A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) assinou o termo de compromisso para a renovação do convênio com a ApexBrasil. A assinatura ocorreu durante o Dia do Algodão, realizado no dia 15 de julho, na Fazenda Panorama, do Grupo SLC Agrícola, no município de Correntina (BA), com a presença do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues. Também participaram do evento: Miguel Faus, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea); Jorge Viana, presidente da Apex Brasil; e o anfitrião, Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). O convenio que deverá ser renovado destina recursos para as iniciativas do programa Cotton Brazil, de promoção internacional do algodão brasileiro no exterior.
“Nessa nova etapa, além da manutenção de todas as ações executadas até agora, traremos importantes inovações para o escopo do projeto com foco na sustentabilidade, desenvolvimento regional, equidade de gênero e capacitação de pequenos produtores. Também iniciaremos um novo e ousado plano de comunicação, que inclui a aproximação com as grandes marcas globais, apresentando os pilares de qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade do algodão brasileiro. Manteremos nossa meta: seremos o maior exportador de algodão até 2030”, afirmou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, em seu discurso.
Para o presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, o trabalho que está sendo desenvolvido pela Abrapa e Abapa está sendo muito satisfatório. “O que vocês tão fazendo funciona, com e sem governo. Funciona com o trabalho dos produtores. Mas funciona muito melhor quando o governo se escala para ajudar, para estar do lado de vocês. Estou junto com vocês, contem com a Apex para os novos desafios”.
Durante os quatro anos de parceria com a Apex Brasil, já foram realizadas muitas ações no mercado internacional para reconhecimento do algodão brasileiro. A Abrapa participou de 42 eventos, com mais de 5 mil pessoas impactadas, visita a dez mercados estratégicos, realização de missões compradoras, além da criação de indicadores que atestam a responsabilidade na cotonicultura brasileira, com a certificação de agricultura regenerativa.
O governador Jerônimo Rodrigues, que assinou o termo como testemunha, ressaltou que o desafio é colocar o Brasil em uma posição de destaque no mercado internacional de algodão. “Temos uma grande agenda de articulação de fortalecimento desse setor. Viva o algodão brasileiro e o algodão do Oeste da Bahia”.
Dia do Algodão
Além da assinatura com a Apex Brasil, a Abrapa também teve papel de destaque na programação no Dia do Algodão, realizado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) no dia 15 de julho, para mais de 1,3 mil pessoas, entre cotonicultores, fornecedores, especialistas e autoridades.
O diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, participou da 2ª Estação Temática, para tratar sobre sustentabilidade e o mercado. Já o gestor do Programa de Qualidade da entidade, Edson Mizoguch, ocupou a 3ª Estação Temática, juntamente com Edmilson Santos, do Grupo SLC Agrícola, para abordar qualidade e rastreabilidade do Brasil para o Mundo.
Além das quatro estações temáticas, foi montado um auditório para a realização de três palestras especiais para o público convidado, que trataram sobre diversos assuntos de interesse da cultura da fibra.
A diretora de Relações Institucionais da Abrapa, Silmara Ferraresi, foi uma das convidadas do espaço para falar sobre algodão e moda sustentável, e apresentou o programa Sou ABR. “Estruturamos uma plataforma em blockchain (tecnologia de dados) e convidamos parceiros para dar transparência à sua cadeia de fornecedores. Hoje, temos cinco marcas que estão conosco no Sou ABR. Esta iniciativa permite a rastreabilidade da cadeia produtiva, desde a fazenda, até chegar à peça final, no ponto de venda. Começamos com a Reserva e a Renner e temos coleções lançadas pela Almagrino e C&A. São 43 fazendas e 122 mil peças, que a gente comemora e celebra”, explicou.
Desafio ainda maior: produção 3,4 milhão de toneladas de pluma
O mercado de algodão foi abordado por três convidados especiais: o diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel; o presidente da Agroconsult, André Pessoa; e o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus.
“Vamos ter um ano muito bom em qualidade, rendimento, produtividade e um crescimento espetacular das exportações, talvez com novo recorde, acima de 2,4 milhões de toneladas. É ótimo e temos que comemorar. Mas é pouco, porque o ano que vem o desafio é ainda maior”, ressaltou Pessoa.
Segundo as projeções do especialista, a expectativa é plantar mais de 1,8 milhão de hectares de algodão e produzir acima de 3,4 milhão de toneladas de pluma. “Vamos precisar exportar mais de 3 milhões de toneladas de pluma para o mercado internacional”.
O presidente da Anea afirmou que cerca de 60% da safra deste ano já está comercializada. “O desafio agora será vender 1 milhão adicional que se apresenta, nos próximos meses”, disse Faus.
Para o presidente da Abit, associação que representa o mercado interno, maior cliente da cotonicultura brasileira, a projeção também é crescimento. “A nossa meta é sair das 700 mil toneladas e ir para 1 milhão de toneladas, para reduzir o esforço exportador que vai ter que ser feito para vender seu excedente, agregando valor aqui dentro, porque isso é fundamental: mais imposto, mais emprego, mais trabalho e essa indústria se conecta integralmente com a economia criativa, que emprega milhares e milhares de pessoas em todos os lugares do país”.
O Dia do Algodão voltou a ser realizado pela Abapa, após ser temporariamente suspenso do calendário de eventos da entidade, por causa das restrições sanitárias causadas pela pandemia de covid-19. O primeiro foi realizado em 2019. Neste ano, o Dia do Algodão contou com 20 expositores, além de quatro estações temáticas e um auditório com palestras especiais para público convidado.
Fonte: Abrapa