Há semanas que os analistas da T&F afirmam que o principal driver da tendência do milho desta safra é a exportação e, nele, o fator principal é a demanda da China, na esteira do acordo firmado no início deste ano. Pois bem. Nesta segunda-feira, no Global Agribusiness Forum (GAF) 2022 o ministro da Agricultura do Brasil, Marcos Montes, afirmou que: “A conversa inicial previa exportação de milho somente da safra seguinte (2022/23). Estamos discutindo com a China para ver se conseguimos exportar milho ainda da safra atual (safrinha 2021/22).
É possível reajustarmos este protocolo e enviar milho da safra atual por conta da grande produção de segunda safra que tivemos. E eles (chineses) querem imediatamente”, disse Montes, durante coletiva de imprensa no Global Agribusiness Forum (GAF) 2022. Atualmente, a segunda safra de milho 2021/22 está sendo colhida no País.
Segundo o ministro, ainda nesta segunda-feira a equipe técnica do ministério conversou com os chineses sobre a implantação do protocolo e possível antecipação dos embarques para a atual safrinha. Ele assegurou que “não falta nada” para o protocolo fitossanitário, mas que o acordo “reserva” espaço para discussão. “Estamos acertando a implementação do protocolo com a China”, relatou.
Montes destacou que, além do milho, o protocolo envolve a exportação de amendoim e proteína de soja concentrada do Brasil à China. A conclusão das negociações do protocolo fitossanitário para exportação de milho brasileiro ao mercado chinês foi anunciada em 23 de maio, por representantes dos dois países, durante o encontro bilateral na 6a Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).
PORQUE AS COTAÇÕES DO MILHO ESTÃO CAINDO/SUBINDO?
B3: Cotações voltaram a fechar em alta, com o início da recuperação das exportações
CAUSAS DA OSCILAÇÃO DE HOJE: A demanda da exportação começou a se fazer sentir no Brasil levemente na segunda quinzena de julho, como mostramos nos gráficos da semana passada. Dizemos “leve” alta no dia, porque o comparativo semanal ainda registra forte queda. Por conta disso, começou, ainda que de leve, a disputa pelo grão no mercado interno.
OS FECHAMENTOS DO DIA: Com isto, as cotações futuras fecharam novamente em alta no dia e queda na semana: o vencimento setembro/22 fechou a R$ 83,87, alta de R$ 0,91 no dia, mas queda de R$ 4,12 na semana nos últimos 5 pregões (semana); já novembro/22 fechou a R$ 86,28, alta de R$ 0,87 no dia e queda de R$ 3,66 na semana e janeiro/23 fechou a R$ 88,44, alta de R$ 0,48 no dia e queda de R$ 3,21 na semana. Veja os demais resultados, na tabela de fechamento acima.
CHICAGO: Milho recuperou 2,53% nesta segunda-feira, por risco climático
FECHAMENTOS: A cotação do milho para setembro, que é o novo mês base, fechou em alta de 2,53% ou $ 14,25 cents/bushel a $ 578,50. A cotação para março 2023, início da nossa safra de verão, fechou em alta de 3,20% ou $ 18,25 cents ou a $ 569,25.
CAUSAS DA ALTA DE HOJE: Os preços incorporaram certo prêmio climático, dadas as previsões que começaram a antecipar um panorama de temperaturas mais altas e chuvas escassas em algumas regiões produtoras. Recorde-se que as culturas estão passando por fases fundamentais de desenvolvimento. Dúvidas em relação à retomada dos embarques da Ucrânia, operaram no mesmo sentido.
EXPORTAÇÕES EUA: O USDA informou que 724.214 toneladas de milho foram exportadas durante a semana encerrada em 21/07. Isso caiu de 1,075 MMT na semana passada e caiu 530.269 MT em relação à mesma semana do ano passado. Somos lembrados de que o preço é a interseção da oferta e da demanda. O México foi o principal destino da semana com 236.118 MT, seguido pela China com 209.419 MT. Os embarques acumulados atingiram 51.027 MMT, em comparação com 61.625 MMT no mesmo ponto do ano passado.
PRÉ-RELATÓRIO: Traders esperam que as classificações de condição de safra dos EUA caiam sazonalmente, ou seja, cerca de 1% nas categorias bom/ex desde a semana passada. Veja o resultado final acima.
Fonte: T&F Agroeconômica