ESTADOS UNIDOS
O baixo volume de chuva e a alta temperatura na região Meio-Oeste dos Estados Unidos têm gerado grandes preocupações em relação ao desenvolvimento da safra 23/24 de soja. Desse modo, o relatório divulgado pelo USDA apontou que as lavouras em condições boas e excelentes representam 51,00% da área total, queda de 3,00 p.p. no comparativo com a semana passada e 14,00 p.p. a menos que no mesmo período do ano passado. Além disso, o percentual estimado neste momento é um dos menores já registrados pelo Departamento, ficando abaixo do observado em 2012, quando foi visto um corte significativo na produção dos EUA. Por fim, esse cenário de incerteza no país tem influenciado nas cotações correntes da soja em Chicago, que registrou preços acima dos US$ 14,80/bu nos últimos dias, valor que não é observado desde o início de fev/23.
Confira os destaques do Boletim:
PRÊMIO SANTOS: com o aumento das exportações nesta última semana, o prêmio exibiu queda de 1,25% em relação à semana passada, e ficou cotado a -¢US$ 98,75/bu.
DÓLAR: devido à manutenção da Selic, o dólar nesta semana apresentou mais uma queda, e ficou cotado a R$ 4,79/US$, com recuo de 1,36% o comparativo semanal.
CEPEA: acompanhando o mercado internacional, o indicador Cepea aumentou 2,44% em comparação com a semana passada e ficou previsto em R$ 138,31/sc.
A diferença entre a produção e o consumo da soja mundial aumentou 327,78% na safra 23/24 ante a passada
Segundo o USDA, a produção global para a temporada 23/24 ficou projetada em 410,70 milhões de toneladas, alta de 11,13% em relação à safra passada. Esse aumento foi pautado pela maior produção do Brasil, dos EUA e da Argentina, devido ao fenômeno do El Niño, que tem como característica maior volume de chuvas nas regiões produtoras. Pelo lado da demanda, a projeção é de 386,09 milhões de t, incremento de 6,12% ante a safra passada. Esse cenário é reflexo da retomada da demanda de alguns mercados, principalmente da China e da Argentina. Apesar do aumento, o consumo mundial é menor que a produção, e o superávit está estimado em 24,61 milhões de t, o que é um recorde. Por fim, o grande volume disponível (estoque final de 123,34 milhões de t) poderá influenciar na pressão dos preços e numa maior competividade no mercado internacional.
Fonte: Boletim semanal n° 755 – Soja – Imea