a) Mercado Internacional

  • Relatório do USDA
  • Mudança nas previsões climáticas
  • Aumento das tensões China-EUA

b) Brasil

  • Perspectiva de aumento de 6,5% na produção de 123 MT, na safra 2029/10 para 131 MT 2020/21
  • Dólar passando de estável para mais baixo nos próximos 12 meses, embora as cotações da B3 ainda estejam mais altas, sugerindo cobertura.

Entre os fatores de alta, no último relatório de condição da safra, o USDA reduziu em três pontos as condições das lavouras de soja nos EUA, abaixo das expectativas do mercado. O nível de esmagamento de Junho foi melhor do que o esperado e os estoques de óleo apresentaram queda.

A China informou que deverá aumentar suas importações em 2020/21 para 93,95 milhões de toneladas (contra a sua previsão anterior de 90 MT, embora o USDA trabalhe com 96 MT) e o nível de importação de junho foi maior do que no mesmo mês do ano passado em um 72%. O Brasil começou julho com um estoque extremamente apertado, de 40 milhões de toneladas (contra a média nos últimos 3 anos em torno de 60 milhões de toneladas).

Portanto, não há soja suficiente para atender a exportação e moagem, que, por sua vez, necessita do grão para a produção de farelo para rações e de biodiesel, entre outras finalidades, já tendo havido importações de soja do Mercosul em julho, que chegaram ao paós aio redor de R$ 128,00/saca. Estima-se que as importações totais de soja na temporada 2019/20 atinjam 1,0 milhão de toneladas.

Entre os fatores de baixa, o relatório do USDA mostrou estoques finais maiores do que o esperado pelo mercado. A CONAB aumentou a produção e, portanto, as exportações para o Brasil.

A relação com o principal comprador, nas palavras de Trump, se deteriorou, preocupando o mercado com a possibilidade de redução na demanda, dada a importância no comportamento de preço que a presença dos chineses tem. A análise dos fatores que se pode ver no horizonte da safra 2020/21 mostra uma perspectiva ainda muito lucrativa para a soja brasileira.

Se, como é mostrado acima, a China irá aumentar as suas compras de soja no exterior; se a China e os EUA estão elevando o nível de tensão política; se a soja americana está, de um lado, com apresentando problemas na condição das lavouras e, de outro, aumentando o consumo interno registrado pelo maior esmagamento, a tendência é o preço da soja americana subir.

Por outro lado, os agricultores brasileiros parecem já ter decidido aumentar em 8 milhões de toneladas a sua produção da próxima safra, aumentando a disponibilidade da oferta, então é muito provável que a demanda chinesa continue forte sobre a soja brasileira em 2021, elevando ou mantendo elevados os prêmios pagos por ela.

O ponto mais fraco seria o dólar, cujas projeções no Relatório Focus são de queda durante o ano de 2021, mas, como já demonstramos nesta semana em nossa análise do dia 13/7, com as cotações da moeda americana ainda muito elevadas para o período de 2020 a 2023, é perfeitamente possível e aconselhável (se você não sabe, pergunte-nos como) travar agora o dólar em níveis bem superiores (ao redor de R$ 5,38) aos que provavelmente estarão vigentes em maio e julho de 2020 (R$ 5,20 ou menos).

Com relação à lucratividade, com base nos dados acima, ao projetarmos um aumento de Chicago para $950 e meramente mantivermos o prêmio da soja brasileira como está em 42 cents/bushel (tudo o que vier a mais será lucro extra), mas fixarmos o dólar para maio/21 na B3 de hoje a R$ 5,42/US$, teremos, após deduzirmos os Fobbings e o frete até 600 km do porto no interior, um valor ao redor de R$ 108,00/saca FOB, permitindo pagar ao agricultor cerca de R$ 95,00/saca.

Por outro lado, se aplicarmos a inflação projetada de 6% sobre o custo de produção atual de R$ 67,94, segundo o Deral-PR, ele subiria para algo ao redor de R$ 72,00/saca que, confrontado com o preço possível da soja, proporcionaria um lucro ao redor de 31,94%, ainda mais do que excelente, contra os atuais 48,70%.

Como conclusão, as recomendações da T&F Agroeconômica são:

  • a) Plante o máximo de soja que você puder;
  • b) Feche o câmbio de 2021, 2022 e 2023 agora, diretamente na B3 ou negociando agora a soja para 2021.


Fonte: T&F Agroeconômica

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