O USDA divulgou na semana passada (12/09) o relatório de oferta e demanda referente à safra 19/20 para algodão e com isso, trouxe novas revisões para a produção mundial da fibra. Desta forma, está previsto um aumento na produção de 4,90% em relação à safra 18/19, estimada em 27,19 milhões de toneladas de pluma para safra 19/20.
O destaque maior na produção veio da Índia que avançou 3,06% em seu volume produzido, ficando estimado em 6,42 milhões de toneladas de algodão. Do lado da demanda, o consumo mundial passou a ser de 26,51 milhões de toneladas de pluma, retração de 1,28%, reflexo da redução nos números esperados para China e EUA.
Junto a divulgação do relatório e sinais de uma melhora nas relações entre China x EUA os preços internacionais da pluma na última semana sofreram impactos, revertendo o movimento de queda observado nos últimos meses.
Confira os principais destaques do boletim:
• Com a valorização da ICE, as paridades de exportações encerraram a última semana com um avanço de 2,21% e 1,44%, cotadas a um preço médio de R$ 81,26/@ e R$ 85,36/@ para os contratos dez/19 e jul/20, respectivamente
• O dólar assumiu trajetória de queda na semana de 1,15%, diante das perspectivas quanto às negociações entre a China e os EUA, ficando cotado a um preço médio semanal de R$ 4,09/US$.
• Em Mato Grosso os subprodutos de algodão finalizaram a semana com aumento de 0,09%, 0,04% e 0,17%, com um valor de R$ 399,33/t, R$ 509,52/t e R$ 2.039,18/t, para o caroço, torta e óleo de algodão, respectivamente.
• A colheita de algodão em Mato Grosso alcançou durante a semana passada 100% da área colhida no estado, avançando assim, 1,50 p.p.
Despesas:
O Imea divulgou o relatório de custo de produção de algodão para safra 19/20 referente ao mês de agosto de 2019. Segundo o instituto, o principal fator que afetou os preços foi a alta do dólar no mês, e com isso os custos com defensivos agrícolas, como os inseticidas e
as sementes de algodão, sofreram avanços, porém pouco significativos.
Por outro lado, a redução no preço do caroço de algodão refletiu no recuo do custo de beneficiamento e além retração nas cotações da pluma que influenciaram nos impostos que incidem sobre a receita do produtor de algodão.
Sendo assim, os custos variáveis e operacionais dentro da porteira, ambos caíram -0,02%, estimados em R$ 8.912,47/ha e R$ 9.103,60/ha, respectivamente. Assim, para que o cotonicultor consiga cobrir seu custo total, de R$ 9.647,39/ha, é necessário que o mesmo negocie a sua pluma a um valor mínimo de R$ 83,89/@.
Fonte: IMEA