Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 03/10
FECHAMENTOS DO DIA 03/10

O contrato de soja para novembro fechou em baixa de 0,56% ou $ -5,75 cents/bushel, a $1.018,00. A cotação de janeiro encerrou em baixa de 0,46% ou $ -4,75 cents/bushel, a $1.037,00. O contrato de farelo de soja para outubro fechou em baixa de 0,22% ou $ -0,60/ton curta, a $ 270,7. O contrato de óleo de soja para outubro fechou em baixa de 0,78% ou $ -0,39/libra-peso, a $ 49,43.

ANÁLISE DA BAIXA

A soja negociada em Chicago fechou o dia em baixa e a semana em alta. As cotações da oleaginosa, que operaram em alta ao longo do dia, fecharam em queda com rápido avanço da colheita e a cautela do mercado com a ausência dos dados oficiais devido a paralisação do governo americano.

A alta inicial foi motivada pela expectativa do auxílio financeiro que o governo Trump planeja anunciar na próxima terça-feira (especula-se um valor entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões) para apoiar os agricultores que sofrem com a guerra comercial e a falta de compras chinesas.

No entanto a pressão vinda da China, ainda mantém o mercado cauteloso. “Uma missão comercial à Nigéria. Um memorando de entendimento com o Vietnã. Um aumento repentino nas compras de Bangladesh. Esses países não costumam ser grandes consumidores de soja do cinturão agrícola dos EUA. Mas produtores desesperados, suas organizações comerciais e o governo do presidente Donald Trump estão se voltando para cantos remotos do mundo na esperança de evitar o desastre para a agricultura causado por uma guerra comercial que impediu a China de comprar suprimentos dos EUA.

Os esforços até agora não conseguiram compensar a perda do maior cliente do país para a safra, mostram dados e entrevistas, e a crise financeira está se espalhando para fabricantes de tratores e outras empresas agrícolas”, informou a Reuters sobre o que a vida sem a China significa para o complexo de soja dos EUA. Com isso a soja em Chicago fechou o acumulado da semana em alta de 0,42%, ou $ 4,25 cents/bushel. O farelo de soja subiu 0,7%, ou $ 1,9 por tonelada curta. O óleo de soja recuou -0,34%, ou $ -0,17 por libra-peso no período.

Análise semanal da tendência de preços.
FATORES DE ALTA
EUA-TRUMP AUXILIA AGRICULTORES (ALTISTA)

Essa situação reforça as expectativas dos investidores em relação ao auxílio que o governo Trump deve anunciar na próxima terça-feira para o setor agrícola, que está sendo impactado — em particular o setor da soja — pelas consequências da batalha tarifária desencadeada pela Casa Branca e pela falta de acordos comerciais com a China. No sentido mais amplo da especulação, fala-se em valores que podem variar de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões. Números elevados considerando um governo que teve que ser paralisado após não conseguir aprovação legislativa para o orçamento.

NO BRASIL, BOA DEMANDA DE ÓLEO DE SOJA (altista)

No Brasil, os preços do óleo de soja se mantiveram firmes apesar dos ventos contrários globais, mesmo com a queda dos preços do petróleo bruto e o feriado da Semana Dourada da China, que reduziu a demanda de curto prazo. Os traders apontaram a demanda reprimida por biocombustíveis e os estoques globais estáveis de óleo vegetal como razões para o tom cauteloso, com muitos aguardando novos dados antes de assumir novas posições, segundo a S&P Global Commodity Insights.

BRASIL-EXPORTAÇÃO MAIOR EM SETEMBRO

Em relação ao Brasil, na revisão semanal dos números de setembro, a Associação Nacional dos Exportadores de Grãos (ANEC) reduziu ligeiramente seus números de exportação de soja, de 7,15 para 7,14 milhões de toneladas. Este número permaneceu abaixo dos 8,11 milhões de toneladas registrados em agosto, mas significativamente acima dos 5,16 milhões de toneladas registrados no nono mês de 2024. Para o farelo de soja, a previsão foi ajustada de 2,10 para 1,98 milhão de toneladas, ante 2,02 milhões de toneladas no mês anterior e 1,62 milhão de toneladas no mesmo mês do ano passado. Na próxima semana, esta organização divulgará suas primeiras previsões de exportação para outubro.

FATORES DE BAIXA
FALTA DE RELATÓRIOS DO USDA (BAIXISTA)

A soja foi negociada em leve alta no mercado de Chicago, com os investidores optando por comprar enquanto a atual paralisação do governo americano se aproxima, mas o pessimismo do mercado se aprofundou devido à falta de relatórios do USDA, revertendo os ganhos do dia.

RITMO ACELERADO DA COLHEITA (BAIXISTA)

O limite para as altas continua sendo definido pelo ritmo acelerado da colheita americana, ainda com tempo seco nas principais áreas agrícolas. Agregado a isto está a possibilidade de menor produção americana pelo tempo seco, que pode ter diminuído a produtividade das lavouras americanas em 0,96%, segundo Michel Cordonnier, de 3.531 para 3.497 kg/hectare.

COMPLETA AUSÊNCIA DA CHINA E SUAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS (BAIXISTA)

Pela completa ausência de compras chinesas nos Estados Unidos. Sobre este assunto, há duas possibilidades:

  • a) Se a China e EUA entrarem em acordo e ela voltar a comprar soja americana após a próxima reunião de Trump com Xi Jiping. Neste caso, CBOT subiria, Brasil cairia e você deve vender agora;
  • b) a China querer se livrar definitivamente da dependência americana, voltando a se abastecer somente na América do Sul. Neste caso, CBOT cairia, Brasil ficaria alto, talvez um pouco menos devido ao aumento de 6,72 MT da safra brasileira que deverá aumentar para o próximo ano. Assim sendo, deve aproveitar e vender também, não porque o preço será menor, mas porque o seu lucro será menor.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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