Herbicidas auxínicos são muito empregados para a dessecação de lavouras possibilitando o controle de plantas de folha larga, sendo o mais conhecido deles o 2,4-D. Entretanto, a utilização desses produtos requer certos cuidados para que eles não atinjam culturas sensíveis em áreas vizinhas, especialmente por conta da deriva. Em entrevista ao Mais Soja, Jair Maggioni – Coordenador de Boas Práticas Agrícolas da Corteva, destaca que o alto crescimento da cultura da soja principalmente na área da campanha, particularidade do RS, em relação a MT, MS e GO, torna necessário maior cautela com a utilização desses herbicidas, especialmente, porque nessas áreas podem ser observadas pequenas propriedades as quais apresentam considerável proximidade.

A partir de 2017, a aplicação de herbicidas auxínicos passou a gerar reclamação de produtores de uva, oliveiras, etc, fato atribuído principalmente a deriva desses produtos. Após um monitoramento da Secretaria da Agricultura do RS, surgiu a necessidade de divulgar aos agricultores/aplicadores maior conhecimento de tecnologia de aplicação. Por exemplo, no que diz respeito a questão de pontas de aplicação, em muitos casos, pontas destinadas a aplicação de fungicidas e inseticidas, que geram gotas finas, eram utilizadas para a aplicação de herbicidas ao invés do recomendado, pontas que geram gotas grossas, como por exemplo por indução de ar que minimizam a deriva.

Além disso, o uso de bicos com defeitos (entupidos ou danificados), mangueiras do pulverizador com vazamentos, etc, contribuem para a redução da qualidade das aplicações, favorecendo a ocorrência de deriva. No Rio Grande do Sul, foram constatados 24 municípios considerados críticos em relação a aplicação de herbicidas auxínicos. Tentando reduzir os problemas de deriva no Estado, quatro normativas foram criadas e publicadas no 2º semestre de 2019, envolvendo empresas, cooperativas, agricultores e a Secretária da Agricultura do Estado.

Normativa nº 5 – Empresas, disponibilização de informações em relação ao produto e a aplicação dos produtos (bico, temperatura, velocidade do vento, umidade adequada)

Normativa nº 6 – Aplicadores, necessidade de curso de 16 horas, curso necessário por aplicador e não por propriedade.

Normativa nº 8 – Entendimento entre cultura sensível e não sensível. Cadastramento na Secretária da Agricultura. NÃO OBRIGATÓRIO.

Normativa nº 9 – Revenda e agricultor, termo de conhecimento da aplicação. Receituário agronômico.

Até então validas apenas para os 24 municípios críticos, a partir de 2020 o que havia sido pré-estabelecido passaria a valer para todo o Estado do Rio Grande do Sul, no entanto, a normativa nº31 adiou para 1 de junho de 2022, devido ao pandemia da Covid-19 , que trouxe restrições de treinamentos presenciais.

Neste cenário, o que a Corteva tem feito?

Participando desde o início dos trabalhos, a Corteva tem apoiando todas as ações da Secretária da Agricultura e do Ministério da Agricultura. Disponibilizando  mais de 3500 pontas de pulverização adequados, em todos os municípios considerados críticos, realizando a calibração de pulverizadores e muito mais. Com o auxílio dos parceiros, Unesp Botucatu e Agrum, foram realizados treinamentos nos moldes da Secretária da Agricultura, os quais foram ministrados em 14 dos 24 municípios considerados críticos, resultando na formação de aproximadamente 1600  aplicadores capacitados para trabalhar com herbicidas hormonais.

Além disso, a Corteva juntamente com o Senar/Farsul, através do programa Deriva Zero, auxiliou na formação de mais um grande número de aplicadores capacitados, apoiando também a instalação de 20 estações meteorológicas no Rio Grande do Sul, juntamente com a Secretária de Agricultura e do Meio Ambiente e empresas parceiras. Em breve os dados dessas estações estarão disponíveis para consulta na internet e posteriormente em alertas aos aplicadores e produtores, auxiliando no aumento da eficiência de aplicação de herbicidas.

Pensando no futuro

Em virtude do grande número de agricultores do Estado, futuramente busca-se o aumento do número de treinamentos, trabalhando novos cursos a partir de junho de 2021, respeitando todas as normas de prevenção a Covid-19. O objetivo é realizar cerca de 100 cursos com uma média de 20 alunos/treinamento, dando ênfase a informações referentes as condições ideais de aplicação de herbicidas hormonais, o que representará mais 2000 aplicadores formados. Segundo Jair, com a intensificação desse trabalho busca-se reduzir ainda mais os casos de deriva.

E o Enlist?

A tecnologia que permite a utilização de 2,4-D, Glifosato e Glufosinato de amônio em pós emergência da cultura da soja, trazendo consigo, também, dois novos herbicidas de controle ColectD (novo 2,4-D) Sal Colina; e Enlist Duo ColectD (mistura pronta de 2,4-D sal colina + glifosato sal dimetilamina).

Quais as vantagens?

Conforme destacado por Maggioni, a utilização desses novos herbicidas, acarreta em várias vantagens práticas como: o baixo odor, ultra baixa volatilidade e facilidade de manuseio, sem necessidade de mistura com aditivos e antideriva. Ou seja, novos produtos, utilizados com a tecnologia de aplicação adequada, trazendo uma redução de até 90% de deriva, aliados a uma biotecnologia de alta qualidade trazida pela Corteva, nos trará uma maior rentabilidade e lucratividade do produtor, da maneira mais sustentável possível.

Redação: Equipe Mais Soja com informações da assessoria de imprensa Corteva.

 

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