A epidemia do COVID-19 foi o fundamento para o início da atual “guerra de preços” do petróleo, que instaurou uma das maiores instabilidades no mercado mundial a nível financeiro que resultou na maior valorização do Dólar registrada nos últimos meses. Dentre os países emergentes, o Brasil registrou a pior desvalorização da moeda doméstica em relação ao Dólar, em pouco mais de 65 dias o Dólar PTAX registrou variação positiva de 17,8%.
O cenário de alta do Dólar possibilita prós e contras para o produtor rural. Uma vez que a maior parte dos insumos utilizados na agricultura são importados e o produtor segue em período de aquisição dos mesmos, a apreciação da moeda norte-americana pode significar um aumento acentuado nos custos da safra 20/21. Um ponto que vale ser destacado é a origem de tais insumos, em sua maior parte os mesmos são importados da China, Rússia, Canadá e Estados Unidos, ainda não foi confirmado redução nas exportações destes países, mas vale ficar atento a situação do COVID-19 nestes locais para estar preparado para qualquer eventual imprevisto na entrega dos insumos para a safra.
Por outro lado, o produtor pode aproveitar as circunstâncias que favorecem as exportações brasileiras, mesmo que os preços das commodities no mercado internacional esteja apresentando variações negativas, dado que o momento proporciona um ganho de competitividade tornando o nosso produto mais barato no mercado internacional. Além disso, sendo os preços das commodities agrícolas cotados em Dólar, a valorização da moeda americana eleva também dos preços internos deste produtos o que é outro ponto favorável ao setor produtivo rural.
Texto: Leonardo Machado, coordenador institucional do Ifag, Comunicação Sistema Faeg/Senar