niño (fase quente) para neutralidade no trimestre abril, maio e junho de 2024, com uma probabilidade de 71%.
Prognóstico climático para o Brasil – Período Abril, Maio e Junho de 2024
As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média em grande parte das Regiões Norte e Nordeste, além do norte da Região Centro-Oeste e oeste da Região Sul.
Nas demais áreas, são previstas chuvas acima da média. Geralmente, entre abril e maio existe uma tendência de diminuição das chuvas na parte central do país e, consequentemente, os níveis de água no solo sofrem redução. Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de chuvas próximas ou acima da média em áreas do norte de Roraima, centro-oeste do Amazonas, sul de Rondônia e noroeste do Pará.
Nas demais áreas, os volumes de chuva podem ficar próximos ou abaixo da média histórica, pode reduzir os níveis de umidade do solo no sul da região amazônica, nos próximos meses.
Na Região Nordeste, que inclui áreas do Matopiba e Sealba, há previsão de chuvas abaixo da média, que podem contribuir para a redução do armazenamento hídrico, principalmente no interior da região. Em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas dentro ou acima da média, exceto no norte do Mato Grosso, Goiás e norte de Minas Gerais, onde são previstas chuvas abaixo da média e que podem contribuir para a redução dos níveis de água no solo, a partir de maio.
Na Região Sul, são previstas chuvas dentro ou acima da média, exceto no oeste do Paraná e de Santa Catarina, bem como no norte do Rio Grande do Sul, onde as chuvas podem permanecer abaixo da média, podendo afetar os níveis de água no solo nos próximos meses.
Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando temperaturas acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente na parte central do Brasil, com valores médios ultrapassando 25 °C.
Destaque para as Regiões Norte e Nordeste, onde as temperaturas poderão ultrapassar 28 °C. Já em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 17 °C, principalmente entre maio e junho, pois não se descarta a entrada de massas de ar frio, que podem causar declínio da temperatura e formação de geadas.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser
vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet.
Fonte: CONAB