O início da Safra 2025/2026 de milho no Rio Grande do Sul ocorre de forma gradual, e a implantação das lavouras tem sido conduzida em conformidade com as condições climáticas vigentes e em observância às recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático ZARC. Desde o início de agosto, têm predominado as operações de preparo do solo e a dessecação das áreas destinadas ao cultivo. Porém, a semeadura foi iniciada em localidades de menor suscetibilidade à ocorrência de geadas.
As condições observadas recentemente – tempo seco, insolação e a elevação gradual das temperaturas do solo –, têm favorecido o avanço da semeadura, criando ambiente adequado para o estabelecimento inicial das plantas.
De forma preliminar, observa-se tendência de expansão da área cultivada em relação à safra anterior, movimento impulsionado pelos resultados satisfatórios alcançados na última safra, pelos programas estatais de fomento, pela necessidade de rotação de culturas e pela adoção de estratégias de manejo voltadas à mitigação dos efeitos da variabilidade climática, registrada nos últimos anos.
A Emater/RS-Ascar encontra-se em processo de levantamento de campo para estimar a área cultivada e o potencial produtivo da cultura. As informações consolidadas serão divulgadas em evento específico em 02/09, durante a 4 ª Expointer, em Esteio/RS.
A produtividade estadual do milho, segundo o IBGE da Safra 2024/2025 foi de 7.378 kg/ha. A área cultivada totalizou 718.190 hectares
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar, na Fronteira Oeste, devido à elevação da temperatura do solo, muitos produtores iniciaram os trabalhos de implantação das lavouras. Em Maçambará, aproximadamente 750 hectares foram semeados, principalmente sob irrigação. Em São Borja, o ritmo das operações está acelerado, alcançando cerca de 4.500 hectares, sobretudo em propriedades que planejam realizar uma segunda safra após a colheita do milho precoce. Ressalta-se que as semeaduras realizadas nos dois primeiros decêndios de agosto apresentam historicamente no município desempenho superior em termos de produtividade, uma vez que atrasos na implantação expõem os cultivos a maior risco de estiagens durante o estádio reprodutivo.
Na de Caxias do Sul, é fase de preparo do solo, e a semeadura deverá começar efetivamente no início de setembro, conforme o calendário recomendado. Há perspectiva de pequeno acréscimo na área a ser cultivada em relação à safra anterior, refletindo a intenção dos produtores em expandir a cultura dentro das possibilidades técnicas e econômicas locais.
Na de Erechim, muitos agricultores estão optando por implantar as lavouras com recursos próprios, justificando que o crédito e o seguro agrícola apresentam custos elevados. O plantio foi iniciado em áreas de menor risco de ocorrência de geadas, buscando reduzir riscos relacionados à baixa temperatura.
Na de Ijuí, houve avanço intenso da semeadura durante a semana anterior, especialmente nos municípios da Região Celeiro. Nos demais municípios, ainda se aguarda elevação das temperaturas para iniciar a implantação. Os produtores estão finalizando o manejo químico com herbicidas, criando condições propícias para a semeadura.
Na de Santa Rosa, houve intensificação da semeadura, e estima-se que 40% da área foi implantada. Algumas lavouras implantadas mais precocemente apresentam adequada emergência das plântulas e estabelecimento do estande. Até o momento, não há relatos de ocorrência de cigarrinhas nas áreas em emergência. Contudo, os produtores têm sido orientados a monitorar os cultivos a fim de possibilitar o controle das populações, caso sejam observadas a campo.
Na de Soledade, intensificam-se as operações de preparo do solo. Conforme o ZARC, a semeadura indicada a partir de 01/08 em municípios de baixa altitude do Baixo Vale do Rio Pardo e, nos demais, a partir de 11/08, o que permitiu rápido avanço da implantação da cultura. Em Rio Pardo e Candelária, mais de 60% do previsto foi semeado. Observa-se tendência de ampliação da área, impulsionada pela utilização de cultivares de ciclo precoce e pela semeadura antecipada, estratégia voltada à redução dos riscos de estiagens e de altas temperaturas no final do ano.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, cresceu 0,84%, quando comparado à semana anterior, passando de R$61,85 para R$62,37.
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Fonte: Emater RS