A instalação de uma lavoura requer um planejamento adequado, pois é uma etapa que determina o início de um ciclo produtivo. Na operação de semeadura, o estande adequado e a uniformidade de distribuição de sementes são apontados como fatores de grande influência na produtividade do milho. Esses fatores podem ser afetados por inúmeras variáveis, sendo a velocidade de semeadura uma das mais importantes.
De acordo com Sangoi (2001), a correta distribuição longitudinal na linha de semeadura resulta no arranjo ideal das plantas, fator importante para a conversão da radiação fotossinteticamente ativa pelas folhas da cultura, e isso influencia diretamente na produtividade da lavoura.
Reis e Forcellini (2002) cita a regularidade da distribuição de sementes como fontes de erros de dosagem, sendo este um dos fatores que interferem na precisão da semeadura. A irregularidade da distribuição de sementes e as falhas na dosagem podem ser causadas entre outros fatores pela declividade do terreno e a velocidade de trabalho.
Em trabalho apresentado e publicado nos anais do XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, sessão de Engenharia de Água e Solo (EAS), realizado em Maceió – AL, Brasil, no ano de 2017, os autores Rafael de Graaf Correa, Leticia Fernanda Da Costa, Danilo Tedesco De Oliveira, Aline Spaggiari Alcântara e Cristiano Zerbato avaliaram a influência da declividade de terreno e da velocidade de operação sobre a capacidade de uma semeadora pneumática em depositar as sementes no solo na dose desejada.
No trabalho, os autores concluíram que quanto maior a velocidade, maior será a variação do estande, chegando até 11,8%. Na interação entre declividade e velocidade, os autores encontraram diferenças significativas de um estande para o outro, sendo que em cada velocidade, uma declividade diferente obteve maior resultado de estande.
Veja esses resultados nas figuras abaixo:
FIGURA 1- Estande de sementes esperado e obtido em função da velocidade de semeadura com grau probabilístico maior que 95%.

FIGURA 2- Interação da velocidade x declividade

Acesse o trabalho completo nos anais do XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola – CONBEA 2017 Maceió – AL, Brasil.
No trabalho realizado por Garcia, et al. (2006) ao avaliar a influência da velocidade de deslocamento na semeadura do milho obteve-se os seguintes resultados:
FIGURA 3. População de plantas de milho, 20 dias após a emergência, semeadas em diferentes velocidades com vários modelos de semeadoras-adubadoras, nas Fazendas Tertak – Ponta Grossa (A) e Mutuca – Arapoti (B).

FIGURA 4. Espaçamentos falhos de plantas de milho, 20 dias após a emergência, semeadas em diferentes velocidades com vários modelos de semeadoras-adubadoras, nas Fazendas Tertak (A) e Santa Cruz – Ponta Grossa (B), Mutuca – Arapoti (C) e Paiquerê – Piraí do Sul (D).

FIGURA 5. Espaçamentos múltiplos de plantas de milho, 20 dias após a emergência, semeadas em diferentes velocidades com vários modelos de semeadoras-adubadoras, nas Fazendas Tertak (A) e Santa Cruz – Ponta Grossa (B), Mutuca – Arapoti (C) e Paiquerê – Piraí do Sul (D).

FIGURA 6. Espaçamentos aceitáveis de plantas de milho, 20 dias após a emergência, semeadas em diferentes velocidades com vários modelos de semeadoras-adubadoras, nas Fazendas Tertak (A) e Santa Cruz – Ponta Grossa (B), Mutuca – Arapoti (C) e Paiquerê – Piraí do Sul (D).

O trabalho completo pode ser acessado clicando aqui.
Elaboração: Andréia Procedi – Equipe Mais Soja