A cotação do milho, em Chicago, ensaiou uma elevação na semana anterior, porém, com o relatório de oferta e demanda do USDA a mesma voltou aos patamares do início do mês e a quinta-feira (20) acabou fechando em baixa ficando em US$ 4,26/bushel, para o primeiro mês cotado, contra US$ 4,41 uma semana antes.
O relatório, anunciado no dia 14/11, apontou uma produção de milho nos EUA de 425,5 milhões de toneladas, enquanto o mercado indicava uma colheita média ao redor de 420 milhões de toneladas, contra 427,1 milhões indicados no relatório de setembro (último até então a ser divulgado). Já os estoques finais de milho nos EUA, cuja média esperada estava ao redor de 56 milhões de toneladas, acabou vindo em 54,7 milhões, contra 53,6 milhões em setembro. A produção mundial não foi alterada, ficando em 1,286 bilhão de toneladas e os estoques finais mundiais permaneceram em 281 milhões. A produção brasileira é estimada em 131 milhões de toneladas, com exportações ao redor de 43 milhões para 2025/26. O preço médio ao produtor estadunidense de milho ficou em US$ 4,00/bushel.
E aqui no Brasil os preços se mantiveram estáveis, desta vez com viés de baixa. A média gaúcha recuou para R$ 61,86/saco, enquanto as principais praças locais se mantiveram em R$ 60,00. Já nas demais regiões do país os preços oscilaram entre R$ 48,00 e R$ 64,00/saco.
O mercado nacional está com baixa liquidez, com afastamento de boa parte dos vendedores. Os consumidores compram, porém, em pequenos volumes. Assim, os preços locais estão sustentados pelas exportações, que melhoraram, graças a recente desvalorização do Real. Por outro lado, o bom desenvolvimento da safra de verão, que ainda vem sendo semeada, ajuda a frear os preços internos.
Até o dia 13/11 o plantio da safra de verão atingia, no Centro-Sul brasileiro, a um total de 85% da área esperada, contra 87% no mesmo momento do ano anterior (cf. AgRural). Já a Conab aponta que, em todo o Brasil, a safra de verão atingia a 52,6% da área esperada no dia 15/11, contra a média de 53%. Enquanto o Paraná havia encerrado o plantio, o Rio Grande do Sul atingia a 84% no dia 19/11, contra 78% na média histórica.
Enfim, pelo lado das exportações de milho, segundo a Secex, o Brasil exportou 2,68 milhões de toneladas nos primeiros 10 dias úteis de novembro, com a média diária sendo 7,6% superior à média do mês de novembro de 2024. A projeção é que o Brasil termine o ano com vendas externas ao redor de 40 milhões de toneladas de milho.
Lembrando que, diferentemente do ano civil, o ano comercial do milho se encerra em 31 de janeiro próximo. Os principais compradores brasileiros, na atualidade, são o Irã e o Egito. E o preço médio da tonelada aumentou 5,4% em um ano, passando a mesma para US$ 219,00 na atualidade.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).







