A colheita atingiu 97% da área cultivada. A operação foi concluída na maior parte do território estadual. Ainda restam lavouras em final de maturação fisiológica, principalmente nas regiões da Campanha, Sul e Campos de Cima da Serra. Essas localidades apresentam condições climáticas específicas que condicionam o plantio e a colheita mais tardios.

A produtividade e a qualidade dos grãos apresentam variações expressivas entre as diferentes regiões, o que ainda poderá impactar negativamente a produtividade estadual. No Noroeste, Planalto Médio, Centro e Metade Sul, os resultados ficaram abaixo da projeção inicial em decorrência das chuvas prolongadas, que dificultaram o manejo fitossanitário, favoreceram a proliferação de patógenos e interferiram no momento da colheita. Em compensação, no Nordeste do Estado, a colheita transcorre de forma satisfatória, configurando uma safra bem-sucedida.

Conforme a Emater/RS-Ascar, a área cultivada de trigo totaliza 1.322.167 hectares, e a estimativa de produtividade está em 3.116 kg/ha, mas deverá ser revista no final da safra.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em São Gabriel e Alegrete, a colheita está próxima da conclusão, alcançando 90% da área e PH de 70 a 78, embora a ocorrência de chuvas, em 20/11, tenha causado pequenos atrasos. Em Manoel Viana, a colheita foi finalizada nos 12 mil hectares, e a produtividade média é de 2.280 kg/ha, representando quebra de 24% em relação à expectativa inicial para o município. A baixa qualidade dos grãos inviabilizou os lucros e motivou os produtores a considerar a redução da área no próximo inverno.

Em Maçambará, a colheita foi concluída nos 21.848 hectares, e a produtividade média é de 2.565 kg/ha, refletindo quebra de 5%. Em ambos os municípios, a qualidade inferior dos grãos foi um problema recorrente, e o PH variou entre 65 e 82 pontos, mas a maior parte da produção foi classificada abaixo de 78.

Na Campanha, a colheita avançou sem dificuldades desde 21/11. Em Hulha Negra, 30% foram colhidos, e houve rápida perda de umidade dos grãos devido ao calor e aos ventos constantes. Em parte das lavouras, o PH alcança 78. Em Aceguá, a colheita inicial atingiu 20% da área, mas a baixa qualidade dos grãos restringe o mercado, em muitos casos, sendo destinados à ração animal. Em Bagé, 10% foram colhidos, e o PH está abaixo de 74, impactando negativamente os preços aos produtores.

Na de Caxias do Sul, a colheita encontra-se em fase final na Região da Serra. O rendimento ficou abaixo das expectativas, com média de aproximadamente 3 mil kg/ha. Nos Campos de Cima da Serra, onde são cultivados 85% do trigo na região, cerca de 50% da área ainda aguarda colheita. O rendimento médio previsto permanece em 3.800 kg/ha.

Na de Erechim, a colheita foi concluída. Apesar do PH não alcançar 78 em algumas lavouras, a produtividade é considerada satisfatória, próxima a 3.500 kg/ha.

Na de Ijuí, a colheita foi concluída. A produtividade estimada é de aproximadamente 2.900 kg/ha, representando redução de 25% em relação às expectativas iniciais. Observa-se uma elevada variabilidade de rendimento entre as áreas, e as lavouras semeadas no início da janela indicada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) apresentam os melhores resultados. O principal fator que contribuiu para a redução da produtividade foi a baixa qualidade do produto colhido; poucas lavouras alcançaram PH 78, necessário para a classificação como trigo Tipo 1.

Na de Passo Fundo, 98% das lavouras foram colhidas, e 2% estão maduras, por colher, nas regiões de maior altitude. A produtividade permanece estimada em 3.500 kg/ha.

Na de Pelotas, 51% das lavouras foram colhidas, e a produtividade varia entre 2.400 e 2.600 kg/ha. Estão em fase de maturação 4% das áreas; maduras e prontas para a colheita, 45%. As precipitações na região foram esparsas e de baixos volumes acumulados, mas suficientes para interromper temporariamente o avanço da colheita.

Na de Santa Maria, a colheita está praticamente concluída. A produtividade está em aproximadamente 2.700 kg/ha, abaixo das estimativas iniciais. A redução é atribuída à baixa luminosidade, parcialmente causada pela fumaça de queimadas no Norte e Centro-Oeste do Brasil, às altas temperaturas e a problemas fitossanitários, incluindo giberela, pulgão e oídio. A qualidade dos grãos também ficou abaixo do ideal, e o PH médio é de 76, como observado em Nova Palma. Em São Vicente do Sul, grande parte da produção será destinada à ração devido à baixa qualidade.

Na de Santa Rosa, a colheita foi encerrada. A produtividade média das lavouras na região registrou redução, atingindo aproximadamente 2.800 kg/ha. Observa-se a comercialização imediata dos lotes de melhor qualidade destinados a moinhos, mas parte da produção, devido à menor qualidade, tem sido direcionada para fábricas de ração e usos correlatos.

Na de Soledade, a colheita foi concluída. A produtividade variou entre 3.000 e 3.300 kg/ha, e o PH médio é de 78.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio para o PH 78, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 2,33%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 68,15 para R$ 66,56.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1843

Site: EMATER/RS

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