O glufosinato de amônio é um dos principais e mais utilizados herbicidas para o controle de plantas daninhas no sistema de produção de grãos, assim como para a dessecação pré-colheita de culturas como a soja. O glufosinato de amônio é um herbicida de contato com amplo espectro de controle, sendo eficaz contra plantas daninhas de folhas largas e estreitas, incluindo espécies de difícil controle, como buva e capim-amargoso. No entanto, para garantir sua máxima eficiência, é essencial que seja aplicado nos estádios iniciais de desenvolvimento dessas espécies (Rizzardi, 2019).
Estudos demonstram que, quando posicionado adequadamente, o glufosinato de amônio apresenta boa performance no controle de espécies daninhas, sendo portanto uma alternativa interessante para uso isolado ou associado a outros herbicidas no manejo do sistema de produção, principalmente visando o controle de espécies problemáticas como buva, caruru, capim-amargoso e capim pé-de-galinha em pré-semeadura.
Na pós emergência das culturas, o posicionamento do glufosinato de amônio depende da biotecnologia da cultivar ou híbrido, havendo recomendações apenas para culturas com tolerância genética, como cultivares de soja LiberyLink®, Enlist E3® e Conkesta E3®, e híbridos de milho com a biotecnologia LiberyLink®.
Por ser considerado um herbicida fotodependente, é comum ocorrer oscilações na eficácia do glufosinato de amônio, a depender das condições climáticas e ambientais no momento da aplicação. Neste contexto, é importante a observação de alguns aspectos relacionados a sua utilização, destacando-se que as aplicações devem ser realizadas de preferência em horários durante o dia que poderão possibilitar maior exposição à luz solar após a aplicação (Braz et al., 2025).
Figura 1. Aspectos a serem considerados na ocasião da aplicação para melhoria da eficácia de controle do glufosinato de amônio.

De acordo com Braz et al. (2025), em ocasiões em que o glufosinato de amônio é aplicado no início da manhã ou no final da tarde, bem como nos dias nublados, a ligação a enzima glutamina sintetase (GS) pode não induzir o acúmulo de espécies reativas de oxigênio (EROs), o que não ocasionará a destruição das membranas celulares e necrose do tecido foliar, resultando em um controle ineficaz.
Com isso em vista, é importante considerar alguns pontos antes de aplicar o glufosinato de amônio, dando preferencia por pulverizações sob condições adequadas ao funcionamento do herbicida.
Fatores de atenção ao utilizar o glufosinato de amônio
- Ao utilizar o herbicida na pós-emergênicia, certifique-se que a cultivar/híbrido apresenta tolerância ao glufosinato de amônio;
- Evitar aplicação com umidade relativa do ar abaixo de 40% e altas temperaturas, pois podem aumentar os efeitos de fitotoxicidade do glufosinato de amônio na pós emergência das culturas tolerantes (Limagrain, 2021);
- São necessários ao menos 5 horas sem chuva após a aplicação;
- Temperaturas amenas e alta umidade relativa do ar favorecem a aplicação. Realizar aplicações preferencialmente com temperaturas entre 20°C e 30°C, e umidade relativa do ar superior a 50%;
- Não aplicar sobre presença de orvalho, chuva e/ou neblina;
- Aplicações nos estádios iniciais do desenvolvimento das plantas daninhas conferem maior eficácia de controle. No geral, recomenda-se dar prioridade para o controle de dicotiledôneas de 2 a 4 folhas e monocotiledôneas de 2 folhas a 1 perfilho (CropChem, 2023);
- Para evitar efeitos indesejados, bem como fitotoxicidade, deve-se seguir as orientações presentes na bula do herbicida, atentando para dose e recomendações de manejo.
É importante ressaltar também que para o glufosinato de amônio, em muitas situações aplicações diurnas podem estar relacionadas a períodos de altas temperaturas (>35ºC) e baixa umidade relativa do ar (<50%), cenário que poderá levar também a perda na eficácia deste herbicida. Nesse sentido, em condições ambientais extremas de temperatura e umidade relativa do ar, aplicações em horários com temperaturas amenas e umidade relativa do ar superior, podem ser uma alternativa para tentar atenuar o mau desempenho no controle de plantas daninhas com o uso do glufosinato de amônio (Braz et al., 2025).
Vale destacar que o uso do glufosinato de amônio requer alto nível de conhecimento técnico, abrangendo tecnologia de aplicação, monitoramento do desenvolvimento da lavoura e avaliação das condições ambientais no momento da aplicação, contudo, seu emprego corretamente pode ser uma valiosa ferramenta de manejo para o controle de plantas daninhas, tanto na pré-semeadura, como na pós-semeadura de culturas tolerantes a esse herbicida.
Referências:
BRAZ, G. B. P. et al. CAPIM-PÉ-DE-GALINHA: FUNDAMENTOS E RECOMENDAÇÕES PARA MANEJO. FEPAF, Cap. 7, Cuidados com a tecnologia de aplicação para o êxito no controle químico de capim-pé-galinha, 2025. Disponível em: < https://www.fepaf.org.br/loja/fepaf/livro-virtual-e-book/capim-pe-de-galinha-fundamentos-e-recomendacoes-para-manejo/ >, acesso em: 25/11/2025.
CROPCHEM. SAPEK MAX. CropChem, 2023. Disponível em: < https://www.adapar.pr.gov.br/sites/adapar/arquivos_restritos/files/documento/2023-08/sapekmax.pdf >, acesso em: 25/11/2025.
LIMAGRIN. APLICAÇÃO DE GLUFOSINATO DE AMÔNIO EM MILHO. Campo em Foco, ed. 4, 2021. Disponível em: < https://www.lgsementes.com.br/backend/midias/arquivos/Edi%C3%A7%C3%A3o_4_campo_em_foco%20Glufosinato(1).pdf >, acesso em: 25/11/2025.




