O mercado brasileiro de soja vinha apresentando uma semana bastante calma, com poucos negócios e produtores focados no plantio. Na quinta-feira, porém, o cenário mudou. “A forte alta do petróleo movimentou os preços no complexo soja e o físico brasileiro aproveitou para negociar”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Rafael Silveira.

A Bolsa de Mercadorias de Chicago fechou com boa alta, com os preços sendo impulsionados pela valorização do óleo de soja, que por sua vez refletiu a alta do petróleo decorrente das sanções de Donald Trump ao petróleo russo. “China e Índia, grandes compradores da matéria-prima russa, deverão buscar novos fornecedores para evitar a exclusão do sistema bancário ocidental SWIFT — penalidade prevista para quem mantiver importações de petróleo da Rússia”, explica o consultor.

A medida visa cortar a principal fonte de autofinanciamento da Rússia e limitar sua capacidade de sustentar o conflito contra a Ucrânia. O dólar registrou desvalorização frente ao real, refletindo o intenso ingresso de capitais estrangeiros no país. “A elevada liquidez global impulsionou a busca por moedas de economias emergentes, e o real foi uma das principais beneficiadas”, pondera o analista. “Esse movimento ocorre em meio às incertezas sobre a trajetória do dólar no mercado internacional e às políticas econômicas adotadas pela atual administração dos Estados Unidos”, acrescenta.

No mercado físico, as negociações se intensificaram, aproveitando a alta dos preços de Chicago. “Mesmo com o recuo do dólar, a elevação dos prêmios para outubro e novembro forneceu o suporte necessário para impulsionar a comercialização ao longo da quinta-feira”, destaca Silveira. Já para a safra nova, pouco foi negociado, os prêmios futuros pouco apresentaram variações que impulsionassem o mercado. Os prêmios ficaram entre US$ 1,60 e US$ 1,75 por bushel para novembro/25 e entre US$ 1,50 e US$ 1,70 por bushel para dezembro/25, nos portos de referência.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) divulgou sua nova projeção para o balanço de oferta e demanda do complexo da soja em 2026, apresentando números recordes. A produção de soja está estimada em 178,5 milhões de toneladas, enquanto o esmagamento deverá atingir 60,5 milhões de toneladas. Já o farelo de soja, deve alcançar 46,6 milhões de toneladas, e o óleo de soja chegar a 12,1 milhões de toneladas.

No campo das exportações, as projeções apontam para novos patamares históricos, com a expectativa de 111 milhões de toneladas de grãos exportados. O farelo de soja deve registrar exportações de 24,6 milhões de toneladas, enquanto o óleo de soja cerca de 1 milhão de toneladas, recuo de 25,9%. Além disso, espera-se um leve aumento nas importações de óleo de soja, que devem atingir 125 mil toneladas, enquanto as importações de soja devem somar 500 mil toneladas para suplementar o mercado interno.

Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News



 

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Autor:Rodrigo Ramos/Safras News

Site: Safras & Mercado

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