O cultivo do milho segunda safra ou milho safrinha como é amplamente conhecido, é um dos cultivos mais utilizadas no sistema de produção após a soja. A alta produção de matéria seca e a baixa relação C/N da palhada faz com que o milho seja uma interessante ferramenta no controle de plantas daninhas fotoblásticas positivas, assim como uma oportuna espécie para a cobertura do solo.

Entretanto, assim como no cultivo da soja, o milho necessita de certos tratos culturais que possibilitem o controle de plantas daninhas, pragas e doenças. A pressão de seleção decorrente da uso contínuo de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação proporcionou a seleção de biótipos resistentes de plantas daninhas, dificultando o controle dessas plantas em meio aos cultivos agrícolas.



Uma delas é a Buva (Conyza spp.), planta comumente encontradas nos cultivos anuais e que apresenta resistência conhecida ao glifosato, herbicidas mais utilizado no controle de plantas daninhas em culturas que dispõe da tecnologia RR. Segundo dados do grupo Supra Pesquisa, a presença de uma planta de Buva por metro quadrado de área pode conferir uma redução de produtividade de até 14% na cultura da soja.

Sendo assim, é fundamental pensar em estratégias que possibilitem o controle dessa planta daninha, não só no estabelecimento da cultura e seu ciclo de desenvolvimento, mas também nos períodos entressafra, diminuindo a população de plantas daninhas e diminuindo o fluxo de emergência dessas plantas nas áreas de cultivo.

Em vídeo o professor da Universidade Federal do Paraná e supervisor do grupo Supra Pesquisa Alfredo Albrecht destaca que a presença da Buva no final do ciclo do milho safrinha pode ocasionar problemas diretos e indiretos na produtividade da soja, sendo fundamental buscar alternativas para o controle dessa daninha. Alfredo comenta que o atraso da semeadura da soja e consequentemente do cultivo do milho acarretou em alguns casos o aumento do fluxo de emergência da planta daninha em algumas áreas de cultivo.

O fato preocupa por que além da conhecida resistência ao glifosato, Alfredo destaca que casos de resistência da Buva mais recentemente ao 2,4-D e clorimurom podem ser observados em algumas regiões de cultivo. Além disso o adiantado estágio de desenvolvimento da Buva em meio ao final do cultivo do milho tende a dificultar o manejo da planta daninha, implicando em maiores custos de controle.

Conforme destacado por Albrecht, uma das alternativas é a utilizando de “dose cheia de atrazina”. A heterogeneidade da emergência da buva dificulta o controle da planta daninha, sendo que as plantas mais desenvolvidas apresentam maior capacidade de resistir aos efeitos dos herbicidas (figura 1).

Figura 1. Heterogeneidade dos fluxos de emergência de Buva no final do ciclo de desenvolvimento do milho.

Fonte: Professores Alfredo & Leandro Albrecht.

Alfredo enfatiza que o ideal é pensar no manejo do sistema de produção, não apenas atuando de forma isolada no controla da Buva na cultura de soja, mas sim atuando no controle em culturas antecessoras e no período entressafra dos cultivos agrícolas. Outra alternativa interessante é trabalhar com plantas de cobertura na entressafra que possibilitem uma maior cobertura do solo, dificultando assim a emergência da Buva por se tratar de uma espécie fotoblásticas positiva.

Confira o vídeo abaixo com as dicas do professor Alfredo Albrecht.


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